Autoconhecimento Comportamento

Reflexões sobre benevolência

Duas mãos de uma pessoa segurando a mão de outra, sobre uma mesa de madeira
123RF/Vadim Guzhva
Escrito por Frederico Rodrigues

Seja bom nos piores momentos da sua vida. Quando imaginamos um cenário de prosperidade, no qual os indivíduos dispõem de bons artifícios para a vida, tanto no campo dos recursos quanto dos relacionamentos, consequentemente idealizamos a inexistência de divergências políticas, enfermidades, desacordo social ou catástrofes ambientais. Sendo assim, poderia ser fácil afirmar que os cidadãos desse local – ou grande parte – vivem plenamente felizes, agindo de maneira correta com seus compatriotas em um ressoar envolvente de empatia e compaixão.

Contudo, suponha que um grande desastre aflija essas terras, tornando campos férteis em zonas sem vida, trazendo a escassez de itens básicos para sobrevivência e transformando a estabilidade de pessoas civilizadas em desespero generalizado. Voltando nossa atenção novamente para os habitantes – ou sobreviventes – notaríamos, com efeito, a alteração da civilidade de alguns perante a crise.

Homem militar em serviço recebe alimento de duas crianças.
Pixabay

Ter um bom comportamento durante um regime pacífico pode não refletir na verdadeira essência de um ser humano, especificamente. Nesse ponto, vale a citação do filósofo e pensador chinês Confúcio: “Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com seus atos”. Declarações e ensinamentos análogos são frutos de sua contribuição acerca da moralidade pessoal e governamental no séc. V a.C.

Existe, então, grande importância em ressaltar as provações no processo de autoconhecimento e conhecimento do outro. A simbologia do deserto nos textos bíblicos ilustra, por exemplo, os desafios aos quais o homem deve ser submetido para sustentação de atitudes condizentes com sua fé. Dessa maneira, são apresentados requisitos eventualmente indispensáveis para a elevação do próprio sujeito, que de forma soberana destituirá seu passado.

Você também pode gostar

A perpetuação de valores para o enfrentamento dos desafios, bem como a atenção do momento presente fundamentam o reconhecimento das etapas críticas para o crescimento. Portanto, negligenciar, praguejar, evitar ou ainda não se responsabilizar durante esses períodos pode transparecer fraquezas e a identidade de pessoas nas mais distintas ocasiões da vida.

Homem e mulher se abraçando sob o pôr do sol.
Unsplash/Anastasia Sklyar

Evitar o senso comum e o status quo exige, obrigatoriamente, a ciência de todas as implicações do exercício decisório para interação verdadeira com as infinitas possibilidades de uma ação. A indiferença, em contrapartida, leva ao seguimento de ordens sem questionamento, que outrora corromperam, escravizaram e destruíram.

Sobre o autor

Frederico Rodrigues

Farmacêutico especializado em clínica e prescrição de medicamentos, pós-graduando em docência e prática da meditação, mestrando em ensino de ciências da saúde e do ambiente.

Atuante como farmacêutico hospitalar no acompanhamento para uso racional de medicamentos em pacientes de risco.

Pesquisador sobre metodologias ativas de ensino aprendizagem em instituições de ensino superior.

Amante das práticas holísticas, meditação, mindfulness, ikigai, etc.

Contatos:
Email: fredericorodriguesmenezes@hotmail.com
Linkedin: Frederico Rodrigues
Facebook: frederico.rodriguesmenezes
Instagram: @fredericorodriguesmenezes