Envelhecer pode ser uma fase difícil, a tão sonhada aposentadoria, muitas vezes, se transforma em tédio. O executivo perde seu poder, não tem mais em quem mandar; o trabalhador que sempre produziu sente-se inútil, pois ainda tem energia e disposição, mas não tem mais o reconhecimento. Os relacionamentos diários com os amigos, a rua, as conversas, tudo muda, e pode não ser assim tão bacana como foi sonhado. Muitas vezes a pessoa não se prepara do ponto de vista social.
A terceira idade é marcada, do ponto de vista existencial, pela finitude da vida, que começa com o declínio das funções físicas, sexuais e cognitivas. A morte é natural e faz parte da vida, porém, na prática, a teoria não é tão simples assim.
Muitas vezes ocorre a morte de um parceiro, as perdas e até a perda de autonomia, pois geralmente os filhos “falam” pelo idoso até mesmo em consultas médicas, os mudam de casa, afinal, já não precisam de uma casa tão grande… Será?
Os filhos acabam tirando dos pais o poder de decisão.
O plano de saúde aumenta, a aposentadoria não acompanha… Aquele homem independente começa a depender financeiramente dos filhos e isso pode ser mortal para o orgulho dele.
Assim, de pouco em pouco a Depressão se instala, o isolamento e os incômodos vão ficando grandes demais. De repente a caixinha de remédio que era para durar 30 dias, rende bastante… Esse é o Suicídio Passivo.
Homens, principalmente, têm mais dificuldade em reconhecer que estão deprimidos, não se queixam de depressão, justificam que estão mais tristes, ou mais cansados, tem dores, mas não é Depressão não…
A perda do companheiro, de um filho, o luto difícil, o fácil acesso à medicação… Afinal qual idoso não tem em casa um monte de remédios, dos mais diversos tipos, que juntou por uma vida inteira e não os joga fora… Ele, que não bebia, começa a abusar do álcool… Os laços familiares vão ficando pequenos e ele precisa de calor… Esse é o acesso aos meios letais.
O idoso, quando comete o Suicídio, não é por impulso, como nos jovens, é por decisão própria mesmo. As situações de perda, doenças crônicas e muitas vezes dolorosas, tratamentos que não melhoram… Além de ser considerado um fator de risco quem já se deprimiu antes e já conhece a doença.
Algumas épocas merecem mais atenção, como datas de aniversário de morte de alguém importante, datas comemorativas, como o Natal, Dias das Mães ou dos Pais.
Imaginemos: como é o sentimento deles nesses casos?
É preciso ter mais atenção quando o idoso para de fazer planos, de falar do futuro… Quando começa a avaliar a distribuição de bens, pode ser só alguém organizado ou um suicida?
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São Fatores Protetores: os laços familiares, o suporte social, planos para projetos futuros, espiritualidade, religiosidade e esperança!
Estarmos atentos para uma identificação precoce dos sinais de risco e trabalhar na prevenção é sempre a saída mais eficaz. Tratamento médico e psicoterapia neles!
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