Poderia enumerar aqui alguns heróis que me inspiraram na infância/adolescência e, até os dias atuais, contribuem com a construção deste que vos fala. O que mais me chama atenção em todos eles? Simples: abnegação, honra, entrega pelo propósito, viver e morrer pelos seus, amor por uma causa, dentre tantas outras características.
Lembro-me que os meus olhos brilhavam quando via Seiya de Pégaso se levantar pela milésima vez, para enfrentar um inimigo milhões de vezes mais forte que ele.
O que o fortalecia?
O que o fazia levantar depois de ser atingido tantas vezes?
A certeza de que a sua missão era nobre; de que ele era o último muro entre o mal e milhares de inocentes; de que o seu amor pela causa era maior que qualquer dificuldade no caminho.
Lembrando-me de todas essas estórias fantásticas, de como esses heróis inspiraram gerações, fico cada dia mais convicto que estamos nos perdendo. Sim, estamos nos perdendo quando elegemos como nossos heróis, como nossos símbolos, pessoas que, de um lado, não demonstram qualquer aptidão para o exercício daquelas atividades que lhes foram confiadas e, de outro, solaparam a confiança popular através da corrupção e da roubalheira.
Sim, ainda que eles sejam ficcionais, prefiro designar como mitos, como exemplos, como estandartes da honra e da verdade, os heróis que me dão bons exemplos, que me trazem boas mensagens.
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Prefiro eles, mil vezes eles, àquelas figuras públicas, sejam elas gregas ou troianas, que diuturnamente propagam discursos de ódio, tirania e demagogia – e, ainda assim, são mitos e heróis para muitos.
Em verdade, penso que não precisamos nem ir tão longe. Poderíamos deixar Seiya, Vegeta, Superman, dentre tantos outros, nas suas respectivas estórias.
Temos heróis dentro das nossas casas, das nossas repartições públicas, dos ambientes policiais, dos estabelecimentos médicos, em tantos lugares, mas, ainda assim, insistimos em ver salvadores onde, de fato, não existem.
Apenas uma reflexão!