A vida universitária já era estressante muito antes da pandemia, com entrega de trabalhos, prazos para tarefas, provas finais, rotina complicada envolvendo universidade e trabalho, expectativas e frustrações de quem está iniciando em uma carreira, entre muitos outros motivos.
Infelizmente, com a chegada da pandemia da covid-19 em 2020 e com o isolamento social, o estresse foi agravado pelo medo, pela falta de perspectiva e, principalmente, pela necessidade de fazer tudo dentro de casa, desde trabalhar, assistir às aulas, fazer provas e até mesmo realizar práticas de lazer.
No início de 2021, o estudo “Global Student Survey” revelou que o Brasil tem maior índice de universitários declarando que a pandemia afetou a saúde mental deles: 76% dos universitários brasileiros consideram esse impacto e 87% declaram que houve o aumento de estresse e de ansiedade.
Em maio de 2020, dois meses após a declaração da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertava sobre os impactos dela na saúde mental das pessoas em geral.
Todo esse cenário foi propício para colocar a questão da saúde mental dos universitários em lugar de atenção, principalmente durante o Setembro Amarelo, mês especial em valorização da saúde mental e prevenção ao suicídio, em que 96,8% dos casos são relacionados a transtornos mentais.
Direto ao ponto
Sinais de transtornos mentais: identifique e se previna!
Agora, mais do que nunca, é preciso estar de olho na saúde emocional e mental. Afinal, como é possível observar por meio de dados e de fatos sobre esse tema nos últimos meses, doenças mentais podem ser tão letais quanto doenças físicas.
O primeiro passo é entender que, diante de um momento de angústia geral e de medo, sentir-se estressado, triste ou ansioso é comum, mas isso não quer dizer que os cuidados não devam ser tomados, pois o quadro pode evoluir para transtornos mais generalizados e patológicos.
Entretanto, uma coisa é certa, para os diferenciados graus, é preciso fazer o acompanhamento com um profissional de psicologia. Mesmo quando o seu caso não se configura um transtorno mental, você precisa cuidar da sua saúde mental para prevenir que qualquer sinal se agrave.
Acima de tudo, manter-se bem é fundamental. Isso nos leva ao próximo passo, que é um reforço do conselho acima: procure por ajuda, como a profissional, claro, mas, além disso, tente conversar com pessoas em quem você confia e pode se sentir bem ao lado. Guardar para si pode tornar tudo pior.
Converse com pessoas que o amam e se importam com você, com pessoas que estejam passando pelo mesmo momento estressante na universidade e nos estudos em geral. Uma boa rede de apoio pode ser mais benéfica do que você imagina!
Agora, conheça os diferentes sinais e sintomas de depressão e ansiedade:
Depressão
- Tristeza profunda, às vezes sem explicação;
- Mudanças de apetite;
- Insônia;
- Perda de peso;
- Baixa autoestima e sentimento de inutilidade;
- Excesso de sono;
- Falta de esperança e desânimo maior do que o normal;
- Sentimento de culpa;
- Dores físicas.
Ansiedade
- Nervosismo;
- Angústia;
- Tristeza;
- Sofrimento por antecipação;
- Irritabilidade;
- Dificuldades para respirar;
- Dificuldades de concentração.
Como manter a saúde mental nesse momento?
Se você se identifica com os sinais e os números apresentados neste post até agora, você deve entender como cuidar da sua saúde mental nesse momento tão complicado. E acredite: vai ficar tudo bem, só não negligencie a situação, jamais.
Confira os hábitos que podem ajudar você a superar esse momento difícil e passar pela vida acadêmica com mais qualidade de vida:
Faça terapia – Procure por clínicas e profissionais que possam ajudá-lo nessa fase. Muitas universidades possuem serviço de atendimento psicológico com preços mais acessíveis, além do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece o atendimento gratuito. Procure por esses serviços em sua cidade.
Crie uma rotina – Isso pode melhorar a sua relação com os estudos, controlar o estresse e a ansiedade e diminuir a procrastinação e a dificuldade de concentração para que você possa lidar melhor com os prazos.
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Valorize bons hábitos alimentares e de sono – Alimentação e sono são decisivos para nossa qualidade de vida, por isso cuide dos seus hábitos para que eles possam ser revertidos em uma vida mais tranquila e saudável.
Não abandone seus prazeres e hobbies – Sabe aquela série que você está se privando de maratonar por conta dos estudos? Ela também é necessária para o bom funcionamento da sua mente, pois colabora para o seu descanso. Descanso é muito importante e deve ser incluído em sua rotina de forma equilibrada!
Pratique exercícios físicos – Atividades físicas podem ser exercidas dentro de casa e, com certeza, melhorará o rendimento do seu corpo e da sua mente. Ah, faça alongamentos durante o dia. Sabemos o quanto a rotina de estudos pode comprometer nossos músculos.
Aceite seus limites, todo mundo tem o seu – Nada de se sentir inferior ou fazer comparações com o colega de faculdade que aparenta produzir mais. Todo mundo deve reconhecer os limites e as vulnerabilidades, pois somente assim é possível trabalhar suas fraquezas e lidar com o seu próprio processo, sem se sentir amador no que está fazendo. Seja gentil consigo mesmo, afinal o momento não tem sido fácil.
Setembro Amarelo é para todos
Agora que você conhece os sintomas da depressão e da ansiedade e já tem em mãos as dicas do que fazer nesses casos, saiba que alguém pode estar passando pelo mesmo problema que você. Por isso, neste Setembro Amarelo, seja uma fonte de conforto e tenha empatia pelas pessoas que estão ao seu redor.
Você é forte e está batalhando muito para chegar aonde deseja e isso prova toda a sua grandeza. Olhe para as coisas boas e não deixe de se cuidar, pois novos tempos vão chegar bem melhores para você e para todos nós. Cuide-se e cuide dos seus.