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Setembro Amarelo: pósvenção do suicídio. Você sabe o que é isso?

Todos sabemos o que são as ações para prevenir o suicídio, mas o que seria a Pósvenção do suicídio?

Pósvenção é o trabalho feito com os Sobreviventes do ato praticado pela pessoa amada. Os Sobreviventes são as pessoas que ficam…

Pósvenção é o suporte ao luto e a prevenção do suicídio aos enlutados e suas futuras gerações.

Os Sobreviventes são principalmente os familiares, mas também os amigos, os provedores de ajuda, como os bombeiros que prestaram socorro, médicos que fizeram o atendimento, os terapeutas e a comunidade toda que foi impactada pelo suicídio.

Entre 5 e 10 pessoas são impactadas diretamente pelo suicídio de alguém próximo, e em escola pode chegar até em 300 pessoas… Imagine em uma escola quantos alunos, professores e comunidade são impactados?

Frase "Juntos somos mais fortes. Você não está sozinho!"
Canva / Eu Sem Fronteiras

Se considerarmos o número médio atual de 6 suicídios diários só em SP, e 32 no país, são mais de 500 Sobreviventes enlutados por dia.

As pessoas enlutadas por suicídio costumam ter um luto mais longo e mais difícil, tanto em intensidade como em duração, é diferente do luto normal.

Existe muita dificuldade em compreender os motivos e a atitude do suicida, os familiares sentem-se abandonados e questionam o porquê de a pessoa não ter sequer pensado nelas, mas no momento de muita dor psíquica acontece uma rigidez mental e a pessoa não consegue pensar em mais nada.

SETEMBRO AMARELO: Prevenção ao Suicídio

Ela não vê outra saída para os seus problemas e a solução se resume a tirar a própria vida. Não é falta de amor por quem fica, é desespero mesmo.

No suicídio, a dor de quem tirou a vida é transferida para quem ficou, ficam para a família, as culpas, a vergonha de falar do assunto e o afastamento que a própria comunidade acaba fazendo com essa família por não saber como lidar com isso ou como falar com elas, e essas pessoas que precisam tanto de apoio e acolhimento acabam ficando cada vez mais isoladas. A vida é muito diferente antes e depois do suicídio de alguém amado. Sim, as pessoas refazem suas vidas, mas demora…

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Os Sobreviventes sofrem impactos físicos, sociais, cognitivos e psicológicos, e muitas vezes se torturam com a crise do “e se”… E se eu tivesse feito isso… E se eu não tivesse feito aquilo… E se eu tivesse percebido… etc, etc… As culpas são violentas, por mais que racionalmente todos saibamos que cada um é responsável por sua própria vida.

Mãos unidas no centro ao lado da frase "Não desista. Você consegue"
PeopleImages / Canva / Eu Sem Fronteiras

É muito importante que os familiares e a comunidade fiquem próximos e atentos a estes Sobreviventes, pois esse luto é complicado. E ao evitar falar sobre o assunto, se promove a transmissão do trauma… Evitem o silêncio, as pessoas precisam falar e precisamos ouvi-las, apenas ouvi-las, e se necessário, sugerir um encaminhamento médico ou terapêutico.

O índice de tentativa de suicídio em Sobreviventes é bem maior que em outras pessoas, 2 vezes mais em pessoas sem transtornos psiquiátricos, 2 a 3 vezes mais em jovens abaixo de 21 anos, 10 vezes mais em Sobreviventes de luto complicado.

É um mito a ideia de que falar sobre suicídio com as pessoas que estão com ideação suicida pode induzi-las a isso. Pelo contrário, a percepção é um contato e uma conversa franca, amorosa, pode ajudá-la a se sentir segurança em falar sobre o assunto. Estas pessoas encontram-se em Estado de Ambivalência e, na verdade, elas não têm certeza se querem fazer isso ou não.

Duas mulheres se abraçando
Anna Shvets / Pexels / Canva / Eu Sem Fronteiras

Seria muito importante fazer um trabalho de Pósvenção nas escolas após um suicídio para ajudar os alunos a lidar com um fato tão complicado e doloroso, mas infelizmente ainda não temos esta cultura do trabalho de Pósvenção no país, e muitas vezes dentro das próprias casas desses alunos sobreviventes o assunto não flui, porque é delicado para muitas famílias olhar a morte assim, tão de perto. Mas é necessário falar, e mais necessário ainda ouvir.

A questão é: O que cada um de nós pode fazer para ajudar estas pessoas? Que papel podemos desempenhar? O que isso tem a ver com as nossas vidas? Faremos parte da ação ou da omissão? 


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Sobre o autor

Monica Marchese Damini

Psicanalista Clínica e Editora do Eu Sem Fronteiras

Em certa altura da vida, senti o chamado para descobrir o que havia além da rotina, da vida material, do físico. Foram muitos os caminhos trilhados, muito estudo, muitas vivências e descobertas, muitos desafios, vários mestres. Gratidão a cada um deles.

Autoconhecimento, espiritualidade, física quântica, o universo, yoga, budismo, doutrinas, meditação, retiros, silêncio, corpo, mente, alma, o Ser, o Amor Maior.

Ser livre do mundo externo, do sofrimento de Maya, a ilusão.

Torna-se co-criador da própria realidade.

Colocar em prática o Dharma, o dom e recursos recebidos em prol da sociedade, privilegiar o Todo, trabalhar, estudar, compartilhar, amar, evoluir, sem apego ou aversão.

Despertar para o Divino em cada um de nós. Aprender a enxergar o Ego e deixar que ele apenas trabalhe a favor dos propósitos do Todo, aprender a praticar o desapego e a aceitação… tem que buscar, tem que querer, e eu quero!

Assim como eu, muitos estão nessa jornada, e com este propósito de nos juntar, criamos o Eu Sem Fronteiras, projeto amoroso de compartilhamento e ponte entre quem quer dar e quem busca receber todo tipo de informação e conhecimento, livre de dogmas, julgamentos e crenças, para que cada leitor aproveite o que desejar em cada momento de sua vida.

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