Você já ouviu falar em reconsagração do ventre? Também chamada de “desbloqueio das memórias do útero”, trata-se de uma técnica milenar na qual se realiza uma limpeza energética das memórias que ficam registradas no útero.
Para as pessoas que aplicam a técnica, é no útero que ficam retidas as memórias amorosas (em todas as esferas da nossa vida – relacionamento, maternidade, família e na relação consigo mesma), emocionais, sexuais e biológicas.
Experiências como a primeira menstruação, abortos, abusos, término de relacionamento, traições, crises afetivas, tudo isso fica registrado no canal vagina e no útero. Essas memórias vão se acumulando e podem causar traumas decorrentes de mágoas, culpas, inseguranças e outras limitações.
Direto ao ponto
Com a reconsagração do ventre, temos a possibilidade de liberar essas memórias, para nos libertarmos desses traumas e de outras crenças limitantes e repressoras. Isso ajuda a resolver problemas amorosos e sexuais, pois os bloqueios nessas áreas podem ser reflexo de um útero adoecido. Acredita-se também que a técnica seja bastante útil na prevenção de doenças ginecológicas.
Meu corpo precisa disso?
Nosso corpo dá sinais. Em qualquer ocasião. Se sentimos medo, o coração bate mais rápido e o ar pode faltar. Quando fígado, rins ou estômago, por exemplo, não estão bem, sentimos dores, azia, dificuldade para urinar, febre, náuseas. São indícios de que devemos fazer algo para tratar esses sintomas e também procurar meios de tratar o problema na causa. Com o útero não é diferente, pois ele também funciona como um filtro.
Ao longo dos anos, as emoções negativas tendem a se acumular no útero e vão sendo alimentadas. A cada situação traumática, a cada nova mágoa, essas emoções vão se somando, e os efeitos desse acúmulo são os mais variados: ciclo menstrual irregular, infecções como candidíase, ovários policísticos, miomas e até mesmo endometriose.
É preciso liberar o corpo desses traumas, pois só conseguimos estar bem com os outros e para a vida se estivermos bem com nós mesmas. Se nosso útero está bem, a menstruação não apresenta intercorrências, nossa libido está equilibrada e não ocorrem alterações hormonais ou orgânicas nem problemas com a nossa região genital.
Situações em que a reconsagração é indicada
A reconsagração do ventre está fortemente indicada em casos de bloqueios energéticos, amorosos e sexuais. Também é muito útil após términos de relacionamentos, em especial quando não conseguimos nos desapegar da relação (até porque as recaídas muitas vezes fazem mal para a nossa saúde emocional). Rancores, ressentimentos e situações mal resolvidas também ensejam a utilização da técnica. Se você passou por um aborto ou se apresenta algum problema orgânico na região, também pode experimentar.
O processo em si
A reconsagração do ventre deve ser feita pela mulher ao menos uma vez na vida. Afirma-se que a menstruação é o momento ideal para realizar o processo, pois já estamos eliminando impurezas por meio do sangue menstrual, e essa eliminação pode ser potencializada pela reconsagração.
Todo o processo é feito de forma guiada por uma terapeuta. O ambiente precisa ser preparado para que possa ser estabelecida uma conexão com as próprias emoções. É feito um ritual no qual tudo conspira para a sua fisiologia reagir. Pode-se lançar mão de recursos como luzes estimulantes e músicas relaxantes.
Em mais detalhes
Aqui segue um exemplo de como funciona basicamente uma sessão de reconsagração do ventre, feita em grupo. Não necessariamente todas as sessões serão idênticas.
Geralmente, o processo inicia-se com uma apresentação entre as participantes, em que elas dizem seu nome, o que buscam com a reconsagração, expor os sentimentos. Não tem problema se as emoções vierem à tona.
Após isso, costuma-se fazer uma meditação guiada. As participantes são orientadas a fechar os olhos e a colocar as mãos sobre o ventre, para se conectar com seu próprio eu. Em meio a um ritual de autodescoberta e de acesso ao inconsciente, elas entram em contato com suas memórias, e as emoções podem vir à tona, num momento de catarse absoluta.
O próximo passo envolve um processo de expulsão das memórias. Em posição de cócoras, as mulheres respiram fundo, como se estivessem parindo. Exercícios de respiração e contração vaginal são alternados, sempre guiados pela terapeuta.
Após essa etapa, é feita uma lista das situações, pessoas e emoções das quais elas querem se livrar (todas estão representada na forma de nós, feitos em fitas que cada mulher recebe). É feita nova meditação, com o intuito de acionar a criança interior, o seu passado. A ideia é deixar que ela se expresse livremente, acolhendo-a.
Em seguida, a mulher acessa a sua versão anciã. Projetando-se no futuro, encontram-se as respostas para as próprias perguntas. É hora de voltar para o aqui e o agora, interagindo umas com as outras. Trocam-se abraços, e posteriormente cada uma “ouve” o útero da outra. Depois das interações, físicas e verbais, é hora de desatar os nós (alguns podem demorar a ser desfeitos, pois se relacionam com as questões mais importantes), consultando a nossa criança e a nossa anciã.
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Ao final do ritual, o útero é ungido com um óleo, que deve ser passado sobre a pele, enquanto os pensamentos devem se concentrar na cura. Com o resquício de óleo nas mãos, umas podem ungir o útero das outras. A sessão é finalizada com abraços e uma roda coletiva, em que as energias são espalhadas pelo ambiente.
Experimente esse ritual
Mesmo que você não tenha nenhum tipo de crença ou leve fé em rituais como esse, vale a pena experimentar a sensação. Pode ser um alívio, pois você estará colocando suas emoções para fora, estará em um ambiente de acolhimento, em que uma abraça e cura a dor da outra. Pode ser uma experiência interessante, pois a troca com o outro ajuda muito a nos tornar mais sãs – física, mental e emocionalmente.