21/julho a 22/agosto
Quinto signo zodiacal, Leão é ligado ao elemento FOGO. Representa o auge do verão (no hemisfério norte), onde a Natureza atinge seu completo amadurecimento. Na vida humana, representa a chegada à plena maturidade.Ao atingir o ponto mais elevado no céu (zênite), o fogo solar direciona a energia transmutadora para o início do processo de individuação (que para Jung corresponde a tornar-se completo). Agora o indivíduo pode realizar a síntese psicológica entre o espírito e a matéria.
Diversos mitos e religiões utilizaram o símbolo do leão em suas culturas. Este símbolo marca a ruptura do ser individualizado do seu estado anterior de participação cósmica, considerada inconsciente e indiferenciada. Surge aqui a consciência do EU.
Em todas as mitologias, o Leão é símbolo de força subjetiva, de autoafirmação do ser como um indivíduo. É o Logos, o princípio masculino atrelado ao Sol, o princípio da vida psíquica que Jung chama de “animus”, que leva à ação, ao fazer, ao criar através da experiência. Sua origem é divina, é o princípio da Lei, da Justiça, da Força e do Domínio.
No aspecto negativo, Leão reforça a inflação do Ego, em sentido agressivo: a individuação pode se converter em um individualismo egocêntrico, em que o próprio Eu (ao invés do Eu superior) é preposto como centro de referência.
A personificação emblemática da tipologia leonina pode ser facilmente representada no mito romano de Hércules (Héracles, para os gregos). Nele encontramos retratada a história individual do ser humano que, ao se identificar desempenhando o papel de herói, inflaciona seu Ego, colocando em perigo a sua Alma e o processo de individuação.
Você também pode gostar:
Hércules se coloca a serviço do rei Euristeu, que impõe doze trabalhos, ou tarefas, a serem cumpridas pelo herói. Hércules deve matar, domar, capturar, limpar e fazer oferendas. Nestas ações, aparecem vários símbolos de energias violentas, de uma agressividade inconsciente, a ser enfrentada e integrada.
O primeiro desafio a ser enfrentado é justamente derrotar um feroz leão, que aterrorizava a cidade de Neméia, devorando seus habitantes. A fera não podia ser atingida por nenhuma arma, fosse de pedra, bronze ou ferro. Nesse terrível confronto descobrimos o conflito implícito dos nativos de Leão: domar as próprias energias autopunitivas e tornar real sua “invulnerabilidade” psicológica. O ser humano Hércules/Leão/indivíduo vence e assimila o seu lado Leão/fera/instinto.
Após vencer a fera, Hércules usa o crânio do leão como proteção para sua cabeça (como símbolo da interiorização) e a pele do animal como túnica, tornando-se invulnerável aos ataques. Freud chama isto de princípio de realidade: o ser humano deve dominar as adversidades reconhecendo-as, sacrificando o conforto da segurança por uma existência mais integrada.
O sentido deste mito para os nativos de Leão é a necessidade de estar aberto ao conceito de infinito, em harmonia com si mesmo e com as forças naturais, que algumas vezes devem ser dominadas pela atitude consciente do indivíduo.
Assim, em seu aspecto positivo, os leoninos são generosos, bondosos, criativos, entusiastas, fiéis e carinhosos, se conseguirem evitar se tornarem prisioneiros do seu próprio Ego tirânico e individualista, voltado a satisfazer apenas os próprios desejos. Neste caso, podem se tornar prepotentes e autoritários, muito intolerantes e dogmáticos. Mas se cumprem sua tarefa interior, desenvolvem sua capacidade de realização plena, que é representado na mitologia pelo papel do redentor: através do autossacrifíco de si mesmo (o autossacrifíco de Deus, que se identifica no humano e no instintivo, como no culto de Mitra e no cristianismo), assumido conscientemente e sublimado para atingir objetivos de interesse e significados altruístas, coletivo e comunitário.