Quando eu li o artigo da Mariana Verzaro, neurocientista, fiquei impressionada. Até então eu não conseguia explicar o motivo da música Trance mexer tanto comigo. Desde muito nova gostava de música eletrônica, mais foi o trance, que é uma vertente da música eletrônica, que trouxe experiências fantásticas e a maioria delas em momentos aleatórios como, por exemplo, durante o trabalho em plena terça-feira, com fones de ouvido e passando uma pilha de roupas ou até mesmo um dia em que eu estava limpando o jardim da casa em que eu trabalhava na época, momentos nada sugestivos, digamos assim, para entrar em estados de consciência diferentes do normal, ouvindo música.
Bem, no artigo da neurocientista, ela cita algo que veio conectar a minha experiência com a música. “O trance é um dos estilos musicais que revive o conceito original da música na qual os ritmos são usados para alterar estados de consciência e trazer a espiritualidade e dissociação.”
Inúmeras vezes, ao ouvir uma música trance, eu chorei de emoção, eu me “perdi na música” ou dancei me levando pelas ondas progressivas do ritmo.
Todas essas sensações não são meras coincidências, o trance pode trazer um transe hipnótico no ouvinte, por isso a origem do seu nome.
Quantas vezes eu tentei explicar — para amigas ou pessoas próximas, mas nunca consegui de fato — o quanto a música me eleva para estados ampliados de consciência, em que sinto a energia vibrar em todo o meu corpo, principalmente no topo da cabeça.
A explicação é, o trance é mais voltado para a percepção sensorial do que racional. O objetivo é despertar emoções e estados mentais sem o uso das palavras ou sem compreensão das mesmas.
Eu também amo a música trance com vocal, porque ao contrário do que as pessoas podem pensar, muitas letras falam de amor, e nos conectam com algo maior. Já ouvi músicas que mais parecem uma prece, ou a voz de Deus nas entrelinhas da melodia.
O que mais me chamou a atenção neste artigo e o que me levou a escrever esse texto, é que, primeiro eu AMO trance, e no fim das contas somos conectados com aquilo que ressoa do nosso coração e não da nossa mente, e o trance me conectou com o caminho da Terapia Transpessoal.
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O que tem haver uma coisa com a outra?
O objeto de estudo da Terapia é justamente esse estado alterado de Consciência, pois nele, que na terapia chamamos de Transpessoal, vamos conseguir efeitos poderosos de cura, não só a nível pessoal, como também a expansão da consciência, entre outros benefícios.
Estados alterados de consciência se consegue de diversas formas, como exemplo, meditação, técnicas respiratórias (respiração holoscópica), uso de certas plantas, drogas, religião, músicas, e etc.
Existe uma associação muito grande ao uso de drogas e às raves espalhadas pelo mundo, talvez um dos motivos da música eletrônica ser “mal vista” por muitos. Fato é que esse estilo musical, no caso o Trance — ou diria o Puro trance e não suas vertentes — é uma música estudada para estimular as ondas theta do cérebro, ondas que no sono nos levam para os sonhos, para outras dimensões de realidade, ondas que podem ajudar a aliviar o estresse, sendo assim, um alívio para uma mente barulhenta.
Muitos podem pensar, como assim você vai relaxar ouvindo trance? A resposta é sim, há uma dissociação do corpo e mente, você “viaja” na música, por isso tantas vezes falo, o trance me eleva, eleva meu estado de espírito, me conecta com a fonte numa vibração alta, que muitas vezes me faz chorar, e não é um choro de tristeza e nem de alegria, mas de gratidão por me sentir parte de um todo, e grata por entrar nesse estado de graça.