Também conhecido como Lammas, este é um dos quatro grandes festivais celtas relacionados à agricultura. Dedicado ao deus Lugh (cujo nome significa “brilho”, “luz”), expressava a gratidão à Terra por sua generosa abundância e a vitória do deus Lugh sobre os espíritos do outro mundo que tentavam roubar as colheitas.
Os ritos religiosos incluíam a oferenda dos primeiros frutos, o sacrifício de um touro e danças rituais, exaltando o poder e a força de Lugh, celebrados geralmente no topo de colinas.
O deus Lugh é similar ao deus romano Mercúrio (Hermes, para os antigos gregos), pois como este, era protetor dos vendedores, do comércio e do lucro.
Lughnasadh era considerada também uma época propícia para casamentos (“handfasting”). Na mitologia celta, esta data representava o casamento entre a deusa-mãe Terra e Lugh, entre os poderes da luz e da escuridão, do sol e da lua, da vida e da morte, marcando o início da descida do sol em seu caminho no firmamento.
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Segundo a tradição, o próprio deus Lugh instituiu um evento semelhante aos jogos olímpicos da antiga Grécia, chamado de Jogos Tailteann. Grandes cerimônias religiosas em honra aos falecidos eram celebradas pelas comunidades, bem como banquetes e atividades comerciais. Bardos e druidas traziam novas leis ao povo.
Os jogos começaram por volta de 1600 a. C. e foram realizados até 1169 d. C., desaparecendo após a invasão normanda. Incluíam corridas, saltos em distância e altura, arremesso de lanças, competições de arco e flecha, luta livre, natação e corridas de cavalos.
Outro costume era a visitação aos poços sagrados, onde as pessoas rezavam pela saúde, caminhando em volta dos mesmos. Os visitantes geralmente faziam ofertas, deixando moedas ou tiras de panos amarradas em uma árvore próxima ao poço.
Nos poços sagrados o princípio operativo é lançar fora a doença, representada pelo descarte de algo que a represente. No caso das tiras de pano, a tradição era lavar a parte afetada do corpo pela doença e amarrar o pano em um galho. Como o pano se desintegra após um certo tempo, assim também a doença iria desaparecer e o indivíduo poderia recuperar a sua saúde.
Estas áreas de peregrinação celta são conhecidas como poços “clootie” (em inglês: “Clootie Wells”). As árvores sagradas nestes poços são geralmente os freixos e os espinheiros.
No Reiki Celta, o freixo é representado pelo símbolo ogham nuin, que auxilia nas curas e remove obstáculos, resistências e separações. A altura de sua copa, que pode ultrapassar os 25 metros e a profundidade de suas raízes servem de metáfora ao desenvolvimento de nossa espiritualidade: devemos procurar alcançar perspectivas mais elevadas ao mesmo tempo que fortalecemos nossas bases.
O espinheiro é representado pelo símbolo Huathe, que afasta situações negativas, proporcionando proteção. Pode atingir 15 metros de altura, formando uma impenetrável barreira contra invasores. Tradicionalmente, Huathe adverte que se você quer alcançar algo, deve dar algo em troca; nenhuma energia pode ser adquirida sem colocar outra no lugar. Esta justa troca ajuda a entender o caráter mágico das oferendas votivas dos antigos celtas às divindades, procurando obter a cura.
Referências:
Reiki Celta – Antiga Sabedoria Para os Tempos Atuais – Maria Tereza do A. G. O. Ramos – AGbook – São Paulo
Lughnasadh – https://en.wikipedia.org/wiki/Lughnasadh