Para começar, devemos dizer que o ceticismo e a crença são conceitos semelhantes sobre as ideias do ser humano, mas que, no entanto, acabam tendo maneiras diferentes na hora de serem aplicados.
Podemos definir ceticismo como sendo um estado de descrença, aquele indivíduo que duvida de tudo. Pessoas céticas têm predisposição para incredulidade. Isso significa dizer que os indivíduos céticos questionam tudo o que é apresentado para eles como verdade, não admitindo que existam fenômenos metafísicos, religiosos ou dogmas.
Indivíduos céticos utilizam o método científico (também chamado de ceticismo científico) e o pensamento crítico para que as teses possam ser comprovadas de verdade. Mas podemos afirmar que o ceticismo científico não é exatamente uma obrigação para os céticos, já que, algumas vezes, a validade de suas ideias pode ser atestada através de uma evidência baseada na experiência.
Por sua vez, crença pode ser entendida como conformidade ou firme convicção com algo. Isso significa dizer que é uma ideia que se considera como verdadeira, estando associada à doutrina, à religião e ao dogmatismo. A crença se baseia na fé, isso porque não existe uma justificação empírica, fundamento racional ou absoluta demonstração que o comprove.
A conformação dela nasce dentro de um indivíduo, o que significa dizer que ela se desenvolve a partir dos valores morais e das convicções de cada pessoa, embora possa sofrer certa influência do meio social em que se vive (amigos, família etc.) e dos fatores externos.
Também é possível diferenciar as crenças fechadas das crenças abertas. A primeira só pode ser tratada por autoridades, como por exemplo as de cunho religioso. Já para as crenças abertas, qualquer pessoa pode provar o contrário, ou seja, mencionar o cientificismo.
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Nós seres humanos, crentes, sempre acreditamos que coisas podem nos tornar mais felizes, mais plenos ou maiores e que isso, em algum momento, nos guiará a um lugar bem melhor. Todo esse pensamento nos traz segurança e conforto, porque dá mais sentido à vida e ao mundo em geral e, não importa o tempo, ou seja, se estamos vivendo o passado, presente ou futuro.
E, apesar dos céticos também acreditarem que algo seja capaz de nos tornar mais plenos, maiores e mais racionais e de acreditarem que esse sistema traz segurança e conforto, o ceticismo só nos levará a lugares melhores no futuro ou no momento presente, o agora.
A crença então vira fé, já que o indivíduo deve se autoconhecer sem deixar de lado os fatores externos e o seu sistema de crença.
Há outra igualdade entre ambos os conceitos. Ceticismo e crença são maneiras da mesma essência da inocência do ser humano. Ou seja, é a capacidade que temos de colocar em algo toda a nossa energia sem nenhum tipo de restrição, seja ela uma pessoa, uma organização, um objeto, um símbolo ou qualquer outra coisa.
É essa capacidade que aprendemos com nossos familiares e professores durante todo nosso processo de aprendizado pela vida. É necessário que nossa essência de inocência seja levada para outro nível (fé e sabedoria) se quisermos atravessar os padrões e as barreiras que nos limitam. E, para isso, é essencial confiança.
A fé nada mais é que a nossa capacidade de acreditar que tudo ficará bem, independentemente do caminho escolhido para ser trilhado.
Já o cético deve passar a se conectar e confiar mais nos acontecimentos, deixando de lado o espírito de inquisição. Assim, o ceticismo vira a sabedoria. Esta é a capacidade de assimilar informações de maneira indiscriminada, a fim de aumentar e processar o aprendizado.
Escrito por Flávia Faria da Equipe Eu Sem Fronteiras