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Uma pausa consciente: o autoconhecimento sem máscaras

Uma xícara de café e um livro intitulado "Lado B" estão em cima de um banco e no centro da imagem.
Giselli Duarte / Canva
Escrito por Giselli Duarte

O livro “Lado B” convida você a explorar o autoconhecimento além das ilusões e defesas, revelando as camadas mais profundas do ser. Em vez de criar uma nova identidade, o verdadeiro despertar é sobre perceber e aceitar o que já está presente em nós. Um caminho libertador.

Autoconhecimento, ao contrário do que muitos pensam, não é uma construção de ideias sobre quem somos, nem um esforço para alimentar o ego com uma versão mais aceitável de nós mesmos. Ele não é sobre criar uma nova imagem, mas sobre revelar o que já existe, camadas abaixo de ilusões e defesas que nos acompanham por tanto tempo. A ilusão popular é que essa descoberta é serena, sempre pacífica. Mas o despertar verdadeiro vai além dessas camadas superficiais e, na realidade, dissolve-as.

O livro “Lado B”, traz exatamente essa proposta: um olhar honesto e direto sobre as sombras que carregamos e que, muitas vezes, preferimos ignorar. Autoconhecimento é, sobretudo, um convite para enxergar-se sem expectativa ou julgamento, como se observa uma paisagem, sem tentar controlá-la, apenas permitindo que ela seja. Nesse espaço, emergem os aspectos que temos dentro de nós, e o que surge nem sempre é o que gostaríamos de ver. São memórias, feridas e velhos padrões que moldaram o “eu” que projetamos ao mundo e que defendemos com tanto zelo. Essas projeções, no entanto, não são, de fato, quem somos; são apenas o que pensamos ser.

Uma xícara de café e um livro aberto intitulado "Lado B" estão em cima de um banco e no centro da imagem.
Giselli Duarte / Canva

Ao entrar em contato com o autoconhecimento, experimentamos uma espécie de morte das ilusões, daquilo que criamos como nossa identidade. Lado B explora essa rendição, esse espaço onde deixamos de resistir ao que existe em nós. Aceitamos o momento presente e o que ele revela, sem adicionar camadas de análise ou julgamento. Essa aceitação é libertadora, ainda que, de início, pareça desafiadora.

É fácil mostrar um rosto sorridente e palavras inspiradoras que sugerem que “tudo está bem”. Mas o verdadeiro autoconhecimento não se limita a sorrisos e frases de efeito. Ele nos revela os lugares de resistência, onde ainda nos protegemos daquilo que nos confronta. Essa resistência é o que impede a verdadeira paz. Enfrentar essas camadas não é apenas analisar as nossas sombras, mas ultrapassá-las, permitindo que elas percam o poder de nos controlar.

Uma xícara de café levantada por uma pessoa está no foco da imagem junto com um livro intitulado "Lado B", o qual está em cima de um banco.
Giselli Duarte / Canva

O autoconhecimento, então, é menos sobre “conhecer-se” e mais sobre perceber-se. Ele permite que as velhas estruturas desmoronem, revelando um espaço silencioso onde habitamos sem pressa, sem expectativas. Nesse estado, deixamos de lado as defesas que criamos para lidar com o mundo e simplesmente nos abrimos à experiência de ser. Esse é o convite de Lado B: descer as camadas mais profundas de percepção e aceitação do que já está presente em nós.

A mente quer categorizar o autoconhecimento, transformá-lo em um conceito ou uma meta. Mas essa necessidade de compreensão intelectual limita a profundidade desse processo. O autoconhecimento não é algo a ser alcançado; ele está presente em cada momento de atenção ao que somos, em cada pausa que fazemos para observar, em silêncio, o que está vivo dentro de nós. Com o tempo, as ideias de quem somos começam a se dissipar, e um entendimento mais amplo e intuitivo surge, um estado em que o “eu” se torna fluido, sem necessidade de definições.

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Se você se sente atraído por esse caminho, saiba que ele não requer esforço contínuo para “melhorar-se”, mas uma disposição para ser verdadeiro consigo mesmo, uma abertura para o momento presente. Com o desaparecimento das camadas de ilusões, o que resta não é um “novo eu” mais iluminado, mas a essência de quem você sempre foi, livre da busca por aceitação ou aprovação. E, nesse ponto, a ideia de autoconhecimento deixa de fazer sentido – pois o que emerge é um estado de paz, onde o “eu” é apenas uma percepção fluida.

Que essa leitura seja uma pausa para que você não apenas reflita, mas experimente o silêncio em seu interior, revelando o Lado B que merece ser vivido!

Sobre o autor

Giselli Duarte

Nunca fui alguém que se contenta em observar a vida passar. A inquietação sempre pulsou em mim, guiando-me a atravessar caminhos diversos, por vezes improváveis, mas sempre significativos. Não se tratava de buscar respostas rápidas, mas de me deixar ser moldada pelas perguntas.

Meu primeiro contato com o trabalho foi aos 14 anos. Não era apenas sobre ganhar meu próprio dinheiro, mas sobre entender como o mundo se movia, como as relações de troca iam além de cifras. Com o tempo, percebi que meu lugar não seria apenas cumprir horários, mas criar algo próprio. Assim, aos 21, nasceu meu primeiro negócio, registrado formalmente. Desde então, empreender tornou-se tanto profissão quanto paixão.

Mas, por trás dessa trajetória profissional, sempre existiu uma busca interior que muitas vezes precisei calar para priorizar o mundo exterior. Foi somente quando o cansaço me alcançou na forma de burnout que entendi que não podia mais ignorar a necessidade de olhar para dentro. Yoga e meditação não foram apenas escapes, mas verdadeiras reconexões com uma parte de mim que havia sido negligenciada.

Foi nesse espaço de silêncio que descobri o quanto a curiosidade que sempre me guiou podia ser dirigida também para dentro. Formei-me em Hatha Yoga, dentre outras terapias integrativas, e comecei a dividir o que aprendi com outras pessoas, conduzindo práticas e compartilhando reflexões em plataformas como Insight Timer e Aura Health. Ensinar, percebi, é uma das formas mais puras de aprender.

A escrita foi um desdobramento natural desse processo. Sempre acreditei que as palavras possuem a capacidade de transformar não só quem as lê, mas também quem as escreve. Meus livros, No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, são registros de uma caminhada que não se encerra, mas que encontra sentido na partilha. Participar de antologias poéticas também me mostrou a força do coletivo, de somar vozes em algo maior.

Cada curso que fiz, cada desafio que enfrentei, trouxe peças para um mosaico em constante formação. Marketing, design, gestão estratégica – cada aprendizado me preparou para algo que, na época, eu ainda não conseguia nomear. Hoje, entendo que tudo se conecta.

Minha missão não é ensinar verdades absolutas, mas oferecer ferramentas para que cada pessoa possa encontrar suas próprias respostas. Seja através da meditação, da escrita ou de uma simples conversa, acredito que o autoconhecimento é um processo contínuo, sem fim, mas cheio de significado.

E você, o que tem feito para ouvir as perguntas que habitam em você? Talvez nelas esteja o próximo passo para um novo horizonte.

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Meditação para quem não sabe meditar

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