Saúde Integral

Sintomas de candidíase

Pessoa sentada, vestindo calças jeans, com as mãos sobre a região pélvica, em sinal de desconforto.
Foto: 123RF/Henadzi Pechan
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Espécies do fungo Candida geralmente vivem como parasitas benignos e raramente produzem doenças em pessoas saudáveis. Residem normalmente no trato gastrointestinal, na vagina, na pele e na boca. No entanto, a Candida albicans é a causa mais frequente de infecções por fungos em seres humanos.

A maioria dos tipos de infecções por Candida se origina quando a flora parasitária normal rompe as barreiras da pele e das mucosas, ficando confinada a esses ambientes ou se disseminando amplamente. Em pessoas com imunidade deficiente, os organismos Candida causam infecções, que se manifestam de formas diferentes.

A mais comum candidíase é a provocada pela espécie albicans, entretanto há outros tipos. Nas pessoas com cateteres intravenosos ou submetidas à diálise peritoneal, os organismos Candida podem atingir a corrente sanguínea.

Identificar os sintomas da candidíase é fundamental para buscar ajuda médica e reduzir os riscos de gravidade da infecção. Conheça mais sobre esse assunto e se detectar algum sintoma procure um médico!

O que é candidíase

Estetoscópio médico sobre mesa de madeira, acima de cubos de madeira cujas letras formam a palavra 'Candida'
Foto: 123Rf / Piotr Swat

A candidíase é uma infecção causada pelos fungos Candida e está associada à queda da imunidade, ao uso de imunossupressores e corticoides, de antibióticos, de anticoncepcionais, à gravidez, a alergias, ao HPV (papilomavírus), ao HIV (vírus da imunodeficiência humana) e ao diabetes. Pode afetar órgãos genitais femininos, órgãos genitais masculinos, pele, unhas, boca, garganta e a corrente sanguínea, nos casos mais graves.

Para 90% dos casos, aproximadamente, a candidíase é causada pelo fungo do tipo Candida albicans, entretanto ela pode ocorrer devido a outras espécies não albicans, que são glabrata, tropicalis, krusei, parapsilosis e Saccharomyces cerevisiae, sendo mais incomuns.

Mais de 70% das mulheres podem ser afetadas pela candidíase na vagina e na vulva, sendo que quase metade terá um segundo episódio da infecção e aproximadamente 5% terão uma recidiva mais de uma vez ao ano.

O fungo Candida está presente em cerca de 20% da população feminina, ele faz parte da flora vaginal e convive bem com outros microrganismos.

Nos homens, a candidíase não ocorre com tanta frequência, contudo também pode surgir, principalmente em função dos fatores de risco abordados anteriormente.

Nas crianças, a candidíase pode provocar desconforto, dor e recusa a se alimentar, surgindo na boca (sapinho) e nos genitais externos ou nos dois locais simultaneamente.

Tipos de candidíase

Ilustração em 3D do fungo responsável pela Candidíase visto pelo microscópio.
Foto: Kateryna Kon / 123RF

Candidíase vaginal – ocorre em mulheres com o sistema imunológico debilitado ou com a flora vaginal desequilibrada, quando o fungo já existente no corpo consegue se reproduzir em demasia, sem ser freado pelas defesas do organismo.

Candidíase oral – também conhecida como “sapinho”, pequenas aftas e dificuldade para engolir são as características dessa infecção, que acomete crianças, idosos, adultos que praticaram contato íntimo sem proteção, pessoas em tratamento que comprometem o sistema imunológico e diabéticos.

Candidíase masculina ou balanopostite – também chamada de candidíase no pênis, ocorre pela debilidade das defesas do organismo em função de doenças como diabetes, por higiene deficiente e por uso de fralda geriátrica. É menos comum do que a candidíase vaginal, contudo precisa ser cuidada quando se manifesta.

Candidíase na pele – é uma infecção causada na pele em função do atrito que cria pequenas lesões e do ambiente propício com calor, umidade e alimento para os fungos proliferarem. É conhecida como intertrigo e não está associada a outros fatores. Pode ocorrer na virilha, nas nádegas, na barriga, sob as mamas, entre os dedos das mãos e dos pés, na parte interna da coxa e nas axilas.

Candidíase de esôfago – causada pelo fungo Candida albicans, é conhecida por esofagite de causa infecciosa, sendo o tipo mais raro de inflamação no esôfago e predominando em pessoas com baixa imunidade, principalmente nos pacientes com aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) e câncer. É mais comum em adultos e menos em crianças, exceto nos casos de deficiência da imunidade.

