Autoconhecimento

Quanto tem custado ser você?

Mulher branca de olhos fechados no meio de folhas.
Moises Alex / Unsplash

Continuar sendo o que somos às vezes nos custa caro. Por vezes, nem percebemos que estamos sem nenhum tostão de consciência, vendendo barato nossos bens mais preciosos e pagando nosso peso em ouro pelo amor dos outros.

A gente nem se dá por conta de quanto se desvaloriza quando põe em um balaio de ofertas uma infinidade de nossos “sim”, convencidos de que seremos mais aceitos… por quem tem justamente o pouco que a gente crê que valha. Afortunados de real valor não se encontram em qualquer esquina, nem dão ou recebem esmolas, muito menos mendigam afeto.

Vamos desfazendo-nos do que mais nos faz bem e da nossa essência por não sabermos do nosso valor e, por isso mesmo, não temos claro o precisamos. Vamos nos nivelando por baixo, com medo de subir a régua do merecimento.

Vamos baixando cada vez mais nosso preço, imaginando que o outro nos compre pelo que temos no bolso.

Mão branca segurando flores amarelas.
kevin laminto / Unsplash

Vamos nos dando de graça para quem pague um pouquinho de conforto. Pulamos em fuga pela primeira janela de ar fresco que renove o ar já rarefeito do nosso coração. Sem querer de fato, a gente se satisfaz com migalhas e prazeres fugazes, tentando encher aquele buraco bem no meio do peito, feito comida que não sacia o vazio emocional. Aceitamos, assim, a carência alheia disfarçada de atenção.

Se eu vejo sua falta, percebo que também não tenho. Eu me vejo no espelho quando olho você se desfazendo de si mesmo e se dando por tão pouco. E por observá-lo desse jeito, vou me despedindo deste eu limitado ao que imagino ser, dessas coisas que creio que me preencham, dessas situações a que me sujeito por medo de me dizer “sim”.

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Quando estivermos dispostos a suportar o desconforto dos outros com nossos “não”, talvez possamos pagar o preço de ser quem somos, fazendo valer nossas vontades, manifestando nossos desejos e cobrando sem culpa o que merecemos.

Sobre o autor

Angelita Schifelbein

Moro na terra dos presidentes, São Borja — bem do ladinho da Argentina. Filha mais velha de três irmãs, mãe do Caetano, escrevo e trabalho desde 1996 e atualmente me dedico ao meu sonho: a escrita. Além disso, tenho formação em Administração e fiz mestrado em Administração de Negócios. Tenho mais de 20 anos de experiência liderando equipes em organizações prestadoras de serviços e vários treinamentos na área de desenvolvimento humano, liderança e qualidade.

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