A sociedade machista patriarcal faliu. O que vivemos hoje é uma espécie de câncer que faz mal a todos, uma questão de saúde pública.
É o homem, que de tão superior, sofre calado. A mulher, relegada a um segundo plano e vista como um objeto sexual, tem medo de usar saia e sofrer assédio. Os gays são colocados como um terceiro gênero, lembro de frases como “ele é homem mesmo” e “aquele lá não, ele é gay”. Vivemos o jogo perde-perde. Existem exceções, mas a regra é esta.
O que reforça esse “status quo” machista são as crenças que permeiam o inconsciente coletivo: homem que é homem não chora, não tem medo, não tem sentimentos, isso tudo é coisa de mulher(zinha) e dos gays (que ideia temos dos gays e das mulheres?), entre muitas outras.
Como consequência, vivemos um baile de máscaras. Eu escrevo este texto e lembro de uma frase que eu disse para a minha namorada há alguns meses: “minha vida é uma mentira”, percebi que eu mesmo utilizava (e ainda utilizo) várias máscaras. E fiz uma lista. Não cabe neste post.
O homem, na tentativa de se adequar ao que – ele acha que – se espera dele, busca passar sempre uma imagem de forte, provedor, pegador... E renega suas dores, sua vulnerabilidade, seus sentimentos, e também sua energia feminina, tudo pelo receio inconsciente de colocar em cheque sua virilidade/masculinidade.
Para piorar, sente raiva do seu lado feminino, projetando isso no feminino que se manifesta fora dele: as mulheres e a mãe natureza, perpetuando uma onda de violência que parece não ter fim.
Existe uma doença no ar, é hora de mexer nessas gavetas, falar desses tabus, porque enquanto continuarmos fingindo que está tudo bem e renegando a nossa sombra e os nossos padrões destrutivos, ela continuará no comando de nossas ações.
O caminho para a criação de um novo paradigma passa pela coragem de sermos honestos, olharmos para dentro de nós e percebermos quais os padrões machistas que percebemos em nossas atitudes, em nossas palavras, sentimentos e pensamentos.
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O mundo precisa se tornar um mundo sem machismo, sem feminismo, sem nada que gere separação. O “somos todos um” não é papinho da galera harebô. Somos espírito/consciência em essência, vindos da mesma fonte, e para lá voltaremos. Nós somos mesmo um, um com o todo!