Candidíase disseminada – também chamada de invasiva, ocorre principalmente em pessoas com o sistema imunológico debilitado, atingindo recém-nascidos de baixo peso, imunossuprimidos, e tem a característica de uma infecção hospitalar. O fungo atinge a corrente sanguínea e pode afetar qualquer órgão, como cérebro, baço, rins, olhos, válvulas cardíacas e causar complicações graves, podendo evoluir para óbito.

Por que ela aparece em nosso corpo?

Mulher com expressão de dúvida cercada por ilustrações de pontos de interrogação.
Imagem de Sophie Janotta por Pixabay

A candidíase surge no corpo humano devido a um desequilíbrio orgânico, quando o sistema imunológico está debilitado e as defesas do organismo não conseguem combater a proliferação do fungo causador da infecção, que passa a se reproduzir em demasia e a causar diversos sintomas, dependendo do local acometido.

Alguns hábitos podem aumentar o risco de proliferação do fungo Candida albicans, que é o tipo mais comum, causando a candidíase. Veja a seguir:

Consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos simples, gorduras, proteínas e de doces – para proliferar, o fungo precisa de um ambiente de pH ácido e se alimenta de glicose, ambos facilitados pela ingestão em excesso de alimentos com tais características.

É por isso que pessoas diabéticas têm grande probabilidade de ter candidíase, principalmente com níveis desequilibrados de glicose no sangue.

Áreas quentes e úmidas – as partes íntimas, boca, garganta e zonas de dobra de pele são as mais propícias para o surgimento da candidíase, por serem áreas quentes e úmidas, ambientes preferidos do fungo para se proliferar.

Aumento no nível do hormônio estrogênio – as mulheres grávidas que naturalmente têm um aumento nos níveis de estrogênio, assim como aquelas que fazem terapia hormonal, têm uma tendência maior a ter infecções fúngicas, incluindo a candidíase, principalmente a genital.

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Uso de antibióticos – há inúmeras bactérias na flora vaginal. Algumas são aliadas do organismo e ajudam a combater outras e fungos nocivos à saúde. Quando do uso de antibióticos de amplo espectro (eficazes contra uma gama grande de bactérias), eles eliminam também na flora os microrganismos benéficos, possibilitando a proliferação dos fungos da candidíase.

Gravidez – durante a gravidez há um aumento na produção de lactobacilos, maior vascularização da área genital, mudança do pH da vagina, que se torna mais ácida, favorecendo a proliferação do fungo e a ocorrência da candidíase.

Sexo sem proteção – a candidíase não é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST) nem uma infecção sexualmente transmissível (IST), entretanto ela pode ser transmitida por meio do contato sexual para órgãos genitais e boca, sendo recomendado primeiro concluir o tratamento da candidíase para daí retomar a vida sexual, inclusive porque áreas íntimas lesionadas podem estar sensíveis e trazer desconforto.

Outros fatores de risco – diabetes, gripes fortes, uso de drogas, imunossupressão medicamentosa (uso de medicamentos para tratamento de câncer, transplantes, HIV etc.), ingestão insuficiente de vitaminas e sais minerais, alto nível de estresse, noites maldormidas, insônia são outros fatores que podem influenciar o surgimento da candidíase.

Sintomas da candidíase

Homem de pijama sentado na cama com a mão sobre a testa e expressão de dor.
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

Fique alerta aos sinais do organismo para a candidíase e sempre procure um médico.

Evite se deixar seduzir pelas propagandas na televisão ou pela opinião de pessoas não habilitadas, porque além de não ajudar, o problema pode se agravar. Lembre-se de que só o médico pode recomendar medicamentos e dosagens seguros.

Sintomas da candidíase vaginal

  • Coceira genital de intensidade variável, acentuada na fase pré-menstrual, corrimento branco e espesso, podendo ser amarelo e até acinzentado, dependendo do tipo de fungo Candida causador da infecção;
  • Leve inchaço dos lábios vaginais (também conhecidos como grandes lábios);
  • Ardência na região da vulva (a parte externa da vagina);
  • Pele rachada próxima à vulva;
  • Ardência ao urinar;
  • Dor durante relações sexuais

Sintomas da candidíase oral

  • Vermelhidão, ardência e desconforto na boca;
  • Dor e dificuldade para engolir;
  • Manchas brancas dentro da boca e na língua;
  • Rachaduras no canto da boca

