A empresa mineradora Samarco realiza extração mineral de ferro no Estado de Minas Gerais desde 1977. O produto extraído é escoado para o Espírito Santo por meio de minerodutos e seu produto final é vendido dentro e fora do país.
A Samarco é responsável pela construção de diversas barragens que compõem a estrutura de extração de minério em diferentes regiões de Minas Gerais.
No dia 5 de novembro de 2015, um grande desastre aconteceu sob os olhos da empresa. Uma de suas maiores e mais produtivas barragens se rompeu no município de Mariana, atingindo as comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu. A tragédia destruiu por completo as moradias da região, devastando fauna, flora e a vida de seus moradores, além de contaminar as águas do Rio Doce, no Espirito Santo, para onde a lama proveniente da queda foi escorrida.
Não é o primeiro episódio de tragédia socioambiental em que a Samarco está envolvida. Anteriormente, no ano de 2014 outros vazamentos ocorreram no Espírito Santo.
O Rio Doce
A contaminação da Bacia do Rio Doce pelos dejetos contidos na lama começou desde sua foz, em Mariana, até em sua desembocadura, no Oceano Atlântico.
O contato das águas do rio com a lama fez com que grande quantidade de peixes fosse morta, espécies de algas e animais marinhos também. Além disso, ocasionou problemas de abastecimento de água no Espirito Santo e contaminação do mar.
Projetos para revitalização do rio estão em ocorrência. A mineradora ficou responsável por pagar indenização e responder pelo desastre ambiental. Entretanto, muita burocracia e outras jogadas não deixam clara a posição da empresa.
Enquanto isso, projetos paralelos ocorrem com apoio e mobilização local, assim como em Mariana, para que as famílias sejam indenizadas e tenham de volta as suas moradias e bens.
Sebastião Salgado
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado implementou um programa no rio por meio de sua ONG “Instituto Terra”. Com o nome de “Olhos D’Água”, os investimentos têm foco na revitalização das nascentes.
A recuperação tem previsão longa, pois depende de ações bem manejadas e também dependentes da burocracia, leis ambientais, entre outros.
Mariana
A destruição causada em Mariana ultrapassa o âmbito ambiental e atinge fortemente o social. Duas comunidades inteiras foram totalmente destruídas e houveram vítimas fatais.
As famílias receberam como medida de emergência o direito de morar em hotéis da região central de Mariana, enquanto a Samarco providenciou casas para que estas famílias pudessem ser transferidas posteriormente.
Os moradores receberam doações de roupas e suprimento de alimentos da empresa, e buscam por meio de comissão exigir que a Samarco forneça os recursos suficientes para a reconstrução das duas comunidades, exatamente como eram antes da tragédia.
Negociações
A mineradora Samarco participou de negociações com o governo Federal e ficou responsável pela designação de quantidades e valores dessas indenizações, assim como por números dos projetos de reparação do Rio Doce.
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A Samarco propõe prazos e já iniciou medidas, entretanto, não se sabe do cumprimento real dessas “promessas”, nem mesmo do julgamento de valores para que essas quantidades de dinheiro e período de tempo sejam determinadas.
Imagens do acervo do Instituto Terra.