Saúde Mental

Quetiapina: tudo o que você precisa saber sobre esse medicamento e mais

Mulher cabisbaixa com mãos no rosto sentada numa cadeira e mãos apoiadas na mesa branca
WichM / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

A jornada diária que enfrentamos tem se tornado cada vez mais frenética, o que acaba afetando nossa saúde como um todo, mas, principalmente, a nossa saúde mental. Primeiramente, é primordial a busca por um médico para um diagnóstico assertivo, e o acompanhamento psicológico e o psiquiátrico são indispensáveis. Nesses tratamentos médicos, às vezes, medicamentos como a quetiapina são recomendados e podem auxiliar no tratamento de algumas doenças psiquiátricas.

Esse e outros medicamentos para o tratamento de doenças psiquiátricas costumam levantar algumas dúvidas. Diante disso, queremos informar sobre questões relacionadas à quetiapina. Afinal de contas, o que ela faz? Como ela age? Quais são suas contraindicações? Confira, a seguir, maiores informações sobre essa medicação.

Afinal, o que é a quetiapina?

A quetiapina é uma substância que pode atuar como um estabilizador de humor e tratar diversas doenças psiquiátricas. Conhecido também como hemifumarato de quetiapina, o medicamento foi desenvolvido pelo laboratório AstraZeneca em 1985; porém, só foi aprovado em 1997 nos Estados Unidos, e no ano 2000 na Alemanha.

Como diversos medicamentos, a quetiapina pode ser encontrada nas farmácias e drogarias por diferentes nomes como: Quet, Kitapen, Quetipin, Atip, Seroquel, ou pelo nome genérico, hemifumarato de quetiapina. É vendido em cartelas de 10, 15, 20 e 30 comprimidos, com 25 mg ou 100 mg, e, ainda, em comprimidos de liberação prolongada com 50 mg, 200 mg e 300 mg.

A medicação é derivada da dibenzotiazepina e pertence ao grupo de antipsicóticos, classificando-se como um antipsicótico atípico. Em diversos estudos da área, apontou resultados tão eficazes quanto o de outros medicamentos estabelecidos no mercado, como haloperidol e clorpromazina.

Quetiapina: para que serve esse medicamento?

O fármaco melhora os sintomas de alguns transtornos mentais, por isso, é comumente indicado para tratar do transtorno bipolar e da esquizofrenia. Todavia, pode atuar também como um potencializador de antidepressivos e auxiliar no tratamento de outras doenças psiquiátricas, como depressão, ansiedade e insônia.

Em casos de esquizofrenia, o remédio pode ser utilizado por adultos e crianças entre 13 e 17 anos. Já nos casos de bipolaridade, é indicado para adultos e crianças de 10 a 17 anos. No caso de outras doenças, nas quais o medicamento é usado como um adjunto, a idade dos pacientes pode variar de acordo com os sintomas.

A ação da quetiapina no cérebro

O mecanismo de ação do composto atua em diferentes partes do cérebro. Quando utilizado para o tratamento de esquizofrenia e bipolaridade, o princípio ativo age na parte frontal, liberando dopamina, o que resulta em estabilização do humor, aumento de foco e diminuição de alucinações.

Em contrapartida, quando atua na região central do cérebro, o medicamento bloqueia a dopamina, diminuindo a insônia e a excitabilidade. Além disso, o medicamento tende a trazer mais disposição e ânimo para os usuários.

Quais são seus possíveis efeitos colaterais?

As reações adversas mais comuns são: aumento de colesterol, aumento de triglicerídeos, boca seca, sonolência e tontura. Outros efeitos podem ser: taquicardia, palpitações, vômito, visão embaçada, constipação, irritabilidade, aumento de apetite e pesadelos.

Acima de tudo, é imprescindível que o médico avalie o histórico de saúde do paciente e de sua família, para que sejam investigadas possíveis patologias, alergias e outras condições de saúde. Os efeitos colaterais podem ser diferentes para cada pessoa e, às vezes, podem nem surgir.

Contraindicações e precauções a serem tomadas

O remédio é contraindicado para gestantes e lactantes e para pessoas com histórico de doenças no fígado e no coração, com retenção urinária e propensão ao glaucoma. Além de observar esse aspecto, é de extrema importância que as indicações de faixa etária sejam seguidas.

É necessário cautela ao utilizar o composto em pacientes que apresentam:

  • diabetes ou propensão à doença;
  • sintomas de infecção;
  • alterações nos níveis de triglicérides e colesterol;
  • cardiomiopatia e distúrbios vasculares;
  • apneia e risco de pneumonia;
  • retenção urinária;
  • histórico de abuso de álcool e drogas.

É preciso também estudar as interações que o medicamento poderá ter com outros compostos e, caso haja a necessidade de tomar algum outro remédio, consultar o médico. Alguns fármacos (como fenitoína, tioridazina, carbamazepina, cetoconazol, antifúngicos e outros) necessitam de cautela durante o uso da quetiapina.

Dúvidas frequentes

Quetiapina serve para dormir?

O medicamento pode causar sonolência e ajudar nos sintomas de insônia, porém, seu uso é indicado para o tratamento de esquizofrenia e bipolaridade. Deve ser utilizado exclusivamente com indicação e acompanhamento médico.

Mulher dormindo entre lençóis numa cama grande
Gorodenkoff / Shutterstock

Quetiapina causa alucinações?

Não; pelo contrário, o fármaco diminui as alucinações em pacientes com esquizofrenia.

Quetiapina é usada para ansiedade?

O composto isolado não trata do transtorno de ansiedade; contudo, quando combinado com antidepressivo, potencializa a ação do remédio no organismo.

Quetiapina e álcool combinam?

Não! O consumo de bebida alcoólica durante o uso de quetiapina ou outros antipsicóticos ou antidepressivos é extremamente perigoso e prejudicial ao tratamento.

A automedicação é extremamente contraindicada, perigosa, prejudicial à saúde e à vida. O uso de quetiapina (ou de qualquer outro medicamento para tratamentos psicológicos) deve ser feito sob recomendação e acompanhamento médico.

Você também pode gostar:

Caso esteja enfrentando problemas e identificou que sofre de algum dos sintomas anteriormente aqui destacados, é fundamental que busque acompanhamento médico. O conteúdo aqui explorado tem o intuito de apenas informar sobre as propriedades do medicamento e tirar dúvidas comuns. Indo além disso, procure um médico e busque ajuda.

Sobre o autor

Eu Sem Fronteiras

O Eu Sem Fronteiras conta com uma equipe de jornalistas e profissionais de comunicação empenhados em trazer sempre informações atualizadas. Aqui você não encontrará textos copiados de outros sites. Nossa proposta é a de propagar o bem sempre, respeitando os direitos alheios.

"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros"

Sejam Bem-vindos!

Torne-se também um colunista. Envie um e-mail para colunistas@eusemfronteiras.com.br