É comum vermos pelas ruas religiosos gritando citações tendo em comum a palavra salvação. Perguntei a um e outro o que significava essa palavra e como resposta tive frases decoradas.
Ser salvo de quê? Para quê? Por quê?
Lembrei de um dito, não é meu, que dizia: “Existem boas águas em muitas fontes e delas devemos beber”. Fui na busca da resposta através de diversas leituras, me esquivando dos casulos das interpretações e trilhando pelo campo da justificação.
Somos milhares de criaturas na mesma condição, cada uma no próprio aprendizado corpóreo, que juntas caminhamos… Para onde?
Para a salvação! Continuam gritando aqueles.
Vindo por ensinamentos de mestres temos que o temor se faz necessário à humanidade por ser pequena a nossa evolução, daí existir a mitologia do anti-deus demônio e do seu aquecido habitat. Livrar-nos dele é a salvação, é isso que apregoam. Faz sentido, já que a maioria precisa temer para andar no equilíbrio.
Contudo, sabemos que o trânsito pela matéria é fundamental para o nosso aprendizado nessa escola terrena. Estamos em um mundo de expiação e provas cujo autoaprimoramento nos levará ao mundo de regeneração, deste para mundos felizes e à Divindade cujo teor, no nosso estágio, é incompreensível.
Sempre estamos prontos naquilo com que nos sintonizamos mentalmente e espiritualmente, logo nada de benévolo receberemos em espírito se a nossa natural sintonia não estiver com o bom.
E é por aí que somos influenciados por inteligências extracorpóreas com as quais nos adequamos, se pelo bem, se para o mal. Somos antenas receptoras e transmissoras de pensamentos e emoções. Ao agirmos pelo acerto, ao bem seremos intuídos, se pelo erro a inspiração nos levará ao que lhe equivale.
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Ser bom não é apenas fazer coisas boas, os facínoras também as fazem. É, em essência, aprimorar-se continuamente no bem, reformando-se, o que não é trabalho fácil, tampouco de rapidez tal que se torne notado em curto prazo, só o tempo poderá mostrar a distância percorrida. O trabalho da construção interior, tal qual na construção do grande edifício, se dá tijolo a tijolo.
O caminho, portanto, não está na magia de sair da terra e entrar num mundo de conto de fadas, tampouco está em objetos e fórmulas sacras nem por qualquer outra prática exterior. Está em saber gostar de si mesmo, disciplinando pensamentos, sentimentos e emoções no convívio terreno, de maneira consciente, para não ferir a si nem a outrem, sendo útil a si e ao próximo; vindo então, pelo natural agir, a solidariedade, a caridade, etc. solidificada no saber discernir sobre o que se deve e o que não se deve, não se deixando prender por isso ou aquilo a não ser pela determinação do aperfeiçoamento de si próprio tornando-se melhor a cada.
A salvação é, portanto, nos salvar de nós mesmos, independentemente de benesses celestiais ou pelo temor de castigos infernais. Está em sermos espíritos suaves por nosso querer.