Infelizmente, o câncer (no caso deste artigo, especificamente o infantil) é um vilão ainda muito difícil de ser combatido. Tanto é verdade que as formas que hoje existem para vencer as batalhas contra essa doença são bastante agressivas ao corpo humano – tanto quanto a própria doença, a diferença é que o desfecho final do tratamento é a recuperação e a cura, quando possível. Mas durante o tratamento o paciente sofre bastante.
A quimioterapia e a radioterapia, tratamentos de combate ao câncer, trazem diversas consequências para o corpo. Tratar o câncer em uma criança, que ainda não é tão forte quanto um adulto, pode ser ainda mais prejudicial. Ela fica ainda mais vulnerável em outras partes do corpo, como a boca, por exemplo.
E o pior: muitas vezes, a boca está sendo agredida de forma interna e assintomática, pois no começo são apenas microlesões. Ou seja, a criança e seus familiares e médicos percebem apenas quando a agressão já está mais avançada e começa a apresentar sintomas.
Nesse estágio, o paciente pode já ter desenvolvido muitos problemas, como a mucosite oral, a inflamação da mucosa, que acarreta na alteração na produção de saliva, no aumento de cáries, entre outros problemas sérios.
Quando a mucosite está em grau um, é provável que o paciente sinta apenas um leve desconforto. Já no grau dois, a ingestão de alimentos começa a se tornar uma dificuldade para a criança. No terceiro grau da doença, a ingestão de sólidos não é mais possível e no grau quatro, último estágio, o paciente não consegue ingerir nem mesmo os líquidos, tendo que se nutrir de forma intravenosa.
Para evitar que esses problemas aconteçam e doenças bucais tenham a chance de se desenvolver, é necessário que os pacientes tenham a boca saudável, ou seja, devem fazer uma boa higiene bucal.
Realizar os procedimentos básicos e diários para a higiene bucal é uma recomendação que ouvimos dos dentistas desde a primeira vez que visitamos seus consultórios, mas, às vezes, não damos muita atenção. Principalmente quando um câncer é descoberto, a boca não pode ficar em segundo plano, então a higiene bucal deve ser feita com muita atenção.
Ter os dentes saudáveis durante a vida e fazer visitas regulares ao dentista ajudam uma pessoa a ter uma boca saudável e mais forte. Mantê-la dessa forma durante a quimioterapia e radioterapia é essencial. Complicações orais podem surgir mesmo assim, mas as chances com certeza diminuem. E, mesmo que surjam doenças orais, o tratamento também será facilitado.
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A cavidade bucal é extremamente importante para o ser humano. É graças à boca e sua força que você pode falar e se alimentar. E os impactos que o tratamento do câncer podem causar na região da boca são tão grandes que alguns locais de tratamento em oncologia têm equipes interdisciplinares, como o GRAACC, por exemplo. Dessa forma, há dentistas especializados no tratamento das complicações advindas do câncer em crianças doentes.
Texto escrito por Giovanna Frugis da Equipe Eu Sem Fronteiras