Seja bom nos piores momentos da sua vida. Quando imaginamos um cenário de prosperidade, no qual os indivíduos dispõem de bons artifícios para a vida, tanto no campo dos recursos quanto dos relacionamentos, consequentemente idealizamos a inexistência de divergências políticas, enfermidades, desacordo social ou catástrofes ambientais. Sendo assim, poderia ser fácil afirmar que os cidadãos desse local – ou grande parte – vivem plenamente felizes, agindo de maneira correta com seus compatriotas em um ressoar envolvente de empatia e compaixão.
Contudo, suponha que um grande desastre aflija essas terras, tornando campos férteis em zonas sem vida, trazendo a escassez de itens básicos para sobrevivência e transformando a estabilidade de pessoas civilizadas em desespero generalizado. Voltando nossa atenção novamente para os habitantes – ou sobreviventes – notaríamos, com efeito, a alteração da civilidade de alguns perante a crise.
Ter um bom comportamento durante um regime pacífico pode não refletir na verdadeira essência de um ser humano, especificamente. Nesse ponto, vale a citação do filósofo e pensador chinês Confúcio: “Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com seus atos”. Declarações e ensinamentos análogos são frutos de sua contribuição acerca da moralidade pessoal e governamental no séc. V a.C.
Existe, então, grande importância em ressaltar as provações no processo de autoconhecimento e conhecimento do outro. A simbologia do deserto nos textos bíblicos ilustra, por exemplo, os desafios aos quais o homem deve ser submetido para sustentação de atitudes condizentes com sua fé. Dessa maneira, são apresentados requisitos eventualmente indispensáveis para a elevação do próprio sujeito, que de forma soberana destituirá seu passado.
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A perpetuação de valores para o enfrentamento dos desafios, bem como a atenção do momento presente fundamentam o reconhecimento das etapas críticas para o crescimento. Portanto, negligenciar, praguejar, evitar ou ainda não se responsabilizar durante esses períodos pode transparecer fraquezas e a identidade de pessoas nas mais distintas ocasiões da vida.
Evitar o senso comum e o status quo exige, obrigatoriamente, a ciência de todas as implicações do exercício decisório para interação verdadeira com as infinitas possibilidades de uma ação. A indiferença, em contrapartida, leva ao seguimento de ordens sem questionamento, que outrora corromperam, escravizaram e destruíram.