“A psicanálise, apesar de confessadamente mecanicista, recuperou o sentido e o potencial significante dos sonhos, tornando-os passíveis de interpretação e conhecimento, o que, aliás, nunca fora renegado pela crença popular. Mas manteve uma redução conceitual: sonhos são realizações de desejos”.
Para quem se aprofunda no conhecimento religioso filosófico, se identifica com as atividades obtidas pelo espírito fora da matéria, o que acontece por ocasião que dormimos, já que a parte invisível para os nossos olhos quando o corpo repousa aproveita para enveredar pelos mais diversos recantos que lhe interessa e sabe-se lá aonde vai. Freud, quanto aos sonhos, reconhece que podem ser confundidos com “fantasias noturnas sem acréscimos”, “repetição de experiências reais do dia” e com “sonhos telepáticos”. Sua descrição desses últimos os deixa iguaizinhos aos sonhos espíritas, porém ele os considera como “uma percepção de algo externo perante o qual a mente permanece passiva e receptiva”. Mas ele prefere denominar tudo isso de “outros produtos mentais do estado de sono”, e não como “sonhos”. Sonhos, dignos desse nome, seriam apenas quando há condensação, deformação, dramatização e, acima de tudo, realização de desejo.
Leon Denis divide os sonhos em três categorias: “Primeiramente, o sonho ordinário, puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais”. A segunda categoria equivale ao “primeiro grau de desprendimento do Espírito“, quando esse “flutua na atmosfera, sem se afastar muito do corpo, mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens que de todos os lados rolam pelo espaço”. “Por último, vêm os sonhos profundos ou sonhos etéreos”.
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