Os toltecas, conhecidos como “homens e mulheres de sabedoria”, viveram há milhares de anos, no sul do México.
Apesar de serem identificados por antropólogos como uma nação ou raça, o autor do livro ‘Os quatro compromissos – o livro da filosofia Tolteca’, Don Miguel Ruiz, refere-se a eles como “cientistas e artistas que se associaram para explorar e conservar a sabedoria espiritual e as práticas dos antigos”.
De acordo com Don Miguel, homens e mulheres viviam como mestres (ou nagual) e aprendizes em Teotihuacan, a cidade antiga das pirâmides, próxima à Cidade do México, mas ao longo dos milênios foram obrigados a se esconder e manter sua existência na clandestinidade devido à conquista europeia e o mau uso do poder de alguns estudantes.
Neste livro, Don Miguel se apresenta como um nagual e aponta quatro compromissos da filosofia tolteca que nos permitem viver de uma forma muito mais plena, mais consciente e mais saudável.
Vou apresentar cada um deles para que possamos aprender um pouco com o conhecimento dos “nagual”.
O 1º compromisso – seja impecável com a sua palavra
O que significa a palavra “impecável”? Segundo o autor, impecável vem do latim peccatu e significa “pecado”. O prefixo im é igual a “sem”, portanto, impecável poderia ser traduzido como “sem pecado”.
Apesar de saber que as religiões falam sobre pecado e pecadores, o autor nos apresenta uma nova compreensão para essa palavra.
Para ele, pecado é tudo que fazemos contra nós mesmos. Todas as vezes que sentimos, acreditamos ou dizemos algo contra nós mesmos, estamos cometendo um pecado, e sempre que culpamos ou julgamos a nós mesmos, também estamos cometendo um pecado.
O pecado tem início quando nós nos rejeitamos. A autorrejeição seria, portanto, o maior de todos os pecados.
E como podemos ser impecáveis com a nossa palavra?
Quando não a usamos contra nós mesmos.
E por que a palavra?
Porque, segundo o autor, ela é o poder que temos de criar, o dom que vem diretamente de Deus. É através dela que expressamos nosso poder criativo, que manifestamos tudo o que ocorre em nossas vidas. A palavra é a força e é através dela que temos o poder de nos expressarmos, de nos comunicarmos e de pensarmos.
Quando somos impecáveis com a nossa palavra não contrariamos a nossa natureza. Assumimos responsabilidade por nossos atos, sem julgamentos ou culpa.
Quando agimos dessa forma, também não usamos nossa palavra para falar dos outros. Para o autor, muitas pessoas produzem “veneno” através de seus pensamentos. Elas vivem tão insatisfeitas e, de tal forma “contaminadas” internamente, que suas palavras são a forma de se livrar de um pouco desse veneno. Elas, então, fazem fofocas e falam mal de outras pessoas como uma forma de se libertar desse veneno que sua própria mente produz.
Ser impecável com a sua palavra requer, portanto, que controlemos nossos pensamentos para que estes não produzam o veneno que, em seguida, teremos a necessidade de colocar para fora através de fofocas ou do que o autor chama de “encantamentos”.
Encantamentos são frases que dizemos muitas vezes sem cuidado para outras pessoas e que, ao serem ouvidas, acabam por determinar a vida delas. Por exemplo, quando a mãe estressada diz à filha que estava cantando que sua voz era horrível. A partir desse momento, a filha é “encantada” e nunca mais tem coragem de cantar.
Quantos “encantamentos” já lançamos nas pessoas que amamos por não sermos impecáveis com as nossas palavras? Quanto veneno já distribuímos por não cuidarmos do que pensamos?
Segundo o autor, se adotarmos essa prática e nos tornarmos impecáveis com nossa palavra, “qualquer veneno emocional será limpo de nossa mente e de toda a comunicação em nossos relacionamentos pessoais”.
E quando usamos nossa palavra para espalhar o amor, principalmente repetindo a nós mesmos frases amorosas, quebramos encantamentos feitos, limpamos nossa mente de pensamentos venenosos e alcançamos a liberdade, o sucesso e a abundância.
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Talvez nunca tenhamos pensado na força que as palavras possuem em nossas vidas. Mas para um nagual esse é o primeiro e mais importante compromisso entre os quatro para vivermos uma vida mais plena e feliz. E, devido à dificuldade de sermos impecáveis diariamente com o que pensamos e dizemos, acredito que ele tem razão.
Em breve, apresentarei também o segundo compromisso da filosofia Tolteca. Aguardem!
