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Sucesso profissional: o que ele representa para as novas gerações e como alcançá-lo?

Um homem de terno desenhando, com o seu dedo indicador esquerdo, um gráfico crescente.
Monster Ztudio / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Se você é de uma geração mais “antiga”, certamente já ouviu de seus pais que uma carreira bem-sucedida significava profissões tradicionais, emprego estável e salários altos. Era bem comum – e ainda há um pouco dessa filosofia nos dias de hoje – entrevistadores nos perguntarem onde gostaríamos de estar dali a 5 anos. Ganhar bem, fazer carreira e ser promovido ou prestar um bom concurso público… isso era sinônimo de sucesso profissional.

E hoje? O que significa ser bem-sucedido na carreira sob a visão das novas gerações? Como é que os jovens lidam com a profissão e a vida pessoal e o equilíbrio entre esses dois aspectos? Existe uma tendência com a qual podemos aprender?

Seja como for, é evidente que o cenário profissional mudou ao longo dos anos. Além de ser um processo natural entre gerações, há fatores diversos que influenciam o ritmo de vida e a visão que as gerações constroem em torno da profissão e do sucesso no trabalho. Vamos tentar entender isso um pouquinho melhor? Confira este artigo.

O que é sucesso profissional?

Em primeiro lugar, precisamos chegar a uma definição sobre o que é sucesso profissional. Como definir, porém, algo que é mais subjetivo do que objetivo? É praticamente impossível, até mesmo dentro das gerações, já que as gerações são diferentes umas das outras.

Dessa forma, vamos, a princípio, elaborar uma definição de forma simplória: sucesso profissional é basicamente uma decisão pessoal quanto à própria trajetória no trabalho, a qual causa uma satisfação e um senso de propósito. Em outras palavras, é quando alguém se sente realizado dentro da profissão que escolheu, de acordo com aquilo que estabeleceu para si.

Pessoas num ambiente de trabalho. Numa mesa, vários notebooks.
g-stockstudio de Getty Images / Canva

E essa realização pode ou não envolver dinheiro, já que corresponde a uma experiência individual. Podemos entender mais ou menos, entretanto, qual é o padrão de sucesso entre as gerações, com base naquilo que cada uma valoriza no trabalho.

Para a geração X, por exemplo, é importante que os benefícios do trabalho sejam extensivos à família. Quem nasceu na geração Z valoriza mais a colaboratividade. Para os baby boomers, o importante é crescer na carreira, geralmente começando por baixo, ocupando postos até os altos cargos, e assim por diante.

Dando nome aos bois

No tópico acima, você leu termos como “baby boomers”, Geração Z, X… e deve estar se perguntando o significado de cada um deles, não é mesmo? Então, para trazer um entendimento mais contextualizado, faremos uma breve definição. Não há um consenso sobre a forma como esses grupos são divididos (e também pode haver divergência quanto ao período de duração de cada um), mas a mais aceita é a que os divide em 4 (Baby Boomers e as Gerações X, Y e Z), além de duas nomenclaturas que merecem menção. Confira:

Baby Boomers

Nascidos entre 1946 e 1964. Com uma educação mais rígida, são pessoas que valorizam a escalada profissional e veem na estabilidade uma forma de sucesso. São contemporâneas da tecnologia, tendo se desenvolvido em concomitância com os avanços tecnológicos.

Geração X

Nascidos entre 1965 e 1980. Também valorizam a estabilidade, porém deram início a uma ruptura nas relações de trabalho e nos valores em relação a seus precursores e são um pouco resistentes ao novo. Já chegaram ao mundo herdando os recursos tecnológicos da geração anterior.

Geração Y ou Millennial

São aqueles que nasceram entre 1981 e 1996. Já nasceram imersos na revolução tecnológica. Por esse “DNA”, são altamente adaptados à tecnologia, o que lhes permitiu desenvolver competências diversas.

Geração W

Sendo uma subdivisão da Geração Y, engloba quem nasceu depois de 1991. O W é uma alusão a www (World Wide Web), letras dos endereços de sites, e serve para destacar essa subcategoria como a “geração da internet”. As características, porém, são as mesmas da Y e muitas classificações sequer fazem essa separação.

Geração Z

Compreende aqueles que nasceram entre 1997 e 2010. São nativos digitais, já nasceram no auge das mídias digitais, em especial as redes sociais. Seu perfil é mais imediatista, querem viver o hoje, são dinâmicos e conectados. O modelo de trabalho tradicional, com expediente estabelecido e full-time, não é atraente.

