A que preço estamos mantendo nosso estilo de vida? Perceptivelmente, estamos sobrecarregando nossas vidas com a imposição de pesos além dos limites toleráveis, com a consequente contrapartida da desestruturação familiar, a disseminação de doenças, a destruição irreparável da natureza, as alterações climáticas improváveis e, pior do que tudo, a nossa própria morte.
Estamos alugando nosso corpo e vendendo nossa alma a troco de quê? Verdadeiramente, uns poucos levam uma real vantagem na pirâmide de poder estabelecida pelo ser humano. A maioria das pessoas não tem noção do sentido de suas vidas, contentando-se com migalhas oferecidas pelo sistema para manter a engrenagem funcionando a todo vapor.
Basicamente já temos quase tudo de que precisamos para viver se os bens e serviços fossem bem distribuídos. O foco de nossas vidas, dessa maneira, pode vir a ser viver em uma dimensão mais elevada, espiritual, na qual poderíamos dar mais valor aos relacionamentos, ao ócio e à reflexão, bem como à busca da felicidade individual e coletiva.
Os fundamentos da sociedade atual, porém, estão estabelecidos sob a visão ultrapassada da produção industrial, do avanço da economia a qualquer preço. Para isso, produzimos muitas coisas inúteis para serem vendidas, de maneira irracional, para consumidores que nem precisam desses produtos. Acaba sendo um círculo vicioso em um mundo superpovoado, no qual não existem mais empregos para todos e onde máquinas e robôs já podem realizar praticamente a maioria das tarefas até então feitas pelo homem. O objetivo último passa a ser a continuidade da manutenção do poder e da riqueza dos beneficiários desse sistema cruel, que não cessa de maneira voluntária.
A saída para essa armadilha em que vivemos, como a gaiola fechada da qual o hamster tenta sair e nunca consegue, é abrirmos a nossa mente para visualizar que uma nova maneira de viver é possível.
As premissas para uma vida mais saudável e completa podem ser baseadas na integração com a natureza, nas atividades que valorizam o homem e dão prazer e sentido à vida, na saúde mental e física, na educação e, acima de tudo, no amor ao próximo.
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É hora de nos perguntarmos o que nos torna plenos, o que nos deixa felizes, para então vivermos de acordo com o que a nossa alma verdadeiramente deseja.