Alguns evangélicos, diante das adversidades, repetem o mantra: “entregue para Deus…” Eles têm toda razão! Não deveríamos ter a pretensão de estar no comando da nossa existência, ela flui dentro de uma lógica que desconhecemos. A verdadeira humildade é reconhecer a própria ineficiência na gestão de si mesmo e do mundo que o rodeia.
Observar e absorver. Esses deveriam ser os únicos objetivos da vida, pois tudo no mundo são informações e registramos essas informações emocionalmente. Não deveríamos nos envolver desta forma com o enredo da trama que se desenrola em nossa tela mental, o mais recomendável seria tratar tudo apenas como um aprendizado.
Se você puder apenas observar, navegar diante dos eventos, fluindo nessa onda cósmica sem lutar contra o mundo, se tornará alguém muito poderoso e, melhor, não se machucará tanto.
O poder está na aceitação. O desenvolvimento exige resignação. Não existe nada de humilhante na resignação, apenas os mais fortes conseguem entender isso.
Algumas mentes rebeldes pregam a beligerância, a reação, a rebeldia, vivem reclamando, protestando, reivindicando tudo, sem perceber o tamanho do equívoco que cometem. Lembram o Mito de Prometeu? Esse grande herói grego só foi libertado quando deixou de protestar contra Zeus.
As coisas deveriam ser analisadas integrativa, holística, sistêmica e organicamente. Nunca de forma cartesiana, parcial, limitada, apenas orientada pela régua medíocre do observador, mas para isso a consciência precisa passar por um processo de expansão.
Não deveríamos estar vivendo sob a regência das emoções, mas dos sentimentos.
As emoções se transformaram no combustível de todas as nossas mazelas, ao passo que os sentimentos são mais racionais.
Entre os sentimentos, o mais nobre é o amor. O amor não julga, não prende, não olha os próprios interesses, blá, blá, blá, tudo aquilo que vocês estão cansados de ler na 1ª carta aos Coríntios.
Se você não ama desta forma, desculpe, você não ama, está vivendo a vida irreal de um personagem, pois a natureza do Ser traz o amor na própria essência.
Ninguém precisa aprender a amar, ninguém precisa aprender a ser humilde, ninguém precisa aprender a ser confiante, corajoso, perseverante, sereno e desapegado. Tudo isso faz parte do nosso Ser Real. Tudo isso está pronto dentro da nossa essência, o problema é que não vivemos a essência, vivemos a substância. Só precisamos aprender a ser o que já somos.
Apenas seja!
Deixe de viver a vida do corpo, cheia de desejos e necessidades. Tudo aquilo que você precisa ser você já é. Não há o que conquistar, uma vez que tudo já é seu. Todo o Universo te pertence, pois você é todo o Universo. Você é Deus. Quantas vezes precisa ouvir isso?
Palavras estranhas, eu sei, mas também sei que um dia elas se tornarão compreensíveis pra você.
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Você é muito mais do que presume ser, aliás, você, como um personagem separado do Universo, simplesmente, não existe.
Tudo aquilo que você julga representá-lo como um indivíduo é uma ilusão, faz parte de construtos da sua ignorância (Avidhya). E a ignorância produz o medo, e o medo produz desejos. Eis tudo!
Acorda, meu amigo, e torna-te quem tu és! Chega de procurar em vão aquele que já é o próprio procurador. Pare as buscas e fique em silêncio, permita que ele mesmo te encontre.