Este é o primeiro de três textos em que iremos conversar sobre a relação dos nossos genes, desmistificar que filho de peixinho, nem sempre peixinho é; e finalizar com como tudo isso nos alicerça em nosso processo de despertar consciencial. Vamos lá?
A ciência hoje está investindo tempo, logo dinheiro, em compreender a epigenética. Nesse processo de transição e quebras de paradigmas muitos ficam perdidos na linha tênue do que seria esse estudo e como conciliar com a tal genética e os tão famosos genes armazenados em nosso DNA (ADN, em português: ácido desoxirribonucleico).
O DNA nada mais é do que um conjunto de 4 tipo de bases nitrogenadas (adenina, guanina, citosina, timina) que se conectam numa determinada ordem com o auxílio de uma pentose (açúcar) mais um fosfato (ácido fosfórico) e armazenam de forma biológica o que é você hoje.
Aliás, o código genético não é uma exclusividade do ser humano, pois está presente desde em vírus, fungos, bactérias, peixes, plantas, até mamíferos, ou seja, em todos os seres. A espécie humana possui cerca de 3 bilhões de pares de nucleotídeos de DNA em cada uma de suas células. Por sua vez, a bactéria Escherichia coli possui 4,6 milhões. Uma galinha apresenta 1 bilhão de pares enquanto o cavalo e o cão tem 2,4 bilhões. Já o arroz, em cada uma de suas células, possui 380 milhões de pares de nucleotídeos. E o chimpanzé possui 3,3 bilhões de pares de nucleotídeos.
Quando o código genético foi descoberto, foi vendido para o público não científico que a ordem dos genes iria conduzir a vida da pessoa, ou seja, os genes iriam ditar com 100% de certeza a vida do indivíduo. Como nosso objetivo aqui é falar de saúde, durante muitos anos passamos a ouvir sobre predisposição genética e que se uma pai/mãe teve câncer seus filhos também terão. E assim a ciência aliada a uma forte indústria farmacêutica passou a vender não mais saúde e sim o medo da doença.
A epigenética hoje vem para trazer um novo olhar e quebrar com a indústria da doença, pois finalmente veio ao conhecimento que apenas 5% do que somos e da nossa expressão de doença são de fato comandadas diretamente pelos genes – o tal DNA.
Logo, 95% do que somos é orquestrado por quem? Por marcadores! Temos que entender que o código genético individual é o mesmo desde uma célula de cabelo até um órgão, como o coração. O que faz o mesmo código se expressar de maneiras diferentes são marcadores nessa sequência de DNA, logo não nascerão cabelos eu seu coração pois há marcadores específicos que estimulam a renovação das células de acordo com a necessidade e função do MEIO em que essa se encontra.
Aqui irei parafrasear o biólogo Bruce Lipton, “é o meio sua besta”. Esse cientista foi um dos pioneiros a desbravar o estudo da relação do meio na expressão dos nossos genes. Ele percebeu que mesmo ao retirar o núcleo das células, local em que fica armazenado o DNA, as células continuavam vivas. A morte só ocorria pois ao retirar o núcleo perde-se a capacidade de produzir novas células que desgastam com o tempo. Portanto, não são os genes que regem nossa vida, mas sim a nossa interação com o meio em que vivemos.
Entenda que interação com o meio é aquilo que comemos, bebemos, qualidade do sono, prática da atividade física, padrão de pensamentos diários, ou seja, sua saúde é regida pelo seu comportamento e não pelo seu DNA. Para exemplificar a interferência do meio convido vocês a pensarem em gêmeos univitelinos, ou seja, que vieram exatamente do mesmo óvulo.
Primeiramente a natureza é tão sábia que esses gêmeos jamais terão a mesma lateralidade, logo um será destro o outro canhoto. Tal fato impacta diretamente em como cada um irá interagir com o meio, uma vez que o córtex cerebral dominante é oposto entre eles e, portanto, o comportamento a mesma situação será diferente num estado de normotonia ou diante de uma reação a estresse.
Biologicamente os gêmeos podem ter a mesma base de construção para seu DNA, mas como já sabemos o que de fato coordena o que será expressado pelo DNA é o meio e, mais importante do que isso como interagimos com ele, logo, é por essa razão que se um dos gêmeos apresentar uma alergia cutânea não necessariamente o outro também terá. Ou ainda, se pensarmos em casos de câncer, em que supostamente um dos gêmeos desenvolveu a “doença”, já foi constatado que no casos de gêmeos idênticos o gêmeo saudável não apresenta o mesmo marcador para a doença que o irmão tem. Outra constatação é que conforme os gêmeos vivem e envelhecem esses marcadores epigenéticos ficam cada vez mais diferentes, ou seja, a base de formação pode ter sido idêntica, mas no final das contas é a forma como interagimos com o meio que coordena nossa saúde.
Portanto, ao quebrar o paradigma de que somos orquestrados pelo DNA, finalmente é possível compreender que não há necessidade de consumir tantos remédios como a indústria farmacêutica tenta mostrar, bem como situações vistas como mais delicadas como um câncer por exemplo, tão pouco também precisam dos tratamentos extremamente agressivos propostos.
A dificuldade de muitos em aceitar a epigenética é porque ela deixa bem claro que somos os únicos responsáveis pelo o que nosso código genético irá expressar. Portanto, saímos da posição de vítimas do DNA para protagonistas da nossa própria história, na qual a organização nos genes que forma você viabilizou apenas que você estivesse aqui, mas a partir daí você está no comando.
Até aqui tudo bem? Está claro que sua saúde depende de você?
Agora como no dia a dia podemos ajudar nossos genes a expressar o que eles tem de melhor?
Antes de responder a essa questão é preciso que você saiba que toda dor, doença, disfunção física e ou emocional tem uma processo em comum: a inflamação. Esta por sua vez ocorre quando os nossos hormônios não conseguem mais ser produzidos e eliminados numa cadência natural regida pelo ciclo circadiano de cada tecido/órgão. Estes ciclos por sua vez são alterados quando nosso pH corporal fica por muito tempo alterado.
E o que altera nosso pH fisiológico? Nossa interação com o meio!!!
Portanto, respondendo a pergunta anterior, a nossa estratégia diária é minimizar reações em nosso corpo que gerem inflamações das quais o corpo consiga se regenerar até a próxima replicação celular daquela região agredida. Descrevendo de outra maneira, se quisermos ter saúde precisamos aprender o que gera a reação inflamatória em nosso corpo e evitá-la a todo custo.
Farei um adendo aqui, embora o que nosso DNA expressa através de marcadores não modifique o código original, essas adaptações geradas, são passadas na replicação celular do indivíduo e já há estudos que comprovam que podem estar presentes até mesmo 8 gerações futuras, ou seja, as adaptações são passadas aos descendentes mesmo não havendo alteração na base do código genético.
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Agora, na prática o que podemos fazer para diminuir a inflamação em nosso corpo e por consequência expressar o que há de melhor em nosso código?
No meu próximo texto por aqui você encontrará essas orientações.
Por hora, apenas acolha o quanto você está agindo de forma coerente e responsável com a sua verdadeira essência. E se descobrir que não está, acolha e lance uma estratégia a favor de você. Caso seja necessário, peça ajuda!
Com confiança, amorosidade e gratidão.