O espiritismo explica que a reencarnação é a volta do espírito à vida terrena, uma oportunidade para evoluir. Segundo a doutrina, o espírito reencarna em um país, cidade, estado, família e cultura compatíveis à frequência do seu pensamento. A experiência é consciente, ou seja, objetivos são traçados e ele tem o poder do livre arbítrio.
Segundo historiadores, foi Pitágoras quem trouxe a ideia de reencarnação ao Ocidente. Em viagens pelo Egito, o matemático grego ouviu relatos sobre o assunto, onde os espíritos falavam que voltavam como humanos ou animais.
A reencarnação sob o ponto de vista das religiões
Cristianismo: a crença é na ressurreição, fato que acontece no juízo final após a purificação dos pecados, comunhão com os santos, contemplação de Deus e a entrada no paraíso.
Islamismo: a ideia de reencarnação não existe. A alma é julgada por Allah (Deus) e vai para o céu ou inferno de acordo com sua vida na Terra.
Evangélica: a religião não acredita na reencarnação.
Judaísmo: o espírito não morre e vive em forma de luz.
Candomblé: o espírito reencarna e traz seus erros consigo.
Umbanda: erês, pretos velhos, caboclos, exús e pombas giras são espíritos que não reencarnam, mas que são incorporados por médiuns para ajudar as pessoas.
Hinduísmo: quem morre passa por um túnel luminoso e as pessoas presas aos prazeres mundanos ficam no meio do caminho. Quem faz a passagem se depara com portas, onde devem entrar para conhecer suas vidas passadas e as novas missões.
Budismo: as almas passam por um túnel e vão para compartimentos correspondentes aos seus defeitos. Pessoas com distúrbios alimentares, por exemplo, vão para a “sala dos alimentos” e permanecem até resolverem a questão.
Os estudos sobre reencarnação
A maioria dos casos envolvem crianças e vários cientistas investigam o assunto. O psiquiatra canadense Ian Stevenson, morto em 2007, é considerado uma grande autoridade e seu primeiro estudo foi uma monografia escrita em 1961. A pesquisa publicada na American Society for Psychical Research rendeu um convite da médium americana Eileen Garrett, uma das fundadoras da Parapsychology Foundation, para analisar o caso da menina indiana Swarnlata Mishra. Durante uma viagem, a garota de 3 anos viu uma casa e se referiu como “minha casa”, pedindo para ir até lá.
Ainda pairam dúvidas e os céticos afirmam que os casos são coincidências ou fraudes. Mesmo sem comprovações científicas, existem fatos que podem balançar um pouco o ceticismo. Separamos 10 acontecimentos para você entender melhor a reencarnação:
- Estado intermediário
A carreira do psiquiatra americano Brian Weiss mudou após uma sessão com Christine, uma paciente que relatou uma conversa que teve com o pai do psiquiatra. A paciente contou que o pai de Weiss falou sobre a morte do filho mais velho do psiquiatra, que morreu 23 dias após o nascimento. Nessa sessão de regressão, o pai de Weiss revelou que o bebê morreu porque o coração da criança “foi para trás”. As veias do coração do bebê, de fato, cresceram no lugar errado, para trás.
- Marcas de nascimento
Em algumas áreas da Ásia, os corpos dos mortos são marcados com fuligem pelos familiares, na esperança da pessoa continuar na família e o sinal torna-se uma prova da reencarnação. O psiquiatra da Escola de Medicina da Universidade da Virgínia Jim Tucker e Jurgen Keil, professor emérito e psicólogo da Universidade da Tasmânia, na Austrália, estudaram casos de crianças nascidas com sinais corporais semelhantes de parentes falecidos.
Um dos casos do estudo publicado em 2012 no The Journal of Scientific Exploration, destinado à medicina alternativa e até extraterrestres, foi de um menino nascido em Mianmar. A criança tem uma marca no mesmo lugar que o avô tinha e ela ainda chamava a avó e a mãe por apelidos que somente o avô sabia. Os pesquisadores usaram como evidência um sonho da mãe da criança durante a gravidez. No sonho, o avô dizia a ela “eu quero viver com você”.
- Caligrafia reencarnada
Aos 2 anos, um rapaz indiano chamado Taranjit Singh dizia que nasceu na aldeia Chakkchela, em Jalandhar, e que seu nome era Satnam Singh. O rapaz ainda dizia que estudava na classe nove, turma com alunos entre 15 e 16 anos. Segundo o jovem, ele andava de bicicleta quando foi atingido por uma moto e morreu em setembro de 1992. Ele possuía 30 rúpias e os livros que carregava foram banhados com seu sangue.
Intrigado, Jeet Singh (pai de Taranjit Singh) investigou e descobriu através de um professor a existência de uma criança chamada Satnam Singh que morreu em um acidente de bicicleta e carregava 30 rúpias e livros. A história foi comprovada pelo cientista forense Vikram Raj Chauhan, que comparou as letras de Taranjit e Satnam e atestou a semelhança entre elas.
