Olá, queridos, como vocês estão? Hoje, quero falar de um tema que faz parte do meu dia a dia e de tantas outras mulheres corajosas que mudaram algo em suas vidas e que lutam diariamente para estar em pé e deixam muitos sonhos na cama e colocam a roupa de lutar diariamente…
Ser uma mãe que se aventurou a viver sozinha não necessariamente quer dizer que estamos criando uma criança sozinha, sem a presença do pai, ou ao contrário, um pai que cria um filho sem a presença da mãe. Sabemos que esse tipo de coisa acontece dentro de casamentos falidos e convivendo até no mesmo lar e sob o mesmo teto.
Para dizer a verdade, entendo que muitas mulheres, e também homens, nem percebem que já passam por essa situação e nem sabem que já estão carregando uma vida de solidão para gerir uma casa, filhos, educação, caráter, tarefas de trabalho e da casa.
De diferentes formas, sabemos que, como pais, queremos de nossas crianças uma postura a ter o melhor desempenho na vida, que não sofram o que sofremos. E nessa angústia diária, forçamos esses seres únicos a serem fortes tanto quanto nós, firmes, destemidos e colocamos nossos filhos quase que em situação de igualdade em “luta” ou até mesmo protegemos demais com base na mesma origem de medo exacerbando os dois extremos, ou lutar demais pela vida ou ter muita proteção criando medos desnecessários.
Primeiro fator importante é não sentir culpa sobre o destino que demos às nossas vidas sentimentais, pois esses são conteúdos que devem ser trabalhados por nós e não pelos nossos filhos. Então é um cuidado que tento ter todos os dias com meu filho, hoje com 8 anos, mas que conviveu com meus medos, desejos, angustias, já no ventre, quando eu passava por um turbilhão de sentimentos pessoais e sei que muitas pessoas estão passando ou já passaram por essa situação. No meu caso, o ser que gerei suportou uma separação aos 2 anos de idade e até hoje ainda sente o peso de querer proteger a minha vida!
Por favor, isso não pode acontecer! Você será sempre grande na escala da vida e ele será o seu protegido e preparado para o mundo e não para viver suas angústias.
Luto, hoje em dia, em todos os momentos para mostrar ao meu filho que o peso das minhas decisões não equivalem ao amor ou desamor que ele possa sentir por mim ou pelo pai, são conteúdos de VIDAS distintas.
Em linhas breves, ficaria difícil descrever o que senti a primeira vez em que tirei uma aliança após quase 20 anos de relação, segurei meu filho pelo braço e encarei um passeio ao parque, ao shopping, casa de familiares… a sensação era de estar desnuda, totalmente exposta!
Quanta vergonha, quanta tristeza me invadiam a alma, quanta culpa por estar causando na vida dele algo que ele não pediu! Era uma questão de autojulgamento e ainda do julgamento alheio, que também não são pouco frequentes.
Mesmo assim tive a coragem de sorrir todas as manhãs, tocar meu negócio com ainda mais garra, administrei meus medos em noites incansáveis de choro, encarei a vida de frente e comecei a sentir, no lugar daquela tristeza, uma incrível sensação de liberdade a cada vez que conseguia levar meu filho ao parque, cinema, viagens e outros passeios sozinha!
Estar só com nossas crianças também nos faz aprender com elas a facilidade de superação que muitas vezes nós adultos não vemos, mas elas com tanta simplicidade nos mostram a grandeza da vida e dos pequenos gestos diários.
Hoje em dia, reconheço a alegria de ter meus momentos solos com ele, conversar sobre suas histórias, aventuras, andar numa praia ao lado do meu filho e saber que estou fazendo o melhor que posso, superando minhas limitações para vê-lo feliz!
Sei que muitas pessoas ainda se julgam incapazes de viver sem a presença do masculino em suas vidas ou até do feminino, mas é tudo uma questão de medo do desconhecido, porque o papel de um pai e de uma mãe não muda por uma separação, o que muda esses papéis no sentimento de uma criança são nossas atitudes!
Conscientizar-se de que nossas vidas são de nossa competência e de que criamos um filho para o mundo é a melhor coisa que podemos fazer, pois eles não resolverão a nossa história e nem nunca vivenciarão suas dores e nem devem!
Por isso, digo a vocês, mães ou pais, que já estão sozinhos nessa caminhada dentro de casamentos falidos e mantidos algumas vezes por conveniências ou até mesmo pelos medos de ambos, libertem-se!
Libertar-se não é separar ou manter um casamento, mas uma atitude pessoal… resolva dar o melhor de si por você. Se o seu parceiro não faz a parte dele, faça você a sua, sem tristeza, sem cobrar da vida ou do outro… entenda que você faz por Amor e que o que o outro pode ou não oferecer será algo que ele deverá acertar com sua própria vida, mas jamais você, que é inteligente, astuto e sabe que estamos nessa vida para oferecer a nós e ao próximo o nosso melhor.
Falar assim parece fácil, mas não é. Será um processo diário de fortalecimento acompanhar a vida de seu filho sem cobrar do outro a postura que você gostaria que ele tivesse. Ele simplesmente dá o que tem de melhor e o que recebeu também, já você que é um lutador e está crescendo em esclarecimentos sobre si mesmo fará o seu melhor por você e pela sua consciência.
Por isso, minha amiga ou até meu amigo que fez o papel de mãe e pai, respire fundo, suporte os momentos de dificuldade e siga em frente na certeza de que está dando o seu melhor, o do outro estará por conta dele!
Veja, não estou com isso querendo dizer que você fez ou faz melhor que o pai ou que a mãe, torça sempre para que a vida de seu filho seja a melhor possível ao lado daquele que o concebeu contigo, pois isso fará com que o seu filho tenha uma vida mais sadia e possa ele mesmo avaliar quanto de cada um tem em si e leva no coração.
Faça tudo o que puder para que a relação do seu filho seja a melhor possível com o pai ou com a mãe, pois você também não sentirá a culpa de ter colocado os seus problemas dentro da vida do ser que mais ama nesse mundo.
E, se no futuro, seu filho ainda lhe cobrar algo diga que fez o melhor que poderia naquele momento e em todos da sua vida!
Por fim, muitos detalhes faltam nesse texto ainda — tema complexo, mas se consegui trazer o essencial — que é fazer o melhor que você possa por seu filho esquecendo do outro em sua vida, mas permitindo que ele decida o que é ou não melhor para ele — está ótimo!
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Não se culpe nunca! Siga em frente e dê o seu melhor fazendo da solidão uma solitude interminável a ser colhida como amizade e Amor de seu filho no futuro, e, se ainda assim não acontecer, jogue ao Universo e siga em frente!
Um beijo enorme no coração de cada um de vocês.