No decorrer do processo de intervenção psicoterapêutica, por vezes, é necessário retornar aos acontecimentos do passado. Não somente no sentido de rememorar lembranças ou vivências, mas sim com o propósito de nomear as emoções, elaborar e ressignificar sentimentos. A partir daí, inicia-se a compreensão de pensamentos, emoções e comportamentos desencadeados por essas vivências. Os próximos objetivos constituem-se em implementar as mudanças necessárias para exercitar novos modos de funcionamento. A mudança afeta diretamente a trilogia psicológica do pensamento, emoção e comportamento, e é possibilitada pelas ferramentas mentais fornecidas pela psicoterapia.
Esse processo de reflexão, compreensão e construção de novos paradigmas é possível a partir do autoconhecimento propiciado pela intervenção psicoterápica. É necessário que esse caminho seja construído junto a um profissional qualificado para tal demanda. Acessar o passado e processos inconscientes subjacentes envolvidos pode desencadear sofrimento e emoções angustiantes como tristeza, raiva, frustração, mágoa, incerteza, dúvida, remorso, ódio…
A intervenção psicológica acontece justamente para que o paciente compreenda como acolher e transformar esses sentimentos e emoções.
O profissional habilitado tecnicamente para tal função é o psicólogo, que tem na sua formação o estudo do comportamento, emoções, sentimentos e suas implicações nas relações inter e intrapessoais.
Queremos ter certezas e não dúvidas, resultados e não experiências, mas nem mesmo percebemos que as certezas só podem surgir através das dúvidas e os resultados através das experiências”.
Carl Gustav Jung
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O retorno às experiências do passado não se constitui somente um momento de relembrar histórias vivenciadas, dessa forma não haveria necessidade da intervenção psicoterapêutica. A vivência proposta aqui é aquela em que além do regresso às fases anteriores da vida também se verbalizem os sentimentos e emoções despertos com essas lembranças e se busque a reflexão, compreensão e transformação. É o momento de tomada de consciência de o quanto essas emoções e sentimentos confinados naquele instante podem refletir nos pensamentos, emoções e nas ações do presente e ainda direcionar as atitudes e comportamentos de forma inconsciente e automática. É justamente esse o papel do profissional, o de sinalizar o passado se repetindo em seu presente. A partir daí, se inicia uma nova etapa na psicoterapia, a transmutação de sentimentos e emoções e elaboração de conteúdos conflitantes. Se você leu este artigo até aqui, te convido a ler os próximos, onde abordarei sobre como a intervenção psicoterápica age no seu presente e pode ser determinante para seu futuro. Até breve, e obrigada por ler.
O passado é lição para se meditar, não para se reproduzir”.