O diagnóstico precoce é um fator fundamental para maximizar as chances de cura de diversas doenças, o que também se aplica à Síndrome de Encefalopatia Posterior Reversível.
A PRES, como também é conhecida, é uma síndrome neurotóxica aguda, que pode levar o paciente à morte, apesar de ter um prognóstico favorável em grande parte dos casos, o que pode ser aumentado de acordo com a velocidade em que a condição é detectada, facilitando o manejo assertivo do seu fator desencadeante.
A síndrome gera uma série de sintomas neurológicos que podem variar bastante em cada caso, mas geralmente se manifestam como cefaleia, convulsões, distúrbios visuais, encefalopatia, estados de confusão, déficits cognitivos e neurológicos focais.
Apesar de ser relatada em todas as faixas etárias, a condição manifesta-se mais expressivamente em adultos, predominantemente do sexo feminino, mas sua incidência pode ser influenciada por uma série de fatores de risco, geralmente: eclâmpsia, pré-eclâmpsia, doenças autominues, agentes quimioterápicos, imunosupressores ou citotóxicos, alterações na pressão arterial e prejuízo da função renal. Tais fatores constituem o principal foco de medidas preventivas, visto que as causas exatas da condição não são totalmente conhecidas.
Diversas teorias sobre a patogênese da Síndrome de Encefalopatia Posterior Reversível têm sido propostas para melhor compreender a sua patogênese, o que aponta, em geral, para ativação e lesão do endotélio e sistema imunológico, além da liberação de citocinas. No entanto, nenhuma delas consegue explicar totalmente a condição, que possui uma patogênese bastante heterogênea.
A PRES é diagnosticada através de diversas técnicas, que incluem a serologia, que identifica alterações sorológicas comuns na condição, e a análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), que apresenta alta de proteínas em 70% dos casos. Dados de padrões eletroencefalográficos também podem ajudar a identificar a síndrome através da detecção de atividades ictais ou epileptiformes.
No entanto, juntamente com as análises clínicas, exames de neuroimagem são as principais ferramentas para confirmar o diagnóstico e excluir outras hipóteses. Apesar de atualmente não existir exames padrão-ouro para identificação do PRES, normalmente é utilizada a Ressonância Magnética Cerebral para visualizar o edema vasogênico – relacionado aos padrões mais clássicos da síndrome, que envolve as regiões cerebrais bilateral, subcortical, simétrica e principalmente a parieto-occipital – o padrão parietooccipital, padrão de sulco frontal superior e padrão de bacia hidrográfica hologemisférica.
O tratamento se baseia na gestão do fator precipitante da síndrome, o que pode variar de acordo com o fator etiológico. Além disso envolve, normalmente, o suporte com hidratação, monitoramento da ventilação e, em casos onde o paciente apresenta estado mental alterado, pode ser necessária a intubação.
Outro ponto muito comum no tratamento da PRES é a redução ou remoção de agentes imunossupressores ou da realização de quimioterapia. No entanto, esse tipo de ação deve ser feita de forma individualizada, o que também se aplica à indicação de diálise, no caso de comprometimento das funções renais, e controle da pressão arterial, no caso de hipertensão.
Você também pode gostar:
Geralmente a PRES apresenta uma alta reversibilidade, mas também pode levar à morte em 19% dos casos, ou comprometimentos funcionais em 44% dos casos, o que, segundo estudos, pode estar relacionado a fatores como encefalopatia grave, hiperglicemia e edema cerebral extenso, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.