Geração Alfa

Essa ainda é uma geração em construção, engloba os nascidos a partir de 2010 (para se ter uma ideia, muitas classificações ainda não trazem essa subdivisão). Ela também é chamada de Geração M (de “mobile”). São ainda mais conectados e dinâmicos que a geração anterior. Tendem a ser mais flexíveis, autoconfiantes e autônomos.

Independentemente do ano em que você nasceu e da geração a que você pertence, já se perguntou o que é sucesso profissional? Será que é ganhar muito dinheiro ou contribuir para um mundo melhor? Ou será que você consegue ver sucesso em ambos?

A evolução do sucesso profissional

Como você pôde ver, de uma maneira resumida, cada geração tem suas características comportamentais, o que reflete na forma como elas enxergam o trabalho e o sucesso na carreira.

Uma jovem garota de terno utilizando um notebook e escrevendo num caderno.
Gustavo Fring de Pexels / Canva

Ao que parece, já se foi o tempo em que se valorizava a dedicação total ao trabalho, o famoso “vestir a camisa”, mas de uma forma exaustiva e que, muitas vezes, sacrifica o bem-estar em nome de uma projeção social. Hoje em dia, há uma busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, em que a saúde mental é um denominador importante nessa conta.

Isso, entretanto, não é um privilégio da geração A ou B, necessariamente. Está certo que é um traço das novas gerações, mas vários fatores também influenciaram essa mudança de visão sobre o modelo de trabalho que era tido como bem-sucedido e aceito há algumas décadas. E isso vem de experiências muitas vezes extremas no que se refere à saúde mental versus profissão.

Saúde mental, pandemia e trabalho

Esse é um ponto que merece um desenvolvimento mais amplo, mas podemos traçar algumas linhas gerais só para estabelecer uma nova visão sobre o trabalho nos dias de hoje. O que a Geração Z já tem como um padrão comportamental parece uma tendência para muitos.

E a pandemia da Covid-19 veio reforçar essa ressignificação da relação com o trabalho e o bem-estar físico e emocional. Com a explosão do trabalho híbrido ou mesmo home office em tempo integral, passamos a rever nossas prioridades, o que passa pelo trabalho e pelo propósito, chegando à noção de que sucesso profissional é mais do que ganhar dinheiro a qualquer custo.

A questão da saúde mental também tem grande influência nessa perspectiva sobre sucesso. A duras penas, aprendemos que é preciso preservar nosso emocional. Essa experiência veio na dor, em forma de síndrome de Burnout, transtorno de ansiedade e depressão, e veio muito antes da pandemia, passando a ser intensificado por esse período.

Tudo isso remodela o nosso pensamento em relação ao trabalho, à forma como nos doamos e dedicamos em média 1/3 de nosso dia a ele. E, por tabela, redimensiona a nossa visão de sucesso, balizada pela visão de mundo das gerações futuras. Sucesso, para os jovens na casa dos 25 anos, é “ser feliz”, antes de mais nada, e “manter o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho”. E passa longe o pensamento de ganhar muito dinheiro ou mais do que seus amigos. Ou seja, ser bem-sucedido não tem mais a ver com a famosa competitividade, tão valorizada alguns anos atrás.

As palavras-chave são: liberdade, flexibilidade e propósito. E, como diz o meme, as empresas que lutem para conquistar e reter o profissional dessa geração. Porque, entre esses jovens, não é mais tão forte aquele conceito de tentar se “encaixar no perfil” da empresa, decorando perguntas e respostas para “sair bem na foto” na hora da entrevista. O que parece reinar é a originalidade, a verdade que esse jovem precisa sentir naquilo que está fazendo.

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

Apesar de essa tendência trazida pelas novas gerações ser algo louvável, precisamos ponderar. Não é de todo mal ter um pouco de cada geração. Até porque somos resultado de um pouco daqueles que nos antecederam.

Mãos de diferentes pessoas de diferentes idades. À esquerda, uma mão de um idoso; abaixo, a mão de uma criança; ao lado superior direito, uma mão de um adulto.
Kemter de Getty Images Signature / Canva

Há aqueles que encaram que o trabalho é só mais uma atividade que faz parte da sua vida, porém não é a sua vida em si. O que faz com que, mesmo que não estejam no trabalho dos sonhos, sentem-se felizes em outros aspectos da vida e encaram a profissão como um meio para atingir objetivos. E isso também pode ser considerado sucesso, já que dá certo para essas pessoas.

