Reiki

Reiki Celta e Imbolc

Altar Wicca com símbolos do outono, velas, folhagens, entre outros elementos.
ju_see / Shutterstock
Escrito por Tereza Gurgel

O Reiki Celta é uma modalidade complementar terapêutica, cujos fundamentos foram inspirados em conceitos derivados da espiritualidade dos povos celtas. Esses conceitos se baseiam em alguns documentos escritos pelos remanescentes dessa cultura — muitos deles absorvidos pelo cristianismo, que se impunha por toda a Europa, e cujos manuscritos foram preservados em diversos mosteiros. Também a arqueologia vem trazendo novas informações a esse respeito. Outras fontes estão nas tradições familiares e na tradição oral: os celtas não possuíam escrita, pois consideravam que algo escrito era algo sem movimento, sem vida.

As antigas tradições, ligadas à sobrevivência advinda da agricultura e do pastoreio, não desapareceram completamente na atualidade, e as encontramos principalmente nas comunidades mais afastadas dos centros urbanos. De algum modo, isso permite que os conhecimentos ancestrais continuem presentes e atuantes, para todos aqueles que se dispõem a estudá-los.

Assim, conhecer pelo menos um pouco da cultura e história dos celtas nos ajuda hoje a utilizar essas energias através do Reiki Celta, canalizadas pelo mestre inglês Martyn Pentecost.

Os antigos marcavam as épocas do ano com grandes celebrações, assim se preparavam para enfrentar os desafios de cada momento do ano; equinócios e solstícios eram fixados em “observatórios” astronômicos monumentais, erigidos em pedras. Assim, o ano era marcado por ocasiões festivas, em um ciclo sem começo nem fim, “girando” através do tempo com uma roda. Daí vem a noção da “roda do tempo” ou “roda do ano” celta. E quem pratica o Reiki Celta, mesmo estando no Hemisfério Sul, segue a “roda do ano” do Hemisfério Norte, tornando, assim, mais eficiente a utilização das energias das árvores daquela região.

No dia 2 de fevereiro (no Hemisfério Norte) ocorre o festival de Imbolc, a Festa da Deusa Brigit ou Noite de Brigit, a Festa do Fogo, Candelmas, e, em outras culturas, conhecido como Festa das Tochas, Oimelc, Lupercalia, Festa de Pã, Festival do Floco de Neve, Festa da Luz Crescente. A vida parece estar, aos poucos, renascendo. A deusa está amamentando e se recuperando do parto do jovem deus, que se fortalece a cada dia. É um festival associado às luzes, ao fogo e à fertilidade que retorna à Terra. É o período na natureza em que, saindo da escuridão anterior do inverno, renascem a luz e o calor. A Terra (a deusa) recebe o calor fertilizante do Sol e as sementes começam a germinar e brotar, iniciando o preparo para a primavera.

Como o tempo estava mais favorável às atividades ao ar livre, eram feitos grandes rituais junto à natureza, com a comunidade celebrando ao lado de enormes fogueiras, acendendo nelas grandes tochas e caminhando em volta de suas comunidades e campos, a fim de trazer com a luz também a fertilidade, necessária para a sobrevivência de todos.

Brigit era a Deusa do Sol, madrinha do coração e do lar, dos poetas, artesãos, artistas e ferreiros. Tradicionalmente, os camponeses celtas deixavam o fogo das lareiras de suas casas queimarem completamente na véspera de Imbolc; no dia 2, novamente poderiam acender o fogo em seus lares.

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Outra tradição antiga era a de plantar uma árvore frutífera.
No Reiki Celta, podemos aproveitar esse período para pôr em prática nossos projetos, gestados anteriormente. Também podemos focar em nossa jornada espiritual, pois, como o fogo traz luz e calor, também nos ilumina e inspira. A energia da árvore utilizada nessa época é a de luis (sorveira-brava, arbusto da família Rosaceae), associada à deusa Brigit, e cujas propriedades são a cura, a divinação e o desenvolvimento pessoal. Os frutos da sorveira-brava eram considerados alimento dos deuses, atraindo os pássaros e lhes dando abrigo; o uso dessa energia durante as aplicações do Reiki Celta pode favorecer o discernimento e a clareza mental, bem como a criatividade. Também ajuda a dispersar sentimentos depressivos, o desespero e a solidão. Traz, ainda, a proteção espiritual e o despertar.

Referências

• “The Encyclopaedia of Celtic Reiki Essences”, de Martyn Pentecost, pela editora mPowr (Publishing) Limited (2009 – 2016).
• “Reiki Celta – Antiga Sabedoria para os Tempos Atuais”, de Maria Tereza do A. G. O. Ramos, pela editora AGbook, de São Paulo (2019).
• “Explorando o Druidismo Celta”, de Sirona Knight, pela editora Madras, de São Paulo (2003).
• Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Sorbus.

Sobre o autor

Tereza Gurgel

Formada em Psicologia (F.F.C.L. São Marcos - SP). Filiada à ABRATH (Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos) sob o número CRTH-BR 0271. Atua na área Holística com Reiki, Terapia de Regressão e Florais de Bach. Mestrado em Reiki Essencial Metafísico e Bioenergético Usui Reiki Ryoho, Shiki, Tibetano e Celtic Reiki. Ministra cursos de Reiki e atende em São Paulo (SP).

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