O nosso movimento natural e motivador sempre é o de conquistar, conseguir, atingir e tudo o que nos faça chegar a algo ou alguma coisa.
Buscamos criar metas para chegar a algum objetivo ou a algum ponto que, dentro de nossa visão, consideramos importante e um patamar mais elevado. Chegando ali, criamos novos patamares e novamente iniciamos essa busca desenfreada.
Mas nesse caminho, é inevitável vivenciarmos perdas. Que por mais dolorosas que sejam, nos fazem crescer e entender que estamos aqui para ganhar, mas também para perder.
Perder algo ou alguém é um fato! Sabemos que tudo tem um ciclo, e como ciclo, em um momento tem fim. Mas perder é uma ação universal, que ninguém gosta de vivenciar.
Perder dói, e traz à tona a nossa impotência perante o fluxo natural. Não podemos fazer nada com esse movimento, talvez conseguir evitar perdas pequenas, mas é fato que em algum momento de nossas vidas, a perda é certa.
A inspiração deste texto veio através de uma perda recente que tive e que me fez refletir em como, por mais difícil que seja, a gente precisa passar por isso, porque perder ensina e nos gera muitos sentimentos que precisamos acessar para nos conhecermos e conhecermos o outro.
A forma como lidamos com essas experiências é diferente de pessoa para pessoa, mas é garantido que a emoção que sempre toma conta, é uma emoção mais densa e mais energeticamente baixa, porque ninguém gosta dessa sensação.
Mas olhar para ela de forma madura te traz um novo olhar e uma nova forma de assimilar esse aprendizado, pois assim você percebe que já que não tem o que fazer em determinadas situações, você precisa saber como reagir a elas.
Sendo assim, o que você pode então extrair de ensinamento dessa vivência?
E, pensando nisso, me veio o novo olhar que o ato de perder me gerou com algumas conclusões:
1. Se doeu, é porque foi importante e o valor do que foi perdido era alto e especial;
2. Quanta coisa boa você vivenciou enquanto tinha essa pessoa, esse animal, esse objeto ou esse momento, ou o que quer que você tinha com você;
3. “TER” é uma palavra que não podemos usar com tanta certeza, porque nada e nem ninguém é nosso, nós viemos sozinhos e sem bens, e vamos sozinhos também. Então, devemos entender que “TER” é só uma palavra criada em nosso vocabulário, sem que a gente tenha assimilação real do significado dela;
4. A vida é passageira e existe um movimento, uma força maior, que nos prova isso diariamente. Tudo tem fim, e precisamos estar preparados para esse momento;
5. A dor é inevitável, deve ser respeitada, sentida e cuidada, com todo o carinho que você puder dar. Expresse o que o seu corpo e emoções querem comunicar, sem bloqueios, sem privações, apenas deixando fluir. Permita-se expor sua dor, pois isso comprova mais a importância do que se foi;
6. A dor também nos torna empáticos, quando você sente dentro de você, você entende a dor do outro e aprende a respeitar, aprende a ter um olhar diferente quando alguém vivencia algo semelhante. E, com a sua experiência, pode ajudar outra pessoa a entender e aceitar em algum outro momento;
7. Embora exista um sentimento de impotência, é bom entender que em muitas situações realmente não podemos fazer nada, apenas aceitar. E só de agir assim, você já está fazendo alguma coisa;
8. Procure honrar essa perda, fazendo dela um impulso para que você continue em seu caminho, buscando e usando essa energia emocional como combustível evolutivo;
9. Agradecer pelo que foi vivido, e pelo novo caminho que se segue, ajuda a trazer mais valor à situação e um maior entendimento.
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Ganhar é bom, mas perder faz parte, e entendendo essas forças com o coração aberto e com receptividade nos gera um grande entendimento, de que ciclos têm começo, meio e fim, e lidar com essa sabedoria universal, torna muito mais produtiva a aceitação dos nossos finais de ciclo e do que ainda iremos viver, trazendo mais leveza e um olhar diferenciado para todo o processo.