- Cicatrizes do irmão
Kevin Christenson teve um câncer diagnosticado aos 18 meses de vida. O tumor projetou o olho esquerdo e um nódulo cresceu na parte de cima da orelha direita. A quimioterapia foi na parte direita do pescoço, porém, não evitou a sua morte, em 1979, aos 2 anos.
Em 1991, a mãe de Kevin se casou outra vez e teve um menino, Patrick. A criança tinha um sinal no pescoço parecido com um corte, um nódulo no couro cabeludo no mesmo local, um problema no olho esquerdo e mancava. Patrick dizia que se lembrava de uma cirurgia na orelha direita e também de uma casa laranja e marrom onde a mãe morava com o meio irmão.
- A criança que nasceu com ferimentos de bala
Uma criança turca com má formação da orelha e subdesenvolvimento do lado direito da face chamou a atenção do psiquiatra Ian Stevenson. A condição lembra o caso de um homem que morreu após uma explosão no lado direito do crânio provocada por uma espingarda. Este fato foi publicado no Journal of Scientific Exploration, que explora sinais de nascença e problemas congênitos associados a vidas passadas.
- Americana que nasceu sabendo falar sueco
O psiquiatra Ian Stevenson estudou um caso de xenoglossia (falar uma linguagem real totalmente desconhecida para o falante em seu estado normal) de uma mulher americana identificada como T.E. Ela teve aulas de francês na escola, cujo único contato com o sueco foi ao assistir um programa de televisão. A mulher foi submetida a 8 sessões de regressão com distintas técnicas de hipnose, onde assumiu a identidade de um camponês sueco chamado Jensen Jacoby.
A mulher respondeu em sueco as perguntas feitas na língua e também respondeu perguntas em inglês com respostas em inglês. Ela foi submetida a uma prova de sueco, teste de associação de palavras e a dois testes de polígrafo (detector de mentiras).
O resultado apontou que T.E possuía um vocabulário de apenas 100 palavras, o que não confere fluência no idioma. Este caso de xenoglossia foi classificado pelos assistentes de Stevenson como um mix entre o sueco e o norueguês.
- Memória dos mosteiros
O livro do psiquiatra Adrian Finkelstein “Your Past Lives And The Healing Processs” (“Suas vidas passadas e o processo de cura”) conta o caso de Robin Hull, menino que falava um idioma incompreensível para a mãe. Ele explicou que aprendeu a falar a língua em um mosteiro, mas nunca frequentou uma escola, por ainda ser muito pequeno. Um professor em idiomas asiáticos detectou ser um dialeto falado no norte do Tibete. O especialista foi para lá e descobriu um mosteiro nas áreas montanhosas de Kunlun.
- Paciente que matou e se casou com o filho
O livro “Messages from the Masters: Tapping into the Power of Love” (Mensagens dos Mestres: explorando o Poder do Amor), do psiquiatra Brian Weiss, traz a história de uma paciente chamada Diane, que trabalhava como enfermeira chefe. Em uma sessão de regressão, ela voltou à sua vida passada nos Estados Unidos durante o conflito entre nativos americanos. Diane contou que o marido estava fora e que precisava se esconder em um compartimento com seu filho.
O filho de Diane tinha um sinal em formato de meia lua no ombro direito. Para não chamar atenção dos nativos, ela sufocou o bebê, que acabou morrendo. Diane se apaixonou e casou com um homem com uma marca de nascença parecida com a da criança.
- O soldado japonês queimado
O caso da garota birmanesa Ma Win Tar, que aos 3 anos falava que era um soldado japonês capturado e queimado vivo por aldeões birmaneses foi investigado por Ian Stevenson. Ela se considerava uma japonesa e costumava bater nos rostos das pessoas, como os soldados japoneses faziam com os aldeões birmaneses. Ma Win Tar ainda tinha marcas nos pulsos parecidas com queimaduras provocadas por cordas.
- Memórias felinas
Em 1992, John McConnell morreu após levar 6 tiros. Uma das balas atingiu o pulmão esquerdo e a principal artéria pulmonar do coração. O homem tinha uma filha, Dorenn, que 5 anos depois deu à luz um menino chamado William. O menino tinha problemas na válvula que leva sangue para os pulmões e também no coração. William se recuperou com tratamentos e intervenções cirúrgicas. As lesões de avô e neto eram muito parecidas.
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Doreen deu uma bronca no filho e ele disse: “Quando você era uma menina, e eu era o seu pai, você era ruim um monte de vezes, e eu nunca bati em você!” Outro fato surpreendente foi quando Willian disse que ele nasceu em uma terça-feira e o avô nasceu em uma quinta-feira e que “estava preparado para voltar”.
Surpreendentes essas histórias, não acham? E você, conhece alguma história sobre reencarnação? Adoraríamos que você compartilhasse com a gente.
Texto escrito por Sumaia de Santana Salgado da Equipe Eu Sem Fronteiras