Sintomas da candidíase masculina ou peniana

  • Coceira, ardência e inchaço na ponta do pênis;
  • Ardência ao urinar;
  • Feridas (rachaduras) na pele do pênis;
  • Corrimento branco e agrupado;
  • Odor forte;
  • Dor durante as relações sexuais

Sintomas da candidíase na pele

  • Vermelhidão na região das dobras;
  • Coceira e queimação na região das dobras;
  • Saída de líquidos nas lesões;
  • Descamação;
  • Escurecimento da pele nessa região com formação de erosões e crostas

Sintomas da candidíase de esôfago

  • Dor ao engolir;
  • Dor no peito;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dores abdominais;
  • Perda do apetite

Sintomas da candidíase disseminada

  • Febre;
  • Urina turva;
  • Dores de cabeça;
  • Vômitos;
  • Articulações inflamadas

Qual médico especialista procurar para o tratamento da candidíase?

Estetoscópio.l ficha médica e caneta sobre uma mesa.
Foto por Pixabay no Pexels

Na presença dos sintomas da candidíase, o melhor a ser feito é buscar ajuda médica, como já mencionado. Lembre-se de que somente ele pode avaliar com precisão a real existência da infecção, quais exames complementares são necessários, se for o caso, e quais medicamentos devem ser prescritos.

Ginecologista, urologista, clínico-geral, dermatologista, pediatras e gastroenterologistas são profissionais que podem identificar, a partir de exames clínicos e outros, a presença de candidíase.

É importante relatar ao médico sobre quando surgiram os sintomas, a data da última menstruação, a data da última relação sexual, se há patologias relacionadas, como diabetes, HIV, HPV, câncer etc. e o uso de medicamentos e de suplementos. Se houver uma recorrência do quadro de candidíase, ela também precisa ser informada.

Como é feito o diagnóstico da candidíase?

Profissional sentado com equipamentos de higiene olhando através de um microscópio.
Foto por Pixabay no Pexels

Para confirmar a presença da candidíase, além do relato do paciente e do exame clínico, o médico poderá solicitar exames mais detalhados com o objetivo inclusive de detectar o tipo de fungo Candida. Veja como é o procedimento para cada tipo de candidíase:

Candidíase vaginal – após o levantamento histórico da paciente, o médico irá realizar o exame clínico, quando utiliza um espéculo para abrir as paredes uterinas de modo a visualizar a vagina e o colo do útero, além de coletar amostras de corrimento. Uma análise dessa amostra (bacterioscopia) poderá ser encaminhada para o laboratório para detalhamento do diagnóstico. Um exame de colposcopia (Papanicolau) pode detectar o fungo, não necessariamente sendo candidíase. Outro fator é que alergia ou hipersensibilidade local pode ser vaginose citolítica. Por isso, é fundamental a avaliação médica.

Candidíase peniana – a partir do histórico do paciente, o médico fará uma avaliação clínica do pênis e poderá, com a coleta de corrimento, solicitar o exame laboratorial.

Candidíase oral e esofágica – a partir do histórico do(a) paciente e do exame clínico realizado, o médico poderá coletar fluido (escarro e saliva) da boca para encaminhar à análise e constatar a ocorrência da candidíase.

Candidíase na pele – o médico poderá fazer uma raspagem da pele e exame com hidróxido de potássio, para eliminar a hipótese de infecção por fungo, poderá aplicar uma luz negra (lâmpada de Wood) sobre o local para eliminar a hipótese de infecção bacteriana (eritrasma) e em casos mais raros realizar uma biópsia de pele. Ele pode ainda solicitar um exame de sangue para verificar a possibilidade de diabetes.

Candidíase disseminada – para a detecção da candidíase disseminada, o médico deverá solicitar um exame de cultura do fungo no sangue, fluido pericárdico ou amostras de tecido retiradas por meio de biópsia em órgãos afetados.

Quais os tratamentos para a candidíase?

Pessoa aplicando óleo medicinal sobre pernas com candidíase.
Foto: Dmitry Petrov-Korsukov / 123RF

O médico deverá prescrever, de acordo com o tipo de candidíase, medicamentos antifúngicos por via oral e o uso de cremes e pomadas para tratamento local. O tipo de medicação, a dosagem e o tempo de duração do tratamento variam de acordo com a gravidade da infecção, principalmente se ela for recorrente, quando poderá ser associada com mudança nos hábitos alimentares e no estilo de vida. Para o caso de candidíase genital, mesmo ela não sendo transmitida sexualmente, as relações sexuais deverão ser suspensas durante o tratamento, até o restabelecimento da mucosa e da pele.

