Eu poderia escrever um texto romantizado sobre ser mãe, mas acredito que o momento requer algo mais sincero e profundo; ser mãe não é poético, nem mesmo fácil; ser mãe, em um contexto pandêmico, é algo tão desafiador quanto assustador.
Para a maioria das mães, especialmente para aquelas que são as únicas encarregadas do lar, as dificuldades relativas ao cuidado e à sobrecarga de tarefas persistem, aprofundadas pela crise, sem receber atenção nem solução.
Uma pesquisa amplamente conhecida do IBGE, feita em 2017, aponta que, em média, as mulheres brasileiras dedicavam o dobro do tempo dos homens a afazeres domésticos e cuidados de pessoais: 20.9 horas por semana gastas por elas, contra 10.8 horas por semana gastas por eles.
De um lado, a quarentena proporciona a oportunidade de pais e mães passarem um outro tipo de tempo em família, conhecendo-se melhor, aprendendo novas formas de conviver, de brincar, de se amparar e de ser resiliente em um período difícil.
Estamos com medo e estamos receosas, principalmente com o futuro dos nossos filhos. O home office que superficialmente pareceu uma saída plausível para as mães se transformou em incertezas e problemas existenciais, inclusive.
A atualidade nos leva a picos constantes de sentimentos que nos colocam em dúvida sobre nosso comportamento perante nossa família, nosso trabalho, nossos amigos, nossos filhos. É pressão online, pressão presencial, pressão psicológica… e a lista de afazeres acaba assim como o dia: horas a menos de sono, exaustão tomando conta de nós.
Eu sei como estamos no limite. Sei também o quanto você se empenha em dar sempre o melhor.
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A você, mulher, que se doa diariamente para garantir a esperança de termos ao menos um futuro; a você, que tem uma oração capaz e arrebentar até as portas do céu.
Minhas palavras, meus pensamentos e minha homenagem a você, que seca suas lágrimas escondidas para não chatear seus filhos.
Porque, no final, somos todas mães!