Noto que muitas pessoas vêm se questionando ultimamente sobre seus limites e sobre como reconhecê-los. Não fica claro qual critério deve se adotar para analisar e entender até onde devemos caminhar, compreender em qual ponto devemos parar ou mudar o curso do caminho.
Aparentemente, um raciocínio que já reconheci em mim mesma muitas vezes é percorrido para encontrar essa resposta. O meu era assim:
1 – Pensava muito, logo, tinha a mente fértil demais.
2 – Por ter a mente fértil demais, tinha que ser muito organizada.
3 – Por ter que ser muito organizada, era extremamente detalhista.
4 – Por ser detalhista, era metódica.
5 – Por ser metódica, me tornava muito exigente (comigo e com os outros).
6 – Por ser muito exigente, era muito chata…
Mas será que é preciso tanto? Será que não dá pra ser um pouco mais leve? Será que não é justamente isso que nos leva a questionar os limites? Ou pior: não reconhecer ou interpretar corretamente?
É provável que por esse caminho coloquemos um padrão elevado demais para alcançar, e isso requer muito esforço, muita concentração, muito detalhe, muita metodologia e é uma chatice.
Quem sabe não seja possível alcançar os objetivos sem tanta cobrança? A autocobrança, que é a pior de todas. Conversando com alguns amigos, noto que muitas pessoas enveredam por um caminho de dúvidas e questionamentos porque são assim. Não se perdoam, sempre acham que poderiam ter feito mais, melhor ou diferente.
Às vezes, poderiam mesmo, mas e daí? É justamente por isso que a vida dá novas oportunidades. É preciso reconhecer nossos limites e, sobretudo, respeitá-los. Ter metas claras compreendendo que ter limites não quer dizer que estamos criando limitações na jornada em que percorremos em busca de nossos objetivos.
Devemos entender que limites são nossas fronteiras pessoais e temporárias e limitações são os limites que se cristalizaram a ponto de se tornarem permanentes. É útil e necessário absorver esses conceitos de maneira bem clara, usando o limite como uma demarcação que devemos ultrapassar apenas ao nos sentir preparados para isso e, principalmente, esclarecer que as limitações são freios impostos, muitas vezes com base em críticas e julgamentos gerados por medo ou privações sociais.
Nesse ponto, nossos limites internos não estarão subjugados pelas limitações externas, e talvez possamos algumas vezes pensar um pouco menos e, assim, criar menos teorias.
Com menos teorias, talvez possamos ter mais clareza e tempo para nos organizar.
Com mais tempo, talvez não seja necessário se ater a detalhes dispensáveis.
Com menos detalhes, a metodologia é mais simples.
Com mais simplicidade, podemos ser menos exigentes e mais flexíveis.
E sendo mais flexíveis, talvez seja mais divertido.
E daí, nem precisa tanto esforço, tanta concentração, tanto detalhe pra reconhecer e aceitar nossos limites e as limitações.
É um exercício constante e necessário, porém, libertador.
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