Quando somos crianças, as frases são envoltas por toda uma magia, e ouvir “vamos brincar?” é certeza de sorriso largo e brilho nos olhos dos(as) pequeninos(as).
Se é permitido que um filho ou filha ocupe seu lugar de criança dentro da família e da sociedade, ela usa a maior parte do seu tempo brincando e estudando. O ato de brincar auxilia no desenvolvimento de várias habilidades, entre elas as psicomotoras, cognitivas, emocionais e sociais. A interação com outras crianças ou adultos torna-se um treino para aprender a lidar com seus sentimentos quando se sai “ganhadora” ou “perdedora” da brincadeira. Vale lembrar a importância do brincar por brincar, do brincar para expressar toda a sua criatividade e espontaneidade, brincar para viver a vida e não somente para competir.
Para a criança, conforme o tempo passa, o mundo dos adultos já pode ser visto no horizonte. O tempo continua passando, esse novo mundo vai se aproximando, e lá estamos nós com a ponta do dedão do pé dentro da vida adulta. Logo mais adiante, num piscar de olhos nos damos conta de que estamos totalmente mergulhados no mundo adulto, lidando com questões como trabalho, finanças, relacionamento afetivo etc. Quer estejamos preparados para isso ou não.
Mas e a nossa criança que era feliz ao brincar? O que aconteceu com ela?
Parece que vivenciamos um processo de desconexão com a simplicidade e a leveza da criança. A cada passo que damos para entrar na sociedade/mundo dos adultos com suas competições desenfreadas na vida real e nas redes sociais, nos acostumando com a ideia de que tudo precisa ser imediato e resolvido ao toque de uma tela. Cria-se então um conflito com a nossa natureza humana, nos adoecendo e se fazendo necessário, muitas vezes, ir contra o fluxo da sociedade doente.
Num mundo que diz “trabalhe enquanto eles dormem” para ter sucesso e ser feliz, brincar é ir contra esse fluxo, é ganhar um fôlego de vida. Brincar é uma forma de se reconectar com a criança que você foi um dia, a sua criança interior – termo usado pela psicologia para definir o momento da concepção até o final da infância, englobando as experiências vividas nesse período.
Na infância, usávamos boa parte do nosso tempo para brincar. E na fase adulta, será que conseguimos dar continuidade a essa felicidade com brincadeira, agora adaptada à fase atual? Você se lembra da última vez que usufruiu do seu tempo brincando com outro adulto?
Você também pode gostar:
- Conecte-se com a sua criança interior para viver com mais leveza
- Estimule sua liberdade emocional com a sua criança interior
- Saiba qual é o efeito de brincar no desenvolvimento infantil
Uma dica importante: brinque com crianças, mas também se permita brincar com outros adultos.
Não deixe que uma sociedade adoecida dite a regra de que você deve abandonar a sua criança interior num “quarto escuro”. Do contrário, à medida que você vai envelhecendo, tudo se torna rígido, inflexível. Observe uma criança pequena, como é delicada, terna e flexível. Nutra sua criança, brinque, volte a tornar a sua vida mais simples. Equilibre suas responsabilidades de adulto com as brincadeiras alegres da sua criança.
Facilitadora Fátima Cardoso.