Portanto é uma tarefa um tanto inglória fazer um “tutorial” de como alcançar o sucesso profissional, mas vamos tentar.

Como alcançar o sucesso profissional?

Batendo mais uma vez na tecla de que sucesso é algo subjetivo e individual, podemos afirmar que não existe uma fórmula para que o sucesso profissional seja uma certeza em sua vida, mas essa questão passa por um aspecto fundamental: autoconhecimento.

Se você se conhece bem, entendendo seus limites e sabendo quais são seus propósitos, o caminho para ser bem-sucedido já está muito bem direcionado. E lembre-se de que a sua jornada é somente sua. Não faça comparações, pois o seu sucesso é algo que você constrói com base em seus próprios valores e desejos.

Ainda assim, há dicas que são muito úteis para que você consiga se aperfeiçoar naquilo que faz, caso já esteja encaminhado na sua carreira e também para que saiba lidar com sua autoestima e bem-estar. Confira!

  • Aprenda a planejar: para qualquer coisa na vida, é preciso um mínimo planejamento – traçar metas, reforçar propósitos, listar aptidões e o que pode fazer com elas profissionalmente. Defina aonde você quer chegar e como quer chegar.
  • Defina o prazo de suas metas: após planejar, no que tange a traçar suas metas, seja realista e defina um prazo para cada uma delas. Algumas são mais fáceis de serem realizadas, então são de curto prazo. Outras já demandam maior complexidade, então você deve saber como apostar nelas e quanto tempo vai levar para a consecução.
  • Capacite-se e continue aprendendo: aprendizado é um processo contínuo. Sempre haverá mais a aprender. Em primeiro lugar, você precisa ter uma formação (hoje em dia há profissões que exigem menos formalidades, mas que ainda assim requerem capacitação). Depois, continue sempre buscando mais, procure se aprofundar naquilo que você faz.
  • Tenha uma rede de contatos eficiente: não se limite àqueles modelos “antigos” de networking. Sim, eles funcionam muito bem. Por isso aproveite para se abrir para o novo, criando novos tipos de conexão, como grupos e contatos nas redes sociais, seguidores, inspirações (mesmo da concorrência)… tudo isso é rede de contato. Quem não é visto, não é lembrado. Então, além de construir essa base de networking, esteja presente nas redes sociais.
  • Aposte no trabalho em equipe: desde os “primórdios” das entrevistas de RH, essa ainda é uma das habilidades mais valorizadas, mas vai além do básico: você precisa ser colaborativo, engajado e empático. Esteja verdadeiramente conectado com as pessoas na busca por uma soma genuína.
  • Trabalhe o autoconhecimento: é essencial conhecer seus limites e suas limitações, saber lidar com as próprias emoções, ter a noção daquilo que cabe nos seus princípios e o que não cabe. Você precisa se conhecer plenamente, para saber o significado de sucesso na sua vida.
  • Valorize as pausas: já se foi o tempo em que trabalhar até altas horas era sinônimo de profissional eficiente. Hoje, todos sabemos que é mais do que saudável ter momentos de lazer e até mesmo de ócio. A mente e as emoções precisam descansar. Sobrecarga de trabalho pode gerar uma série de transtornos mentais.
  • Saiba equilibrar trabalho e vida pessoal: aprenda a criar uma rotina para conciliar trabalho e vida pessoal. Organização é tudo e o nosso cérebro precisa de rotina em algumas áreas.

É claro que existem muitas outras dicas, mas o principal é que você saiba se conhecer a fundo e respeite todos os processos.

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Sucesso não é ter mais do que o outro, não é ostentar. Sucesso profissional não é entrar numa corrida ou escalada desenfreada rumo ao topo. Até porque o topo não necessariamente lhe proporciona alguma garantia e, geralmente, quem visa ao topo a todo custo, quando o alcança, entra em um processo alucinado de subir cada vez mais, achando que nem o céu é o limite. Aprecie a beleza da jornada, coloque amor e valor naquilo que você pratica e viva a sua originalidade, oferecendo ao mundo aquilo que tem de melhor. Isso, sim, já pode ser chamado de sucesso!

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