Escorpião: de 22 de outubro a 21 de novembro
Escorpião é o oitavo signo zodiacal, aquele que dissolve implacavelmente as coisas materiais e a consciência humana, marcando o outono do hemisfério norte. Os dias se tornam mais curtos e a Natureza inicia a viagem rumo à dissolução de todas as formas e substâncias, marcando o início de um dos mais misteriosos e desconcertantes ciclos da evolução natural: a morte que prepara o renascimento.
A morte e a renúncia são celebradas nesta fase. O tema que se impõe, com toda força, é o do sacrifício, não como fim da vida, mas como passagem necessária, no qual aspectos ou estágios de tudo o que é vivo deve morrer para ser superado, para transformar-se em algo absolutamente novo.
É tempo do esgotamento da energia em suas formas concretas para preparar o salto qualitativo, na região do suprassensível, na qual esta energia será transformada, no plano metafísico, através de um segundo nascimento. Tudo o que morre em Escorpião prepara uma nova vida, integrada nos planos superiores da consciência.
O emblema deste signo traduz o temor que ele suscita: o próprio animal escorpião, símbolo da morte, que gera sentimentos de medo e/ou repulsa, presente já nos tempos do antigo império da Babilônia. O planeta que rege o signo é Plutão, nome do deus romano dos mortos e príncipe das trevas (Hades, para os gregos), que reina sobre as sombras.
O mito principal associado a Escorpião é a história de Órion, o caçador que foi punido pelos deuses. Existem várias versões do mito. Algumas contam que Júpiter (Zeus, para os gregos) foi o pai de Órion, outras relatam que seu pai foi o deus Netuno (Poseidon, para os gregos).
De índole violenta, Órion viveu como caçador. Ao ver as Plêiades (as sete filhas do gigante Atlas), Órion se apaixonou por elas e passou a persegui-las. Aflitas, elas pediram aos deuses que mudassem sua forma, e foram transformadas em estrelas, passando a serem conhecidas nos céus como a constelação que leva seu nome.
Órion, além de violento, era também vingativo e possuía uma tendência inconsciente para a autodestruição, simbolizada pelo abuso do vinho, que obscurece a razão. Ele morreu após provocar a ira da deusa Ártemis que, para detê-lo, o empurrou ao encontro de um grande escorpião. Picado pelo ferrão venenoso, Órion e o escorpião foram levados também para os céus.
Na classificação psicológica de Escorpião, o primeiro traço de caráter emergente é a instintividade imperiosa. O impulso agressivo do nativo de Escorpião está sempre fora da norma, assim como uma certa obstinação e violência. Devem lutar para controlarem-se, pois podem facilmente perder o controle e se tornarem ressentidos e vingativos. Movido por um Eros prepotente, o nativo deste signo desenvolve um individualismo, às vezes, exasperado e, com frequência, mostra-se intimamente rebelde a toda e qualquer disciplina.
O que encontrará nesse artigo:
Escorpião abre o caminho do humano que vai em busca do divino, mas este caminho árduo é atravessado por infernos, pântanos e toda materialidade e dualidade, vivenciada como sombra.
Do lado positivo, os nativos de Escorpião possuem grande tenacidade e força de vontade. Assim, podem obter sucesso em quase todos os empreendimentos. Imaginativos, possuem muita intuição e podem ser grandes líderes. São pessoas muito apaixonadas e sensuais. Sua sensibilidade e intensidade de sentimentos faz com que suas relações amorosas sejam profundas, mágicas e, às vezes, trágicas.
Embora aparentem estar um pouco afastados da ação, na verdade, observam tudo com olhar crítico. Cuidam dos amigos, mas se são traídos, dificilmente se consegue recuperar sua amizade e confiança.
Referências
“Astrologia e Mito”- R. Sicuteri – Editora Pensamento – São Paulo – 1978;
“O Livro de Ouro da MItologia” – Thomas Bulfinch – Ediouro Publicações Ltda. – Rio de Janeiro – 2003.