Autoconhecimento Comportamento

Virada de Chave – Transição de Carreira

Mulher fazendo Yoga.
Stephanie Greene / Unsplash
Escrito por Caroline Fonda

Em fevereiro de 2014 iniciei minha trajetória espiritual e comecei a me autoconhecer de verdade, entender quem eu sou enquanto alma, além dos papéis. Eu, que sempre amei estudar, desta vez queria um assunto mais pessoal: eu mesma. Para estudar a pessoa mais importante da minha vida, eu, sabia que precisava mergulhar em mim.

Encerrei 2014 em um retiro espiritual de silêncio. Tomei a decisão de passar a virada do ano de uma forma nada convencional. Foi ali que tudo começou a mudar na minha vida, porque foi a partir dali que eu passei a ser uma pessoa melhor não para os outros, mas para mim, pois aqueles três dias inteiros de silêncio me fizeram olhar para o meu eu interior, questionando valores, crenças e o que de fato eu queria para mim. Naqueles dias de profundo silêncio, eu aprendi que todas as respostas estão dentro de mim, não no mundo.

Quem eu era? Recém-formada em marketing, empolgada com o início de carreira, mas ao mesmo tempo insegura. Algo ali dentro dizia que ainda não era aquilo, que eu ainda não tinha me encontrado – e já era a minha segunda formação, então tinha que dar certo. E deu. Deu certo o tempo que tinha que dar. Como nem tudo fica para sempre, esse ciclo se encerrou e se iniciou um novo movimento em minha vida.

Em 2017, olhei em volta e vi uma vida feliz: uma carreira estável, praticava meditação, aluna de um curso em milagres, noiva, vida emocional, carreira e espiritual “perfeitas”, mas algo dentro de mim gritava. Eu queria fazer algo pelo mundo, pelas pessoas. Não podia ser só aquilo a vida. Eu queria inspirar o mundo. Eu queria mais!

Marketing não fazia mais nenhum sentido. Eu queria algo que fizesse brilhar os meus olhos. Eu queria ajudar as pessoas, então mais uma vez eu comecei um processo de autoconhecimento com muitos cursos, com muito carinho e acolhimento por mim mesma, respeitando cada fase e tudo de novo que estava vindo. Entre as novidades, veio o yoga.

Quando tomei a decisão de mudar de novo de carreira, o yoga foi o primeiro a aparecer na minha vida. Minha primeira aula foi maravilhosa e tive a sensação de flutuar e estar em outra dimensão. No final da aula, eu tinha certeza de que me tornaria uma professora de yoga. Algo dentro de mim que não sei explicar tinha certeza de que aquele era o caminho, como se eu tivesse me encontrado com algo que eu já conhecia, e então, sem saber como e por onde começar, eu simplesmente comecei.

Mulher praticando Yoga na praia.
Eternal Happiness / Pexels

Busquei informações e estudo do yoga paralelamente ao meu trabalho no mundo corporativo.

Ainda em 2017, eu e Deus criamos uma palestra. Eu me refiro a Deus, pois tenho certeza de que não escrevi sozinha. É como se o conteúdo tivesse sido ditado para mim, aconteceu de forma fácil e rápida, e então nasceu o Projeto Ubuntu Om. A palestra virou oficina e foi um sucesso. Foi levada para jovens com o intuito de fortalecer o trabalho em equipe. Foi então que eu me encontrei e senti que estava fazendo algo de bom pelo mundo, mas não sabia como dar sequência, porém sabia que era o que eu queria.

Permaneci paralelamente com o mundo corporativo e tocando o Projeto Ubuntu Om, fora os retiros, as praticas de yoga, as aulas de meditação, UCEM, cursos de autoconhecimento e terapia. Eu sabia o que eu queria, mas não sabia como realizar, não sabia como organizar tudo nem como seriam exatamente esses planos. E de verdade eu nem sabia se era isso mesmo, pois tinha medo de sair da minha zona de conforto. Para que promover uma reviravolta na vida?!

Em maio de 2018, eu me matriculei no curso de formação de yoga e comecei estudar, conciliando com o trabalho e seguindo a vida dia a dia, afinal levaria cerca de um ano para a minha formação e eu precisava ter paciência.

Como tudo na vida está conectado e é perfeito, em dezembro de 2018 participei do Ritual do Desapego. Como funciona? Pegamos um objeto do qual gostamos muito e desapegamos dele no dia do Ritual, entregando-o para outra pessoa, com a simbologia de abrir caminho no próximo ano para algo novo que queiramos muito.

Borboleta pousada em uma mão.
J. Balla Photography / Unsplash

Quando eu pensei no objeto do qual eu desapegaria, minha pergunta para mim mesma foi: “O que eu quero em 2019?”. E eu queria ser uma semeadora. Desde sempre eu sei que quero inspirar o mundo. Queria que o Projeto Ubuntu Om desse certo, queria poder levar espiritualidade para as pessoas, queria terminar minha formação de yoga e, de alguma forma, reunir tudo isso e transformar em algo maior. Esse era o meu maior desejo: sair do mundo corporativo e ressignificar minha vida, inspirar o mundo, ajudar pessoas, ser uma semeadora do bem.

