Câncer: de 21 de junho a 20 de julho
Câncer, o quarto signo do Zodíaco, inicia-se com o solstício de verão (quando ocorre o dia mais longo do ano, e a noite mais curta), na estação da fecundação e da concepção. É o tempo em que a Natureza chega ao seu máximo esplendor, fazendo triunfar as forças geradoras da Terra. O elemento de Câncer é a água e o signo leva em si o arquétipo da Mãe, fonte da Vida.
O significado de gestação e maternidade de Câncer se encontra na simbologia do próprio Zodíaco, como uma das portas pela qual passavam as almas que estavam prontas para se encarnarem. Em Câncer está contido o sentido de todo o ciclo da Vida: nele se manifesta o nascimento, mas também o devir e o consumar-se da existência.
A primeira camada protetora de Câncer (como a carapaça do caranguejo, a imagem mais apropriada atribuída a este signo) é a inibição, a autodefesa passiva e receptiva que o permite isolar-se e proteger-se do ambiente, evitando o impacto violento com a realidade. O verdadeiro drama de Câncer é o conflito entre o real e o imaginário.
Os nativos deste signo não apreciam a luta e a competição agressiva. Se ocorrer a derrota amarga, a desilusão desencadeia a regressão, a saudade de condições e épocas anteriores mais tranquilizadoras. Isto pode impedir o processo de amadurecimento, levando-os ao isolamento, a fim de tentarem controlar a emotividade através da “couraça” lógico-racional. Mas como a contradição faz-se presente neste signo, alguns nativos podem aderir a uma procura exasperada por novas sensações, deixando as emoções ainda mais instáveis.
A luta mais dura de Câncer é contra a sedução do passado (sempre idealizado), a nostalgia, a lembrança. A conquista do presente o deixa exausto. O mundo inteiro é visto a partir de si mesmo, tornando-o uma pessoa de difícil convívio. Se não puder viver seus sonhos idealistas, poderá passar sua vida em uma imobilidade protetora, refugiando-se inconscientemente em um mundo infantil, flutuando entre o útero e o mundo.
Neste signo, muitos mitos se refletem, mas o principal é o drama de Édipo: o indivíduo tem em si a necessidade inconsciente de voltar sempre para a Mãe, na dimensão nostálgica da Lua.
Laio, rei da cidade grega de Tebas, foi advertido por um oráculo que haveria um grande perigo para a sua vida e para o seu reinado, se o seu filho recém-nascido crescesse. Laio manda matar o bebê, mas o pastor encarregado da tarefa o deixa amarrado pelos pés em uma árvore. Um casal de camponeses vê a criança e a salva, criando-o como seu próprio filho e dando-lhe o nome de Édipo (que significa: “pés distendidos”).
Você também pode gostar:
Já adulto, Édipo fica sabendo de sua maldição: mataria o próprio pai e casaria com sua própria mãe. Horrorizado e imaginando serem os camponeses seus verdadeiros progenitores, Édipo abandona o lar e viaja para longe. Em uma estrada, encontra Laio e, durante uma discussão, acaba matando-o, sem saber que se tratava de seu verdadeiro progenitor. Seguindo adiante chega à cidade de Tebas, onde um monstro, a Esfinge, aterrorizava os cidadãos. Édipo se propõe a matar o monstro e após derrotá-lo, torna-se rei da cidade e casando-se com Jocasta, viúva do rei Laio e sua verdadeira mãe.
Alguns anos depois, ao descobrir toda a verdade, Édipo fura seus próprios olhos e foge de Tebas, morrendo após uma dolorosa peregrinação.
O caminho pessoal deste signo é reconciliar seu conflito interno: viver na realidade e abandonar a ilusão. Se conseguirem realizar isso, são capazes de inspirar muitas pessoas com suas ideias. São amigos fiéis, ligados à família e excelentes gestores.
Referências
“Astrologia e Mito” – R. Sicuteri – Editora Pensamento – São Paulo – 1978;
“O Livro de Ouro da Mitologia” – Thomas Bulfinch – Ediouro Publicações Ltda. – Rio de janeiro – 2003.