Autoconhecimento

Sofre com baixa autoestima? Esse conceito de Diogo Lara pode te ajudar a mudar isso

Uma mulher contemplando sua própria imagem num espelho.
Andrea Piacquadio de Pexels / Canva / Eu Sem Fronteiras
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Como você classificaria a sua autoestima? Você pode responder que tem a autoestima alta, é muito seguro(a) de si e não deixa que as opiniões dos outros atrapalhem o seu caminho. Ou ainda que a sua autoestima é baixa, o que prejudica a maneira como você se enxerga e se relaciona com outras pessoas.

Para Diogo Lara, médico psiquiatra e PhD em neurociência, esses conceitos podem estar um pouco deturpados. Chamar a autoestima de “alta” ou “baixa” é uma forma de quantificá-la, mas o que estamos nos esquecendo é de qualificá-la.

Neste artigo, você vai entender o que o pesquisador tem a dizer sobre o assunto e como os seus estudos são ótimas fontes de conhecimento para melhorar a sua autoestima. Acompanhe:

O que é autoestima?

Antes de tudo, precisamos entender o que é autoestima. A própria palavra já diz: “auto” significa “eu mesmo” e “estima” significa “apreço”. Ou seja, é o apreço por si mesmo. São todos os pensamentos, os sentimentos e as imagens que criamos de nós mesmos.

A autoestima é a capacidade de valorizar – ou não – quem nós somos e saber reconhecer o nosso próprio valor. Para a psicologia, é como um olhar crítico que cada um tem ao analisar os próprios comportamentos e as próprias características.

Um homem se abraçando.
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É algo trabalhado desde a infância, conscientemente ou não. Os elogios e julgamentos recebidos nessa fase têm papel-chave na forma como nos enxergamos ao longo da vida. Se nos sentimos acolhidos e aceitos quando crianças, saímo-nos melhor nesse quesito. Já se crescemos em um ambiente hostil, é provável que tenhamos problemas em lidar com o abandono, a rejeição e a autocobrança futuramente.

Para Diogo Lara, o conceito de autoestima não tem a ver com quantidade, mas com qualidade. Enxergar a autoestima de uma forma maniqueísta (alta ou baixa) e, ainda, acreditar que quanto mais alta, melhor, são os principais erros que cometemos ao tentar melhorar a visão que temos de nós mesmos.

Mas então como não cometer esse erro? Continue lendo!

O que é a boa autoestima?

De acordo com seus estudos, desenvolvidos no livro “Imersão: Um romance terapêutico”, Diogo Lara concluiu o seguinte: a boa autoestima é, muitas vezes, confundida com a alta autoestima, a qual se resume em se achar melhor que os outros ou ausente de defeitos.

Aqueles que adotam essa postura arrogante o fazem como uma forma de esconder as dificuldades que não conseguem encarar. Vivem em um mundo ilusório que constantemente causa decepção.

O conceito de boa autoestima, portanto, é o oposto: está ligado ao autoconhecimento e à atitude de se colocar em um lugar de humildade, em que não é preciso se sentir frustrado ou ameaçado por ninguém.

Na prática, como isso funciona? Veja abaixo características de quem tem boa autoestima:

  • Não tem o peso da autocrítica: a pessoa se enxerga de uma forma leve e empática, sem ficar se cobrando para além do necessário;
  • Compreende os conflitos: ela entende que as dificuldades que a vida apresenta são fontes de aprendizado e evolução;
  • Diz não para situações das quais discorda: ela sabe se posicionar quando a situação não está de acordo com os próprios valores;
  • Sabe que não precisa justificar suas ações: ela faz o que é melhor para si, sem precisar ficar se explicando para outras pessoas;
  • Não leva críticas para o lado pessoal: mesmo no caso daquelas feitas para machucar, ela absorve o que é útil, aprende e segue em frente;
  • Aceita as próprias vulnerabilidades: sabendo que ninguém é perfeito, ela reconhece seus defeitos e busca a constante evolução.

O principal benefício de adotar esses atributos como filosofia de vida é parar de reagir às situações que acontecem ao seu redor para, de fato, agir – com calma, consciência e assertividade. Do contrário, temos a autoestima ruim. Saiba mais sobre ela no tópico a seguir.

O que é a autoestima ruim?

A autoestima ruim, por outro lado, é o mesmo que consideramos baixa autoestima. Está ligada à carência, à dependência emocional, à dificuldade de lidar com frustrações e à incapacidade de dizer não.

