Todos são capazes de dizer, com precisão, quantos “pés na bunda” levaram ao longo da vida. Só de relembrar, algumas dores surgem como um arrepio relâmpago pela espinha.
E quanto aos corações que você já partiu? Para quantas pessoas a sua pessoa causa um frio desconfortável na barriga?
É muito comum alguém dizer “eu tenho dedo podre para relacionamento” ou “eu só pego traste” ou “eu só atraio gente interesseira”.
Quando alguém diz “ninguém presta”, é fácil imaginar essa pessoa numa frágil bolha de sabão “rosa bebê” flutuando perdida numa cidade de “humanos imprestáveis”. Porém, neste caso, terei que incluir na conta desta “cidade imaginária” as melhores pessoas que eu conheço, incluindo eu mesma, que sou uma fofa. Ou seja, ideia descartada.
Ninguém gosta de ser conhecido como alguém que não é legal. Mas um “não” é sempre um “não” — que deve ser indiscutivelmente aceito quando se trata de relacionamentos — e a dor é proporcional à paixão, à expectativa e a baixo autoestima.
Recusar uma criatura apaixonada por você pode ser tão difícil quanto ser rejeitado. Ou pode ser ainda pior, pois muitas vezes “aquele que sofre por amor” é visto com uma certa pena pelos demais. E quem rejeita uma “pessoa super legal e sensível” não pode ser uma boa pessoa…
Sempre achei “Romeu e Julieta” muito triste, mas terei que concordar que sofrer por amor juntinho a alguém, mesmo que no mundo dos mortos, deve doer menos. A rejeição costuma ser fria e solitária, e rejeitar alguém pode gerar uma dor tão insuportavelmente forte a ponto de se reverter em arte e ficar imortalizada no mundo, lembrando para sempre e sempre que foi você o causador daquela dor.
Logo… o que fazer?
Assim como arroz e feijão no Brasil é um bom começo para um almoço de sucesso, respeito é a receita para todas as relações na vida.
Diga SIM, quando quer dizer SIM — mesmo com todas as dores das relações anteriores. Se este SIM foi dito pra você, rejubile-se!
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Diga NÃO, quando quer dizer NÃO. E, como NÃO significa NÃO, quando é dito pra ti, aceite e siga sua vida. Se a dor for insuportável, lembre-se: transforme-a em poesia.
“Que não seja duro
ter um belo passado
no meu futuro”
(extraído de “O pequeno livro de hai-kais do menino maluquinho — Ziraldo)