Há dias em que as saudades se desarrumam sozinhas. Como que se ganhassem vida própria e quisessem ir ter conosco, não nos pedindo sequer autorização. Dias em que as saudades nos calam a mim e falam diretamente contigo.
Há dias em que as saudades entram em alvoroço. Travam batalhas contra a sanidade. Revolvem as horas dos dias e entram pelas horas da noite. Abrem a porta e deixam-nos ficar.
Há dias em que as saudades nos convidam a entrar. Servem-nos um café e fazem-nos sentar ao meu lado. Oferecem-nos proteção do frio lá fora e convidam-nos para pernoitar.
Há dias. De saudades.
Entra. A porta está aberta.
Confesso, são vários dias, mas, sempre resolvi entrar, afinal, a porta estava aberta…
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E, em uma dessas vezes que entrei, me perguntaram “você ama a distância?” e eu fiquei ali parado e pensando sobre o que responder. Depois de um tempo falei: Sim, amo alguém que mora longe, amo alguém que tenho vontade de ver todos os dias, amo alguém que sinto vontade de abraçar, de beijar, de dá carinho… amo alguém que talvez um dia, nunca irei tocar ou beijar, ou talvez um dia iremos estar juntos. E às vezes me pergunto, por que existe à distância? Para separar a gente de quem amamos? Para fazer a gente sentir saudades e perceber que não vivemos sem aquela pessoa? Eu não sei, e nem tenho resposta para isso. Sei que sinto saudades, vontade, desejo, e falta de alguém que vive distante de mim.