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Será que somos realmente livres?

Imagem de uma mulher de cabelos longos e pretos, de costas e de braços abertos para o céu, transmitindo a sensação de liberdade.
SandraKavas / Getty Images Signature / Canva
Escrito por Fernanda Colli

Apesar de vivermos em uma sociedade que valoriza a liberdade, somos influenciados por padrões e expectativas. Imagens idealizadas e moldes de beleza nos empurram para um ciclo de comparação e insatisfação. A verdadeira liberdade exige superar essas pressões e buscar uma relação autêntica conosco, desafiando padrões impostos.

Vivemos em um mundo que nos incentiva a acreditar na liberdade como um dos maiores valores de nossa sociedade. Dizem-nos que somos livres para sermos quem quisermos e fazermos o que desejamos. No entanto, será que essa liberdade é real, ou apenas uma ilusão confortável? 

Quando analisamos questões como o padrão de beleza imposto e o papel das redes sociais em nossas vidas, é impossível não questionar: estamos mesmo livres, ou somos prisioneiros de expectativas alheias e de um controle invisível?

As redes sociais, por exemplo, são uma vitrine constante de vidas “perfeitas”, corpos esculturais e padrões de sucesso que nem sempre condizem com a realidade. 

Aparentemente inofensivas, elas moldam nossa visão de mundo e nos prendem em um ciclo de comparação, inveja e insatisfação. Quem nunca abriu o Instagram e se sentiu menos bonito, menos feliz ou menos realizado ao ver uma foto cuidadosamente editada? 

A busca pela “imagem ideal” nos aprisiona, alimentando uma sensação de inadequação constante, e, paradoxalmente, acabamos presos a ideais que sequer escolhemos conscientemente.

O padrão de beleza é outro campo onde a liberdade é posta em xeque. A sociedade ainda impõe padrões rígidos, sobretudo para as mulheres, sobre como devemos parecer para sermos considerados “bonitos” ou “aceitáveis”.

Com a ajuda de algoritmos e filtros que embelezam e ajustam nossas imagens, somos empurrados para uma conformidade digital e visual. 

Imagem de um mulher bonita antes da operação plástica.
Puhhha / Getty Images / Canva

O ideal de beleza promovido é restrito e inatingível para muitos, levando a uma busca incessante por tratamentos estéticos, cirurgias e dietas que, mais do que melhorar a saúde, são tentativas de se encaixar em um molde. 

A liberdade de “ser como quiser” é substituída pela obrigação de “ser como esperam”.

Ser livre é, de fato, poder escolher sem pressão, agir sem medo do julgamento e construir nossa própria identidade sem restrições. Mas, neste mundo onde somos bombardeados por padrões idealizados e influenciados por algoritmos que direcionam nossos comportamentos, nossa liberdade é uma corda esticada.

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Para sermos realmente livres, precisamos desafiar esses modelos, refletir sobre o que desejamos para nós mesmos e rejeitar a imposição de padrões que não nos representam.

Em uma sociedade que se diz livre, a verdadeira liberdade está na capacidade de olhar para além das telas e dos moldes, questionar os valores impostos e buscar uma relação mais autêntica e honesta consigo mesmo.

Sobre o autor

Fernanda Colli

Educadora e escritora brasileira, natural de Araçatuba, São Paulo. Formada em Pedagogia, Psicopedagogia e Arte-Educação, possui também graduações em Letras, História, Artes e Educação Física. É especialista em Literatura Brasileira, Educação Infantil e Educação Especial.

Como membro da Comissão Infantopedagógica da IOV Brasil (Organização Internacional de Folclore e Artes Populares), dedica-se à pesquisa e promoção da cultura popular brasileira, com ênfase nas tradições caipiras do interior paulista. Ela é catireira e coordena projetos culturais em Araçatuba, como o "Catira e Folclorear".

Na literatura é autora de obras como "Um Conto de Fadas à Moda Caipira" e sua sequência, que mesclam elementos dos contos de fadas tradicionais com a rica cultura caipira brasileira.

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