Um homem sentado próximo a um grande rio. Ele debruça sua cabeça sobre sua mão esquerda, demonstrando aparente frustração.
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Geralmente, está associada a traumas na infância – não necessariamente traumas muito grandes, mas críticas proferidas aparentemente sem a intenção de machucar que permaneceram no subsconsciente. Nesse sentido, é muito influenciada pela família, pelo ambiente escolar, pelos amigos, pela mídia e pela religião.

Uma pessoa saberá que a própria autoestima está ruim quando perceber os seguintes comportamentos:

  • Necessidade de aprovação: tudo o que ela faz é pensando em agradar os outros, nunca a si mesma;
  • Incapacidade de dizer não: mesmo em desacordo com o que foi pedido, ela aceita para passar uma boa imagem;
  • Dificuldade em lidar com conflitos: não sabe como agir diante dos obstáculos da vida, sofrendo com raiva e frustração;
  • Fuga de brigas e discussões: não importa se ela irá sair prejudicada, ela nunca se posiciona em favor do que realmente quer;
  • Relutância em dar a própria opinião: considera que os próprios pensamentos não têm valor e prefere ficar quieta;
  • Excesso de autocrítica: sempre se julga muito, achando defeitos em tudo o que faz;
  • Dificuldade em lidar com frustrações: internaliza os sentimentos ruins quando algo que quer muito não dá certo;
  • Dependência emocional: em um relacionamento, sempre projeta a própria felicidade no outro, o que leva a muitas decepções quando não dá certo.

Agora que você já aprendeu um pouco mais sobre o assunto, vamos descobrir como a sua autoestima pode ser classificada, segundo as ideias de Diogo Lara?

O que Diogo Lara pensa sobre isso?

Considerando todas as características descritas anteriormente, o psiquiatra Diogo Lara definiu quatro tipos de autoestima.

As duas primeiras você já viu anteriormente: a alta autoestima, relacionada à postura de superioridade, prepotência e arrogância; a baixa autoestima, ou autoestima ruim, marcada pela ideia de que as próprias conquistas são resultado de sorte, não do próprio esforço.

Há ainda aquela chamada de frágil, comum entre a maioria das pessoas. Nesse tipo, existe enorme vulnerabilidade a rejeição, autocrítica exagerada e necessidade constante de agradar. O sujeito se vê com uma imagem distorcida, que não reflete realmente o que ele é. Por isso, precisa sempre da aprovação externa – é aí que entra a cultura narcisista das redes sociais.

Uma mulher fazendo um gesto de coração com as suas mãos.
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Já o último tipo é o que mais se aproxima da boa autoestima. O psiquiatra a chama de “equilibrada”. Baseada em autoaceitação, autenticidade, autoempatia e autoconhecimento, ela está presente em pessoas que se respeitam, não se consideram perfeitas e não desejam ser melhores do que ninguém. Pessoas que reconhecem suas qualidades e seus defeitos e buscam ser melhores a partir do que já são.

É importante lembrar que a autoestima de um único indivíduo pode variar entre essas classificações dependendo do contexto. Ele pode ser bastante autoconfiante no trabalho, mas sofrer com a dependência emocional em seus relacionamentos amorosos. Para melhorar nesse quesito, o autoconhecimento é a chave, como veremos a seguir.

Como esse conceito pode nos ajudar a melhorar nossa autoestima?

Entender como anda a própria autoestima e reconhecer comportamentos viciosos que insistem em prejudicá-la é extremamente importante por vários motivos.

O primeiro deles: para melhorar a sua autoestima, é preciso saber o que você está fazendo de errado. É necessário analisar de forma crítica, mas não depreciativa, o que é possível mudar.

Uma vez reconhecidos seus traumas e pontos a serem trabalhados, você será capaz de agir – não apenas reagir – pensando no que realmente o motiva. Perguntar-se “Por que eu agi dessa forma?” se tornará rotina, fazendo com que você tome o controle da sua vida de uma vez por todas.

Para isso, procure também atividades que lhe façam bem: praticar exercícios físicos, ler um livro, cuidar da aparência, repetir afirmações positivas, entre outras. Isso vai ajudá-lo a resgatar o próprio valor.

Melhorando a sua autoestima, você não irá mais sofrer com comparações ou relacionamentos abusivos. Em cada situação, será capaz de observar e agir com consciência. Mais do que isso, com entusiasmo! Saberá que as suas decisões não são mais para agradar ao outro, mas para satisfazer as suas vontades.

O autoconhecimento é a melhor forma de aceitar que estamos em constante desenvolvimento. Não é negar as próprias emoções, mas utilizá-las em prol da própria evolução.

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Se você se interessou pelo que Diogo Lara tem a nos ensinar, procure mais sobre o assunto aqui no site ou no nosso canal do YouTube. Tenho a certeza de que a sua autoestima nunca mais será a mesma!

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