Viva – A vida é uma festa é um longa-metragem de animação de 2018, dirigido por Lee Unkrich e Adrian Molina. O filme conta a história do mexicano Miguel, um menino de 12 anos de idade, que tem o sonho de ser um músico famoso. Ainda que ele tenha talento para tal, a família desaprova esse desejo, porque o trisavô do jovem abandonou a esposa para se dedicar à música, criando uma aversão da família pela ideia.
Porém, no Dia dos Mortos, uma importante comemoração da cultura mexicana, o futuro de Miguel e até o passado de sua família estão prestes a mudar. Quando o menino decide participar escondido de um festival de música, rouba um objeto que lhe confere uma viagem só de ida para o mundo dos mortos. A partir daí, todo o enredo se desenvolve, e o público é convidado a refletir sobre esquecimento, morte e afeto familiar.
Se você quer mergulhar no universo de Viva – A vida é uma festa e compreender o que o México pensa sobre a morte, investigue o Dia dos Mortos e as lições que o filme transmite, nos tópicos a seguir. Encante-se com uma nova perspectiva sobre o fim da vida e reflita sobre seus entes queridos que já partiram.
Você encontrará nesse artigo:
A morte para a cultura mexicana
Para as antigas civilizações que viviam no México desde antes de o país ser invadido por colonizadores, como os astecas, a morte não é um sinônimo de fim da existência. Em um dia específico do ano, o Dia dos Mortos, celebrado em 2 de novembro, as pessoas que já partiram têm a oportunidade de retornar à Terra para visitar os parentes e os amigos que continuam vivos.
Diferentemente de outras culturas, que temem o retorno dos mortos, o México celebra esse evento com as comidas preferidas dos entes falecidos, com caveiras de açúcar, com fantasias e pinturas de esqueletos, com flores e com velas por toda a casa.
A única regra para que aqueles que já se foram retornem no Dia dos Mortos é que a família se lembre deles. É por isso que retratos e fotos de família são guardados com muito cuidado, e as histórias sobre essas pessoas são contadas para os integrantes mais jovens das famílias, que têm a responsabilidade de manter viva a memória de seus familiares.
O festival que celebra a existência eterna de uma pessoa a partir da lembrança de quem a conheceu foi incorporado a outras culturas do mundo. Interpretações da festa acontecem também nos Estados Unidos da América, na Nova Zelândia e na Bolívia, por exemplo.
O impacto dessa tradição é tão marcante, que em 2003 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declarou que o Dia dos Mortos é uma Obra Mestra do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade.
A partir disso, é possível compreender que, para a cultura mexicana, o segredo da imortalidade, por assim dizer, é ter alguém na Terra que sempre se lembrará da sua história e de quem você foi. Em geral, essa responsabilidade é dos familiares, mas também é comum que os amigos próximos da pessoa que partiu celebrem o Dia dos Mortos por ela.
Ensinamentos de Viva – A vida é uma festa
Agora que você já sabe por que o Dia dos Mortos é uma festa tão diferente e tão importante para a cultura mexicana, está na hora de aprender sobre as lições do filme Viva – A vida é uma festa. A animação ambientada totalmente no México, respeitando a tradição do país e representando uma inovação nas produções estadunidenses, vai te surpreender.
1) A união de diferentes gerações
Uma das lições mais importantes de Viva – A vida é uma festa é o poder da união de diferentes gerações. Muitas vezes, perdemos o contato com as pessoas mais velhas e com as pessoas mais novas, deixamos de contar histórias e abandonamos as lembranças sobre as nossas famílias.
No filme, Miguel se une aos parentes já falecidos, no mundo dos mortos, para conseguir reencontrar seu trisavô. A união entre as gerações é o que permite que o menino retorne ao mundo dos vivos e aprenda mais sobre a história de sua família, sendo um ótimo exemplo da importância de manter esses laços afetivos.
2) Uma nova perspectiva sobre a morte
A morte é um assunto que causa medo e incerteza em muitas pessoas. Não sabemos o que irá acontecer quando partirmos, e temos medo de perder aqueles que amamos. Porém, com a animação, aprendemos uma nova perspectiva sobre a morte.
Em vez de ser um evento sombrio e mórbido, a morte é vista como uma passagem para outro mundo, que também é muito colorido, alegre e feliz. É claro que o falecimento de um ente querido sempre será triste, mas é possível olhar para esse evento com a certeza de que essa pessoa continuará existindo nas suas lembranças.
3) A importância da lembrança
Outro ponto essencial de Viva – A vida é uma festa é a lembrança. É o ato de lembrar de alguém que faz com que essa pessoa continue existindo no mundo dos mortos, podendo aproveitar esse outro momento de sua existência.
Em um sentido que vai além do filme, é possível analisar como a lembrança permite que as pessoas se unam ao que acreditam, ao que são e ao que importa para elas. Nós somos as nossas lembranças, e mantê-las é o que nos faz continuar vivos. A vida é uma festa, e a morte também pode ser, se quem mais amamos estiver em nossas memórias.
4) O ato de dialogar
Uma lição um pouco mais sutil do longa-metragem é a importância do diálogo para uma família. Proibições não explicadas e histórias mal resolvidas podem dividir parentes e provocar desentendimentos que seriam resolvidos com uma boa conversa.
No filme, a família de Miguel tem a oportunidade de descobrir a verdade sobre o passado por meio do diálogo, possibilitando que ela tenha um futuro completamente diferente do que seria, se os assuntos incompreendidos permanecessem dessa forma. Conversar sobre nossos medos, receios e sonhos com nossos familiares é essencial.
5) O desejo de seguir os próprios sonhos
Em Viva – A vida é uma festa, há um conflito entre Miguel e sua família. Ao mesmo tempo em que seus parentes querem que ele siga o trabalho que eles já realizam há anos, como sapateiros, o menino tem o sonho de ser músico, como seu trisavô.
Mesmo contrariado por seus familiares, Miguel persiste em seu sonho e se aventura para realizá-lo. O resultado surpreende a ele mesmo e aos parentes, que tinham sentimentos ruins sobre a música, provando que a persistência é o melhor caminho na hora de atingir seus objetivos.
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Viva – A vida é uma festa é uma ótima oportunidade para aprender sobre a cultura mexicana e para analisar uma perspectiva diferente sobre a morte. A animação diverte o público infantil e emociona o público adulto, transcendendo gerações e permanecendo na memória de quem assiste a ela. Confira!