Útero invertido é o nome mais conhecido da condição chamada útero retrovertido. Essa condição não é considerada uma doença. Na verdade, é uma diferença anatômica no formato do útero. Nesse caso, o fundo do útero (extremidade superior) se apresenta em formato de cúpula, indo em direção à coluna vertebral e ao reto (última parte do intestino grosso).
O útero invertido está presente em cerca de 15% a 25% das mulheres e, embora não seja uma doença, exige certa atenção. A seguir, você entenderá quais são as causas e os sintomas dessa condição, que dificuldades ela pode trazer e se há um tratamento para reposicionar o útero.
Causas do útero invertido
Muitas mulheres, desde quando nascem, já apresentam o útero em retroversão. Em outros casos, porém, essa condição pode se desenvolver por causa de alguns fatores que vão além de uma formação anatômica diferente:
1) Endometriose
A endometriose é um fator que pode causar a retroversão do útero. Essa doença é uma inflamação das células do endométrio (tecido que compõe as paredes uterinas) que não são expelidas com a menstruação, caindo nos ovários ou na cavidade do abdômen.
Diferentemente do útero invertido, a endometriose é uma doença que exige acompanhamento médico e tratamento. As cicatrizes que ela causa no útero podem levar ao processo de retroversão, mas isso não é uma regra. Se você tem endometriose, atente-se para a possibilidade de desenvolver o útero invertido.
2) Infecções pélvicas
As infecções pélvicas representam outro fator que pode acarretar na anatomia invertida do útero. Embora a retroversão não seja um problema, as infecções pélvicas precisam ser tratadas com acompanhamento profissional. Esteja com os exames sempre em dia para prevenir possíveis complicações!
3) Parto
Depois do parto, o útero pode se curvar para trás por um período. Essa condição não é permanente na maioria dos casos e, de toda forma, não representaria risco à saúde da mulher, caso fosse. É importante considerar que a anatomia do corpo feminino muda durante e após a gravidez, então vale a pena se atentar às mudanças que podem causar problemas. O útero invertido não é uma dessas mudanças.
4) Flacidez de ligamentos
O útero não é um órgão fixo. Ou seja, ele é conectado ao corpo por meio de ligamentos. Quando esses ligamentos afrouxam ou são flácidos, o órgão pode adotar a posição invertida. Essa condição não representa um problema de saúde, mas é importante se atentar a ela nos exames ginecológicos de rotina.
5) Miomas
Os miomas são tumores benignos que podem se desenvolver no útero. Em alguns casos, o tamanho dos miomas pode provocar a inversão da posição do útero. Seria preciso verificar a necessidade de remoção dos miomas ou o tratamento deles, se apresentarem sintomas. De qualquer forma, se os miomas forem assintomáticos, ainda que causem a retroversão do útero, não representam risco para a saúde.
Sintomas do útero invertido
Em muitos casos, o útero invertido não apresenta sintomas e não traz problemas para a saúde da mulher. Em outras situações, no entanto, ele pode ser identificado a partir de dor durante o ato sexual (dispareunia), cólicas menstruais fortes (dismenorreia, que precisam ser acompanhadas por especialistas), dor durante a evacuação (proctalgia), dor durante a hora de urinar (disúria) e dor nas costas e na lombar.
Se você já apresentou algum desses sintomas, existe uma possibilidade de você ter o útero invertido. Para ter certeza dessa condição, é preciso agendar uma consulta. Por meio de exames ginecológicos, é possível identificar com facilidade se essa diferença anatômica é o seu caso.
Dificuldades causadas pelo útero invertido
É comum que as pessoas acreditem que o útero invertido é uma doença ou algum tipo de malformação do corpo, mas essa é uma condição normal, que não apresenta riscos à saúde.
Uma preocupação das mulheres que apresentam o útero invertido e querem ter filhos é se essa condição dificultará o processo. Se o útero invertido for desse jeito por causa da endometriose, pode haver dificuldade para engravidar não pela posição do útero, mas pela endometriose, então a retroversão do útero não é um fator que afeta a fertilidade da mulher.
Um ponto de atenção para aquelas que têm o útero invertido é no momento de utilizar o dispositivo intra-uterino (DIU), que é um método contraceptivo. A posição do dispositivo é de suma importância para a eficácia do método, então, no caso do útero invertido, é preciso verificar se o DIU está na região correta do útero.
A verificação da posição do útero também se faz necessária para os casos de fertilização in vitro. Para que a inserção dos embriões aconteça da forma correta, é preciso identificar a anatomia do útero. Provavelmente, o(a) profissional em questão fará isso; se não fizer, procure outra pessoa para te atender.
Tratamento para útero invertido
Tendo em vista que o útero invertido não é uma doença, não se faz necessária uma cirurgia de reposicionamento. Algumas mulheres podem optar por realizá-la, mas o risco do procedimento, por menor que seja, não se justifica. Nesse caso, o mais importante é tratar a doença que pode ter causado o útero invertido, no caso da endometriose ou dos miomas.
Você também pode gostar
- Entenda cada detalhe do seu útero para entender seu corpo com propriedade
- Informe-se sobre a endometriose e saiba como tratá-la
- Entenda as diferenças entre o parto normal e o parto natural
Em qualquer outra circunstância, a pessoa que tem o útero invertido pode ficar tranquila e aproveitar a vida normalmente! Lembre-se de que essa diferença de anatomia não é uma doença e de que você ainda pode realizar tudo o que quiser. Mantenha os exames em dia para conhecer mais sobre o seu corpo!