Eis que hoje há megalópoles que não se sustentam; visitar entes queridos não é mais um ato de amor; o afago tornou-se arma; as festas são festins macabros; o lar acolhedor transformou-se em prisão. Notícias alarmantes alimentam o pânico e o desespero se avizinha ostentando-se como depressão e ansiedade.
Nem todos de nós estão preparados para esse momento de transformação, porquanto, com a calamidade assolando, vemos a aflição mascarada nas extrapolações de pessoas a valorizar o efêmero, a desdenhar do correto, desprezando o acerto, em maus exemplos de autoridades; é como se de tão nervosos estivéssemos, passássemos a gargalhar.
Estamos inseguros e com medo, o nosso exterior fragilizou-se e o íntimo pede socorro. O momento atual nos propicia buscar conhecimento sobre nós; lapidar nossas incorreções para nos alavancar na escala espiritual pelo amor a si como indivíduo.
O amor-próprio, não aquele alimentado pela vaidade e pelo egoísmo, mas o que afaga a alma, é o que nos eleva como espírito ao propósito divino do nosso renascer aqui e que nos dá força para acreditar que somos capazes de superar esses reveses.
Aproveitemos da solidão que o momento oferece para aprender o fato de que gostar de si mesmo é nos poupar das atitudes inadequadas, das práticas morais não saudáveis. É não nos esquivando da virtude ao nos dar aos prazeres profanos que conseguiremos evitar escolhas prejudiciais e saberemos nos distanciar de crenças e de coisas não saudáveis.
Aprendamos que quem não ama a si mesmo não é capaz de amar a outrem e que o amor não é buscado em outra pessoa, pois ele já está em nós e o despertamos quando passamos a nos querer bem. Aliás, sentiremos que, conforme amamos a nós mesmos, vamos aos poucos nos permitindo ter a leveza de consciência. O amor-próprio é o alicerce para a evolução espiritual, propiciando a quem se estima o alvorecer na plenitude da vida.
Higienizar as mãos é importante, entretanto havemos de higienizar também a mente, não permitindo que ambientes psicológicos doentios nos conturbe.
Devemos ser conscientes de que não somos donos do planeta. A Terra é nossa hospedeira e tudo que nos é permitido o é por empréstimo e, portanto, teremos de devolver quando deixarmos o terreno.
Entenderemos que somos partes integrantes da natureza, nunca proprietários dela. O algodão é necessário para nos vestir assim como a lã das ovelhas, as quais não existem para enriquecer alguns.
Precisamos do alimento que os grãos nos permitem ter, contudo não é necessário devastar para conseguir o necessário.
A autoestima nos alerta em relação ao cuidado de que devemos ter para com o nosso caminho de aprendizado, porquanto a nossa sintonia interior se dá com aquilo que nos for compatível. É esse o vetor que nos aponta como nos fazer melhor.
Ser melhor em si é a autêntica autoestima.
Pelo amor-próprio, entenderemos a razão espiritual do viver terreno e a atualidade pandêmica nos será amena. Nós somos sementes plantadas por Deus, cada uma no canteiro que lhe for propício ao crescimento, amemo-nos para que nossas raízes não sejam corroídas pelos vermes.
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Obrigado por me ouvir.