Desde o nascimento, momento em que fomos concebidos com tanto amor, pelo menos a maioria de nós foi, até a hora do último adeus, tudo pode se resumir em uma única palavra: êxtase. Sim, essa sensação abundante de prazer, que cria em nós uma grande expectativa e se rompe numa grande explosão.
Desde o nascimento até o momento de partir, somos preenchidos sempre por aquela sensação de que precisamos de um grande prazer para estarmos felizes e completos.
Isso bem é verdade, porém desde as coisas mais simples até as mais esperadas, o fato é que passamos a vida em busca de prazer e sempre estamos almejando algo ou alguém que possa atender essa nossa necessidade.
O ato de sugar o seio na primeira mamada da vida, o de alimentar-se, o de dormir, o de praticar uma atividade física, o de relaxar num momento de lazer e até o pleno gozo podem trazer essa tão buscada sensação de êxtase.
O que acontece ao ser humano, porém, se ele não conseguir esse processo que mantém a vida e o pulsar do coração, assim como a saúde mental e física em dia, já que o prazer nada mais é do que estar saudável?
Difícil responder de uma forma única, já que cada um de nós demonstra de uma maneira a sua dor e suas frustrações. Para alguns, isso pode durar apenas um instante; para outros, isso pode durar uma vida ou, então, uma existência.
Quando Deus criou o mundo e depois criou o homem, pensou em cada detalhe e nada deixou faltar. O que poucos se deram conta é de que tudo se iniciou com uma mordida na maçã. Um gesto de puro desejo e êxtase que deu início ao mundo, à reprodução dos seres e à perdição dos homens. Não sou eu quem está dizendo, mas todos os registros que contêm essas descrições.
E teria Deus abençoado esse momento de prazer vivido por Adão e Eva? Ou teriam eles sido expulsos do paraíso porque Deus não permitiu que tamanho prazer fosse vivido pelos dois? Está aí uma pergunta que me deixa curiosa! Porque teria, então, Deus criado tantas coisas belas, capaz de encantar os olhos e a alma e ter permitido que a serpente oferecesse aos dois um caminho de perdição sem volta, que acabou “mudando” o que seria vivido pelos seres humanos em sua existência?
Durante muitos anos, vivemos com o estigma de que sentir prazer não é uma coisa correta, então carregamos culpas e medos. Escondemos muitos desejos e vamos levando a vida num fio de navalha muito tênue, divididos entre o certo e o errado, correndo o risco de sermos julgados apenas por buscar o sublime, o prazeroso, o êxtase e sermos expulsos do paraíso.
Passar a vida apenas com risos contidos e abatidos por julgamentos morais e de outros que desejam apenas viver para seu próprio ego não é algo que pode nos preencher. É como se a panela de pressão fosse enchendo, sacudindo e, de repente, “bum” explodisse. Ninguém aguenta viver tanto tempo sendo quem não é e se escondendo atrás de uma sombra que não corresponde à sua essência ou àquilo que você realmente gostaria de fazer.
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Buscar o riso, a alegria, a felicidade, o contentamento, o dinamismo do mundo que precisa girar com intensidade não é errado, pois é isso que nos move estar sempre atrás de uma figurinha que complete o álbum e nos traga satisfação.
E se algum dia você estiver por aí divagando em pensamentos ou sozinho em busca de algo que o faça feliz, lembre-se apenas de que todos os dias você tem a oportunidade de ser feliz e de começar uma nova vida fazendo sempre tudo diferente. Vestindo uma roupa nova, mudando o caminho do trabalho, comprando um jornal em outra banca, trocando a cor e o comprimento dos cabelos, casando ou comprando uma bicicleta, você pode e deve sempre buscar a realização e o êxtase em tudo o que você faz. Viver é isso, não hesite em chegar ao êxtase!
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