Para o caso de candidíase disseminada, forma mais grave da infecção, o tratamento será feito no hospital, com monitoramento médico e medicamentos mais fortes.

Vale lembrar que mesmo com a bula nenhum medicamento deve ser utilizado sem orientação médica. Procure sempre um médico!

Como tratar a candidíase na gravidez?

Mulher grávida com as mãos sobre a barriga.
Foto de freestocks.org no Pexels

Os medicamentos antifúngicos do mercado, inclusive algumas pomadas e alguns cremes de uso tópico, são contraindicados para as mulheres grávidas, uma boa razão para procurar o médico.

Aqui a atenção deve ser redobrada, porque é comum o fungo se tornar resistente e haver vários episódios de candidíase durante a gestação.

A influência sobre o bebê é grande e se naturalmente o organismo dele não combater a infecção ele poderá ter a presença de pequenas feridas dentro da boca (sapinho), nos primeiros dias de vida, especialmente no nascimento por parto natural.

Para contribuir com o tratamento

Pessoa segurando um copo d'água.
Foto de Lisa Fotios no Pexels

Algumas medidas podem ser adotadas durante o tratamento, de modo a obter melhores resultados. Conheça quais são:

Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas, principalmente em concomitância com medicamentos;

Evite alimentos ricos em açúcar e amido, carboidratos, proteínas animais, carnes processadas, amendoim e oleaginosas e gorduras;

Tome bastante líquido, preferencialmente água;

Evite ter relações sexuais durante o tratamento;

Use o medicamento prescrito até o prazo determinado pelo médico, pois esse comportamento ajuda a evitar a reincidência da infecção;

Evite roupas apertadas, úmidas ou molhadas e muito quentes;

Dê preferência a roupas íntimas de algodão;

Como se prevenir para não ter candidíase?

Roupas íntimas penduradas em um varal, em ambiente aberto, durante o dia.
Foto de Karolina Grabowska no Pexels

Já dizia o velho ditado “Melhor prevenir do que remediar”, começando pelo fato de ser mais econômico e muito mais saudável. Siga estas dicas para evitar a candidíase:

  • Evite roupas muito justas ou apertadas, de tecidos pesados ou meias-calças com frequência. Dê preferência a roupas leves ou de algodão;
  • Troque regularmente as roupas de banho, preferencialmente arejando e secando as peças ao sol, diariamente;
  • Evite permanecer por um período longo com roupas de praia ou piscina molhadas ou úmidas. Lembre-se de que no verão a incidência de candidíase aumenta, pois os fungos do tipo Candida encontram um ambiente de calor e umidade propício à proliferação. A dica também se estende a evitar tecidos sintéticos, que não permitem ao corpo “respirar”, gerando calor e umidade decorrente da transpiração;
  • Use sabonetes íntimos líquidos para higiene genital, pois eles são especificamente recomendados para essa região e são formulados para manter o pH neutro, próximo ao natural;
  • Mantenha a pele limpa e seca, principalmente nas dobras, axilas e na região genital;
  • Evite o uso de absorventes diários e de absorventes internos, pois eles aumentam a temperatura da região íntima e a umidade do local. O planeta também agradece;
  • Dê preferência a secar as roupas íntimas em local arejado, fora do banheiro, para que as peças não fiquem úmidas por tempo prolongado;
  • Use preservativo em todas as relações sexuais;
  • Somente faça uso de medicamentos com prescrição médica, principalmente antibióticos;
  • Mantenha os níveis de glicose no sangue sob controle, principalmente se já tiver diabetes;
  • Estabeleça momentos de lazer para a sua vida, que ajudam a desestressar;
  • Adote uma terapia como a meditação para manter equilíbrio emocional, para relaxar e para dormir melhor. Busque extravasar sentimentos negativos.

Ao longo do texto você percebeu que para evitar a candidíase é importante o comportamento que preserva o sistema imunológico, uma adequada higiene corporal, o uso de vestuário leve e preferencialmente em tecidos naturais, uma alimentação mais saudável e a consciência da medicação orientada por um médico.

Até com os microrganismos existentes na flora gastrointestinal precisamos manter harmonia, que depende de nós, seres inteligentes. Mantenha-se em equilíbrio e cuide-se!

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