Então do que eu poderia desapegar? E a resposta veio: do meu primeiro yoga mat (meu primeiro tapetinho de yoga). Não foi fácil, eu confesso, porque não era só um objeto, não era só um bem material do qual eu estava desapegando. Era uma história. Ele foi comprado em uma viagem e tinha um alto valor emocional para mim, mas eu desapeguei com um sentimento de amor muito grande, de gratidão por tudo o que eu já tinha vivido até ali e torcendo para que aquele item transformasse positivamente a vida da outra pessoa, como transformou a minha.

Eu abri o caminho para o novo, desapeguei para abrir espaço para algo novo e abundante na minha vida, mas como foi o ano seguinte, 2019? Vida normal, mês a mês no mundo corporativo, dias felizes e dias tristes na zoninha de conforto, pensando se valia mesmo a pena mudar novamente de carreira. Só quem já fez uma transição de carreira sabe o quanto é desafiador começar tudo de novo, e já estava fazendo isso pela terceira vez, mas fui respeitando as minhas vontades, altos e baixos, e deixando o flow da vida agir. Ao mesmo tempo em que fui estudando para terminar meu curso de formação, eu tinha um plano: paralelamente tocar os dois, mas a cada dia estava mais difícil ir para o mundo corporativo, porque eu não aguentava mais; estava muito pesado, doloroso, era um sacrifício, não dava mais, até que tomei uma decisão: renunciar, dizer adeus. Eu não sabia o que ia fazer, mas sabia que não queria mais estar ali.

Eu não segui o plano. Ainda não tinha terminado o curso de formação, estava sem rumo e precisava de uma direção, então falei com Jesus, pedi uma resposta, fiz uma mentalização e abri o livro “Um curso em milagres”. A resposta veio clara, translúcida, então eu entendi perfeitamente. Foi maravilhoso, como se Jesus falasse ao meu coração.

Eu obedeci e simplesmente entreguei nas mãos dEle, pois Ele disse que ia cuidar de tudo. Aos poucos, as ideias foram vindo, pessoas foram se conectando comigo num fluxo leve e fácil. Consegui terminar a formação e tudo foi fluindo naturalmente. O resultado? Hoje dou aulas de yoga e meditação para adultos, tenho formação e especialização em Kundalini yoga, yoga para crianças e yoga para gestantes. Sou reikiana e tenho formação em Numerologia Terapêutica. Conduzo cursos e oficinas de Japamala, somando os ensinamentos do Projeto Ubuntu Om. Ofereço consultoria de marketing para pequenos empreendedores e vou agregando a outras ideias que nascem a cada dia, dando sequência a um lindo trabalho que me realiza, me faz feliz e vem ao encontro do meu desejo de ser uma semeadora.

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Eu tenho uma gratidão enorme ao meu processo e a todos que estiveram comigo nesse caminhar, gratidão ao Eu Sem Fronteiras, que acompanhou essa mudança e me acolheu com muito carinho, à minha família maravilhosa, ao meu irmão lindo, que me preenche com os conselhos de um monge, apesar de parecer que ele nem está me ouvindo, mas diz as coisas certas em essência, gratidão aos meus queridos pais, que me deram o bem mais preciso que tenho, MINHA VIDA, ao Arcanjo Miguel, por me proteger todos os dias, ao Mestre Jesus, por conduzir meu caminho pelo amor e aquecer o meu coração, ao Supremo por me dar a Luz nesta dimensão e neste mundo. E, principalmente, agradeço a mim mesma, pela minha força, determinação e por superar todos os desafios que foram muitos e ainda assim continuar em frente e fazer o que precisava ser feito.

Eu não sei se daqui a um ano ou a dez anos tudo vai mudar de novo, mas sei que hoje me sinto feliz e realizada. E se precisar mudar tudo de novo, eu já sei o caminho. Meu conselho a qualquer pessoa que esteja passando por esse processo é: tenha paciência e fé, pois vai dar certo do jeito que tiver que ser. É Deus que nos mostra o caminho certo, e aceitar isso torna o caminhar mais leve.

Gratidão eterna a todos que fizeram parte dessa trajetória comigo.

Sobre o autor

Caroline Fonda

Carol é uma mulher em constante transformação, conectada com seu propósito espiritual e profundamente inspirada por sua jornada de fé. Depois de alcançar grandes conquistas como empreendedora e viver experiências em diferentes partes do mundo, ela se deparou com um vazio interno que nenhuma realização externa conseguia preencher. Em um encontro inesperado com Jesus, encontrou a cura, o amor e o direcionamento que procurava, redefinindo seu caminho e suas escolhas. Hoje, compartilha sua jornada de autoconhecimento, fé e cura emocional.