Peixes: de 19 fevereiro a 20 março
Em Peixes encerra-se o grande ciclo do Zodíaco. No hemisfério norte, termina o inverno, derretendo a neve e trazendo um período de chuvas abundantes. A vida vegetal reaparece e a temperatura começa a se elevar.
Peixes retrata este momento da natureza: a dissolução e o renascimento. E é o símbolo da vida e de fecundidade, que foi transferido para o plano espiritual como símbolo da renovação e renascimento permanentes.
Os piscianos têm uma personalidade calma, paciente e amável. São leais e em seus relacionamentos procuram uma união mental e espiritual, mais do que uma união física. São muito compassivos e sensíveis aos sentimentos dos outros, de tal modo que deixam de lado os seus próprios problemas. Eles têm a tendência a pensar mais de modo emocional e instintivo do que de modo racional e intelectual. Do lado negativo, não assume a realidade e pode se deixar levar pelos outros. Muitas vezes o nativo deste signo se retira para um mundo de sonhos e não tem capacidade para lutar contra um poder estabelecido.
Vários mitos ligados ao tema de "fuga da situação" parecem se referir ao tema principal de Peixes (mitos de Dércetis, Cassiopéia, Afrodite), que podem levar às fugas patológicas ou às grandes experiências místicas ou criativas. Há uma característica complexa em Peixes: o sentimento de culpa ou de uma tendência recuperadora. Por esta razão, ele costuma demonstrar um excessivo espírito de sacrifício e penitência, para reparar culpas que nunca foram cometidas.
O mito grego de Dércetis é o mito que ilustra a fuga diante da vida. Dércetis é uma jovem que descobre um dia estar grávida, mas recusa esta realidade e se joga ao mar. Este gesto autodestruidor é presenciado pelo deus Poseidon (Netuno, para os romanos) , que irritado, transforma Dércetis em um ser metade mulher, metade peixe, condenando-a assim a lembrar-se do seu tormento humano (na sua parte mulher e consciente), bem como da punição (simbolizada na parte peixe, que é também o testemunho do seu aprofundamento no inconsciente).
Dércetis é a primeira criatura da espécie das sereias e levará sempre no corpo a dualidade: nem totalmente humana e nem peixe, nem terrestre e nem aquática. O mito simboliza o comportamento neurótico onde o choque com o real não é suportado e cuja resolução se volta para a regressão (um mecanismo de defesa do inconsciente, que envolve tomar atitudes infantis diante de alguma situação problemática, ao invés de agir de forma adulta) ou o rendimento diante da Sombra (a parte primitiva e instintiva do inconsciente). Dércetis renuncia à sexualidade e se entrega ao aspecto inconsciente destrutivo, aniquilando-se.
O mito evidencia a fuga a partir da inconsciência, para voltar à proteção da originária relação primária (o salto no mar, que representa a tentativa de se identificar com a proteção materna profunda, para fugir de uma responsabilidade adulta) que defenda da desagradável e insuportável realidade.
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O psiquismo do nativo de Peixes é um dos mais delicados do Zodíaco. A inflação emotiva é frequente. Peixes não reconhece nenhuma fronteira material ou psicológica: ele percebe o domínio do infinito, do indeterminado. O mar é o local onde surgem as visões, ou seja, onde irrompem os conteúdos inconscientes e Peixes nele mergulha para conhecer o "além de si". Peixes absorve tudo o que contempla e experimenta, e frequentemente consegue alcançar as ambiciosas metas que se propõe.
Alguns nativos deste signo não saem do estado vegetativo do pensamento, que muitas vezes fica preso a uma mentalidade mágica, permeada de ilusões.
O tipo superior de Peixes encarna a nostalgia do Absoluto, prevalecendo os valores espirituais e morais. Pode faltar o sentido do concreto, mas realiza-se uma vida superior e criativa, onde encontramos indivíduos dotados, com frequência, de poderes extrassensoriais.
Peixes, enfim, é o termo da evolução humana, carregando em si todo o caminho do Zodíaco. Peixes simboliza a pacificação interior possível e o perene desejo humano para alcançar a vida metafísica e as experiências transcendentes.