Durante muitos séculos, a mulher foi sacrificada e condenada a situações limítrofes impostas por uma sociedade patriarcal, modelo vivido de uma autoridade imposta institucionalmente, do homem sobre mulheres e filhos no ambiente familiar, permeando toda organização da sociedade, da produção e do consumo, da política, da legislação e da cultura.
Nesse sentido, o patriarcado traz o conceito para dentro do relacionamento marcado principalmente pelo poder, pela dominação e violência. Apesar de todos os movimentos atuais, da união das mulheres pelos trabalhos e oficinas com vivências do Sagrado Feminino, ainda vivemos em uma sociedade inflexível e moralista, que reflete o machismo predominante em nosso meio.
Estes padrões de comportamento foram adquiridos pela burguesia do século XVII, que direcionou a mulher às paredes da submissão em que sua sujeição foi demarcada pela ditadura das regras, como forma da mulher desempenhar papéis a este patriarcado mediante suas vontades, necessidades e princípios.
Hoje, o feminino vem dizer que está subversivo às estas ideias impostas e luta para conquistar cada vez mais seu espaço na sociedade, pela igualdade e, por que não dizer, pela própria superação, que está intrínseca em sua força supostamente frágil.
Com a busca pela liberdade de expressão, em um mundo opressivo que esteve submetida, o despertar ainda se faz necessário cada dia mais em todas as etnias femininas, pois muitas ainda permanecem presas em seus opressores ou nos padrões e crenças familiares que causam medo e insegurança.
Assim, preferem ignorar os fatos, ou simplesmente não estabelecem significações reais com eles, supondo que tudo não passa de simples fantasia ou de movimentos isolados e de modismos, como forma de se defender até do próprio movimento no qual esteja aprisionada.
Justamente por ainda existir grande parte de mulheres que sofrem de abusos e de violência moral, sexual e doméstica, o movimento pela libertação do sagrado feminino nos dias atuais é de grande importância, visto que um ser livre do seu mundo limitado e de condenação é ampliado e empoderado para um novo momento histórico, cultural e social.
Vergonha, medo ou desconhecimento fazem com que muitas vítimas respondam às agressões com o silêncio, o que contribui para aumentar a impunidade. A mulher tem por natureza e essência uma alma doce, generosa e amorosa, cujo ventre é capaz de dar vida a uma nova vida. Cada vez mais os movimentos do feminino devem intensificar e revolucionar a sociedade dentro dos modelos arcaicos do patriarcado, para que cada mulher, cada vez mais, esteja desperta para levar a mensagem de PAZ e espalhar ao mundo as sementes do divino por meio das Mães Sagradas, que é a chama do puro AMOR.
A partir do próprio despertar e autoconhecimento de cada mulher e no firmamento da sua missão e do seu propósito na Terra é que muitos círculos caminham para o despertamento da consciência, para a queda dos véus da ilusão e da “ignorância”.
No meu caminhar e aprendizado venho compreendendo o quanto manter um círculo firme de mulheres é necessário para a união deste sagrado e fortalecimento da autoestima, da confiança, do dar e receber, da soltura de amarras e crenças limitantes, condições amparadas numa teia de puro amor.
Por meio dos círculos tenho aprendido a me descobrir e descobrir as várias mulheres que habitam em mim. Estou encontrando a força e o potencial de cada uma delas para o ancoramento da espiritualidade e da nossa responsabilidade para com as mudanças do mundo.
Um círculo é um meio para o processo de transformação, um canal para a união de mulheres em prol das mesmas intenções. Tornar uma mulher mais forte é ofertar a ela o poder de sustentar e transformar uma família. Uma família mais consciente transforma uma comunidade, uma comunidade equilibrada promove uma sociedade mais humanitária e, assim, o poder deixa de ser o único código de conduta social para a aplicação de uma visão mais coletiva, baseada na troca e na cooperação, por um bem maior.
Os movimentos do sagrado feminino e dos círculos são necessários no cenário atual, pois promovem uma espécie de teia, intenções amarradas por fios condutores, em que o olhar está nas mudanças, na libertação de crenças para o olhar novo, onde todas estão para todas dentro de um espaço de proteção e segurança.
Todas a serviço umas das outras como centro de referência, como agentes de transformação, de apoio, de inspiração, de cuidados e descobertas. Este processo de transformação que o feminismo traz para os dias atuais, observado por este ponto de vista, é capaz de promover saberes grandiosos e muito autoconhecimento para evolução do ser, perante os desafios da vida e da humanidade.
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Todos os movimentos em prol do Sagrado Feminino representam aquilo que começa e acaba em si mesmo, a unidade, o infinito e o absoluto. Portanto, é um movimento que exige como base para toda sua existência a CONFIANÇA, lealdade e perseverança pelo melhor de si e do outro.
E o que significa o termo confiança para a base ética e humana da Humanidade?
AHAA, salve o Sagrado Feminino.
Venha fazer parte desta corrente!
“Círculos de Mulheres podem ser vistos como um movimento evolucionário e revolucionário que está escondido por trás de uma imagem aparente: parece ser apenas um grupo de mulheres reunidas, mas cada mulher e cada Círculo está contribuindo para algo muito maior.” (Jean Shinoda Bolen, em “O Milionésimo Círculo”)