A Páscoa é uma das festas mais tradicionais e celebradas do calendário cristão, mas antes mesmo de ser adotada pelo povo cristianizado, ela era comemorada de formas diferentes por povos distintos, entre eles os principais são os pagãos germânicos/europeus e os judeus.
A palavra páscoa (do hebreu “peschad”, em grego “paskha” e latim “pache”), na verdade, significa “passagem”, ou seja, uma transição dos tempos de trevas para os tempos de luz. Por esse motivo, os povos pagãos do hemisfério Norte comemoram a Páscoa durante o Equinócio de Primavera, pois a estação que chega anuncia o fim dos dias frios e escuros.
Para o povo judeu, a data é baseada na Pessach, uma celebração de tradição judaica que relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Eles também a comemoravam perto da época que marcava o início da primavera.
Desse modo, entender qual é a verdadeira origem da Páscoa torna-se um desafio, uma vez que a celebração é muito antiga e passou por diversas apropriações e mutações ao longo do tempo. Para isso, vamos pensar em algumas questões que podem nos levar ao mais próximo da resposta!
Quando a Páscoa foi celebrada pela primeira vez?
Não é possível estabelecer a data exata de quando a Páscoa foi comemorada pela primeira vez. Afinal, muitas tradições antigas já a realizavam antes mesmo do nascimento de Cristo, que, hoje, é um dos principais símbolos pascais.
No calendário cristão, a primeira tentativa de se estabelecer uma data para a celebração foi no ano de 325 d.C. durante o Concílio de Niceia. Contudo, foi somente por volta do século XVI, quando o calendário gregoriano foi adotado, que eles conseguiram determiná-la corretamente, ficando, portanto, definido que a Páscoa ocorreria no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia do Equinócio da Primavera, entre os dias 21 de março e 25 de abril.
Qual era o significado da Páscoa antes de Cristo?
Conforme dito anteriormente, dois povos ficaram mais conhecidos na história da Páscoa, os pagãos e os judeus. Embora essa celebração tenha significados muito parecidos para ambos, incluindo até mesmo os cristãos, cada um atribui diferentes detalhes para a data. A seguir, esclarecemos cada um desses detalhes!
Significado da Páscoa para os pagãos
Os povos pagãos europeus celebravam nesta época do ano a Ostara, Eostre ou Easter, em inglês.
Ostara é a deusa da primavera, cuja imagem é representada segurando um ovo em sua mão enquanto observa um coelho, símbolo da fertilidade para esses povos. Por isso ela é cultuada no Equinócio de Primavera, porque esse é o momento da colheita e abundância de alimentos.
Esses povos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos, algo que se tornou um símbolo da Páscoa até hoje.
Portanto, além de significar a passagem dos tempos sombrios e invernais para os acolhedores dias primaveris, os pagãos do hemisfério Norte atribuem à Páscoa a chegada de tempos abundantes, prósperos e mais felizes.
Significado da Páscoa para os judeus
Na Bíblia cristã, há a passagem de Êxodo, que narra o episódio de Moisés com o povo judeu pelo deserto, libertando-os da escravidão e guiando-os para a terra prometida.
A realização dessa tradição aconteceu por uma ordem expressa de Javé a Moisés, que a repassou para o povo hebreu.
Nesse caso, a explicação é mais curta, mas tem um grande simbolismo para esses povos, tornando a data importante para os judeus em todo o mundo.
Afinal, há uma verdadeira história da Páscoa?
A resposta é sim e não! Todas as histórias que explicam essa data são verdadeiras, cada uma adaptada à religião dos que comemoram.
O fato é que a Páscoa pagã e judaica surgiu muito antes de Cristo, por isso pode não ser o mais correto dizer que ela representa somente a morte e a ressurreição de Jesus.
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Com o crescimento do cristianismo e a imposição da religião durante a Idade Média, no entanto, muito foi adaptado e, hoje, com a ajuda da globalização, temos uma celebração que tem sua maior base inspirada em religiões cristãs, mas que contém elementos pagãos, como o ovo e o coelho.
Independentemente da origem ou qual vertente você acredita, o importante é respeitar a diversidade de celebrações, porque, no final, a essência da Páscoa é a mesma: renovação e libertação.