A morte é um assunto que não costuma surgir em uma roda de conversas entre amigos ou para tornar o clima mais leve. Em geral, quando falamos sobre isso, sentimos tristeza, medo, melancolia ou saudade.
Mas você sabia que nem todas as culturas pensam dessa maneira sobre a morte? No Egito, por exemplo, acreditava-se que depois da morte viria uma nova vida, para a qual os faraós poderiam levar todas as riquezas que acumularam enquanto eram vivos.
Mais perto de nós, a cultura mexicana tem uma visão sobre a morte que é bem diferente da que estamos acostumados. Inclusive existe uma festa para celebrar a partida daqueles que já estiveram entre nós. A seguir, aprenda mais sobre o Dia dos Mortos mexicano!
Direto ao ponto
A morte na cultura brasileira
Em 2018, o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) divulgou uma pesquisa sobre a morte na cultura brasileira. Entre as pessoas entrevistadas, 82,4% acham que não tem nada mais sofrido do que a perda de alguém.
Além disso, 63% pensam que a tristeza está associada à morte, enquanto 30% têm muito medo de morrer. A partir desses dados, compreendemos que o fim da vida na sociedade brasileira é visto com sofrimento e com muita dor na maioria dos casos.
Dessa forma, quando uma pessoa falece, reunimo-nos para uma última despedida em um velório. É comum que os parentes e amigos de quem partiu se abracem, façam uma oração ou comentem sobre lembranças que construíram ao lado da pessoa que morreu.
E existe uma ocasião para relembrar todos esses entes queridos que não estão mais entre nós, o Dia de Finados. Em 2 de novembro, que também é feriado nacional, a população frequenta os cemitérios onde parentes e amigos foram enterrados para deixar flores ou rezar em homenagem a quem se foi.
A morte na cultura mexicana
Apesar de a morte no Brasil ser compreendida como um evento triste, em uma outra parte do mundo não é isso que acontece. No México, a morte é vista com muita alegria, visto que a pessoa que faleceu teve a oportunidade de passar para o mundo espiritual.
Desde quando os colonizadores chegaram no país, essa maneira de entender o fim da vida parecia bastante inusitada. Até hoje podemos ter um pouco de dificuldade em aceitar toda a alegria mexicana em torno de um evento que, para nós, é tão sofrido.
Ainda assim, é importante respeitar e conhecer essa cultura. Afinal quem não gostaria de viver a vida sem um medo intenso da morte? E quem não quer um alívio ao enfrentar o luto por uma pessoa querida que partiu? Encante-se com essa nova perspectiva a seguir!
Qual é o simbolismo do Dia dos Mortos mexicano
Enquanto o dia 2 de novembro é o Dia de Finados no Brasil, no México comemora-se o Dia dos Mortos. Em vez de ser uma ocasião de recolhimento e de angústia, é um momento de fazer uma grande festa.
Desde 1 de novembro, Dia de Todos os Santos, os mexicanos começam a festejar. Acredita-se que nessa data as almas de crianças que faleceram retornam para o mundo terreno para reencontrar os familiares e amigos que continuaram vivendo.
Então as ruas são tomadas por crianças fantasiadas, que não têm medo das almas que estão rondando o país, já que, um dia, elas também foram crianças felizes. O que há em comum em todas as produções para o ritual é o destaque para os olhos, sempre contornados de preto.
Depois da festa das crianças, no Dia dos Mortos propriamente dito começa a celebração dos adultos. Embora eles também usem fantasias, essa não é a parte mais importante do evento. Na verdade, a data é usada para relembrar os adultos que já partiram, cujas almas retornam à Terra nesse momento especial.
Para isso, as pessoas organizam altares dentro das próprias casas, perto das janelas (para os espíritos chegarem com facilidade). Acrescentam fotos, alimentos, flores (chamadas cempasúchil) e copos d’água, já que a viagem para a Terra deve ser exaustiva para aqueles que partiram.
Também, as ruas são decoradas com caveiras recortadas em papel de seda colorido, em alusão ao fim da vida. Nos ambientes públicos, como museus e lojas, são preparadas mesas com alimentos para os espíritos. Ou seja, todo o país se organiza para receber os espíritos em uma grande festa.
Ainda que, para nós, os espíritos causem medo ou desconforto, para os mexicanos eles são a representação perfeita de quem se foi. Portanto a presença deles não deve ser só desejada, mas também celebrada. Nesse caso, ninguém tem medo dos mortos, apenas saudade!
E um dos fatores mais importantes do Dia dos Mortos é justamente manter viva a memória de quem já faleceu. Para os mexicanos, somente essa lembrança é capaz de manter uma pessoa existindo em um outro plano espiritual. Esse simbolismo é bastante evidente no filme “Viva – A Vida É Uma Festa” (2017).
Logo, a partir dessa celebração, é possível demonstrar o quanto as pessoas que morreram continuam sendo amadas, lembradas e queridas. Elas continuam fazendo parte da família e do grupo de amigos e sempre terão o Dia dos Mortos para encontrar novamente aqueles que fizeram da vida dela tão especial.
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A partir das informações apresentadas, observamos que o Dia dos Mortos é sinônimo de alegria no México. É quando a população tem a oportunidade de homenagear quem já partiu com flores, comidas, fantasias e decorações divertidas. Principalmente, essa data nos revela uma maneira mais otimista e leve de pensar sobre a morte, mostrando que ela pode ser apenas o início de um novo ciclo!