Gêmeos: de 21/maio a 20/junho
Encerrando a primavera, a constelação de Gêmeos marca os céus do Hemisfério Norte, onde brilham duas grandes estrelas: Castor e Pólux. O ciclo natural se estabiliza: em Áries, a energia era de puro caos e explosiva, em Touro, a energia começava a ser recebida pela Terra. Gêmeos traz a energia para a estrutura e harmonia.
Os opostos complementares se unem neste signo. São diversos os mitos que exprimem esta dualidade complementar: Caim e Abel, Esaú e Jacó, Rômulo e Remo, etc. Nestes mitos encontramos as polaridades negativa e positiva, bem e mal, masculino e feminino, Yang e Yin. Os pares contrários se diferenciam e começam a se opor uns aos outros. Psicologicamente, Gêmeos representa a diferenciação da origem, que leva à tomada de consciência e individualidade.
Em Gêmeos se encontra o símbolo da dualidade na semelhança e na individualidade, que sempre chegam a um desfecho em uma tensão dinâmica criadora. No mito dos gêmeos Castor e Pólux, encontramos esta dualidade: nascidos de um mesmo óvulo, Pólux é um ser divino, enquanto Castor é mortal. A mãe deles era Leda, irmã da famosa Helena, que ficou famosa por causar a Guerra de Tróia.
Castor, impulsivo e ávido (representando a força do instinto) e Pólux, espiritualmente mais elevado e sereno (representando o intelecto), eram inseparáveis e participaram de diversas aventuras, como por exemplo a expedição em busca do velocino de ouro (analisado no mito de Áries, o primeiro signo astrológico).
Castor foi morto em uma batalha, e Pólux pediu ao seu pai, Júpiter (Zeus, para os gregos), que pudesse oferecer a própria vida pelo irmão. Júpiter consentiu que os dois irmãos vivessem alternadamente, passando um dia na Terra e outro na morada celestial. Outra versão deste mito conta que os dois irmãos foram recompensados por sua afeição mútua sendo colocados entre as estrelas.
A morte de Castor simboliza a superação da instintividade indiferenciada para alcançar a razão e o espírito. Assim, representa o confronto freudiano entre o princípio do prazer e o princípio da realidade. É a expressão da dualidade que se debate entre conteúdos internos e solicitações externas.
Assim como Pólux se angustia pela possibilidade de ficar eternamente separado de seu irmão, o nativo deste signo carrega consigo o arquétipo de cisão (separação) e diante das provas que solicitam a personalidade em um sentido ou em outro, pode-se deixar levar pela angústia da separação/perda, se não houver uma pacificação entre os opostos.
Gêmeos é regido pelo planeta Mercúrio, o mensageiro alado dos deuses, sendo um signo do ar, evidenciando a capacidade de resposta rápida, mas seletiva, para todos os estímulos recebidos pelo ambiente circundante.
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Gêmeos eram vistos como os patronos da dança e dos poetas. Ocupavam um lugar importante em relação ao início de uma nova época, pois simbolizavam o princípio de todos os nascimentos, no espaço e no tempo. Representam ainda o desejo de conhecer e o incômodo que este desejo traz, pois conhecer não significa apenas assimilar e enriquecer-se com o real, mas também implica em abandonar a inconsciência e as ilusões. O raciocínio impede estes nativos de se entregarem simplesmente a uma experiência, pois tem um elevado instinto de sobrevivência.
Mobilidade e rapidez são características bem marcantes dos nativos de Gêmeos. Sua inteligência é viva e flexível, capaz de se adaptar, mas também de evitar contatos profundos ou experiências por demais envolventes. Criativos, dotados de talento artístico, inconstantes e mutáveis nas experiências amorosas, são comunicativos e possuem muita vitalidade. Detestam a solidão e procuram sempre novidades, gostam muito de ler e fazer diversas coisas ao mesmo tempo. Se viverem seu lado negativo, podem se tornar superficiais e inconstantes, podendo se tornar calculistas, nervosos e exigentes.
Referências
“Astrologia e Mito” – R. Sicuteri – Editora Pensamento – São Paulo – 1978;
“O Livro de Ouro da Mitologia” – Thomas Bulfinch – Ediouro Publicações Ltda. – Rio de janeiro – 2003.