Atendo muitas, muitas mulheres e sei — exatamente — que é uma relação tóxica e abusiva. Pelo menos era o que eu pensava. Até acontecer comigo.
Acontece que existe uma diferença entre essas duas coisas. Uma relação abusiva é, sim, tóxica, mas uma relação pode ser tóxica sem ser abusiva.
Por abuso entendemos as coisas que um cônjuge faz ao outro e que configure abuso físico, emocional e psicológico. E geralmente esses rótulos são bem estipulados, de modo que qualquer pessoa consegue perceber se estiver em um relacionamento assim.
Mas nas relações tóxicas pode não acontecer o abuso aberto, aquele que nos mostra que existe um vilão e um mocinho. Às vezes, a relação pode até ser tóxica para ambas as partes.
Não gosto de colocar ninguém no papel de vítima, muito menos eu mesma. Notei que fiquei tempo demais em algo que obviamente — agora eu sei — não tinha mais salvação. E o que acontece é que, quando ficamos demais, mesmo o que poderia ter acabado de boa fica tóxico.
A questão é conseguir praticar o desapego. Às vezes, o outro se esquiva e se esconde em algo que juridicamente pode não ser considerado abuso (e se fosse, seria muito difícil de provar). Mas aquilo te faz mal.
Ausências, silêncios e faltas também podem se tornar abusivas. A pessoa mentir na sua cara, mesmo que você saiba a verdade, é abusivo. Mas são abusos sutis, que parecem pouco, todavia machucam. Aqui temos algo que não pode ser considerado abusivo, mas que é tóxico.
Todas as relações têm problemas. E sim, um dia ou outro talvez você chore por algo que aconteceu. Mas se isso está ficando enorme e toma mais do tempo do casal do que as coisas boas, está tóxico e precisa acabar. Insistir só vai piorar as coisas a um ponto de começar a destruir você: sua autoestima, sua autoconfiança e, por fim, vai bagunçar toda a sua vida. E sim, é difícil de entender e, principalmente, de aceitar, afinal de contas o outro não está fazendo nada, não é mesmo?
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Se dói mais do que gera prazer, corra para as colinas. Muito, muito rapidamente, porque o tsunami está vindo. Se leva a sua paz, traz angústias, traz mais incertezas do que segurança, o outro não serve mais para você. Se serviu um dia, e mudou (sim, as pessoas também mudam para pior), agradeça e siga em frente. Reconstrua o que te destruiu e não deixe chegar a ponto de isso ficar difícil demais ou até impossível de refazer.
O mal no outro deve ficar com o outro. Não carregue isso com você.